Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Priscilla Murphy

‘Apesar do desaquecimento econômico no Brasil no ano passado, o setor de TV por assinatura conseguiu aumentar seu faturamento bruto em 17,7%, para R$ 3,5 bilhões, segundo o mais recente balanço da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), divulgado ontem.

A base de assinantes, de 3,5 milhões, aumentou apenas 0,8%, mas mesmo esse resultado foi considerado muito positivo para um ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) do País encolheu 0,2%. ‘Tivemos um ano excelente de retomada do crescimento’, disse o presidente da ABTA, Francisco Valim, que também comanda a operadora Net Serviços.

O faturamento foi ajudado pelo reajuste anual de preços, mas em geral as operadoras repassaram menos que o índice permitido (IGPM), disse um representante do setor.

Contrariando a corrente, o faturamento do setor com publicidade cresceu 2,8% em 2003, para R$ 188,3 milhões. ‘Todos os setores da mídia tiveram um resultado extremamente negativo’, lembrou o diretor-executivo da ABTA, Alexandre Annenberg. ‘E nós conseguimos manter a base de assinantes.’

A operadora Net Serviços, controlada pelo grupo Globo, mantém a liderança do mercado, com uma fatia de 37%. Em seguida, vêm as operadoras de satélite Sky (Globo, NewsCorp e Liberty), com 20%, e a DirecTV, com 12%.

Entre as tecnologias disponíveis, 59% dos assinantes usam a TV a cabo, 34%, a TV por satélite e 7%, o MMDS, ou microondas. O número de assinantes de internet banda larga via cabo ou MMDS cresceu 50% em 2003, para 203 mil, e Valim espera expansão semelhante este ano. Os serviços de pay per view crescem de 10% a 15% por ano, segundo a ABTA.’



André Silveira

‘Relação mais próxima’, copyright Meio & Mensagem, 14/04/04

‘A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai estreitar o relacionamento com as operadoras de TV por assinatura. O objetivo, segundo o superintendente de Serviços de Comunicação de Massa, Ara Apkar Minassian, é acompanhar os eventuais problemas e anseios das empresas. ‘Dessa forma, temos como agir de maneira preventiva e não somente no momento em que o problema estiver acontecendo’, diz Minassian, que participou de uma reunião na Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) no final de março. Segundo ele, os balanços iniciais dão conta de que o setor teve crescimento.

O superintendente diz que o segmento tem potencial de crescimento. Afinal, desde 2001 a planta de cerca de 3 milhões de assinantes não sofre incremento. ‘Vamos avaliar o potencial para poder explorá-lo.’ De acordo com Minassian, o Serviço de Comunicação Digital (SCD) pode ser uma boa forma para que as operadoras de TV por assinatura explorem a capacidade ociosa das suas redes, reduzam os custos e evitem o churn (perda de assinante). Segundo ele, os executivos dessas empresas já estão avaliando a possibilidade de participação nas licitações do serviço.

Minassian também revelou que, durante a reunião, uma das preocupações demonstradas pelos executivos das operadoras diz respeito à negociação com as companhias de energia elétrica para o aluguel de postes. Segundo o superintendente, a Anatel está buscando uma solução para o caso. ‘Se não conseguirmos equacionar os problemas nos próximos 30 dias, o assunto será objeto de uma reunião entre a Anatel e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)’, diz. Na análise de Minassian, operadoras e empresas de energia deveriam buscar uma solução na negociação. As agências deveriam entrar no processo somente para homologar os contratos. De acordo com o executivo da Anatel, a participação nas reuniões se tornará rotina ao final de cada trimestre.

Licitações

O superintendente da Anatel também aproveitou o encontro para dizer que está finalizando o texto do regulamento de indicadores de qualidade para o segmento. Segundo ele, a expectativa é de que o Conselho Diretor da Agência avalie o texto ainda em abril para colocá-lo em consulta pública. Minassian espera que até setembro a versão final do regulamento seja publicada no Diário Oficial da União.

Outra novidade revelada pelo superintendente é a retomada das licitações de licença para operação de TV por assinatura. De acordo com ele, alguns interessados já se manifestaram e a expectativa é de que até o final do terceiro trimestre a agência promova os processos, que poderão ser chamamentos públicos ou mesmo licitações. Minassian também informou que as regiões a serem licitadas podem ser localidades, municípios ou até mesmo um conjunto de municípios. ‘Vamos analisar a demanda para depois definir. Mas creio que teremos essa flexibilidade’, adianta.’



Keila Jimenez

‘TV paga nem cogita preços mais baixos’, copyright O Estado de S. Paulo, 14/04/04

‘Diagnosticado como um dos fatores responsáveis pela estagnação da TV paga no País, o preço do serviço não vai cair. Isso foi dito com todas as letras anteontem, durante a exposição de dados do setor por executivos da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA). O time deixou claro que baixar os custos da assinatura da TV paga está longe de seus planos para este ano.

Para o presidente da ABTA, Francisco Valim reduzir preços não garante o crescimento da demanda e implica apenas diminuição de receitas. ‘Não há garantia nenhuma de que se baixarmos o preço do serviço vamos dobrar o nosso número de assinantes. Já tivemos alguns exemplos de como isso não funciona.

É um risco desnecessário. Costumo dizer que baixar os preços é quebrar a TV paga de vez’, fala Valim. ‘O negócio é utilizar a nossa atual infra-estrutura para viabilizar cada vez um número maior de serviços, principalmente os que fazem parte dos planos de inclusão digital.’

Valim aproveita para comemorar o crescimento tímido dos número de assinantes de TV paga em 2003. Segundo dados da ABTA, o serviço apontou crescimento de 0,8% na base de assinantes no ano passado em relação a 2002.

‘Pulamos de 3.519.604 assinantes para 3.548.190. Nosso faturamento bruto cresceu 18% em relação ao ano passado. Vejo esses números como êxito em um ano de crise.’

Para este ano, a ABTA espera um crescimento entre 1 e 2% na base de assinantes e conta com a venda de serviços como banda larga e pay-per-view para engordar sua receita. ‘Banda larga deve crescer uns 50% neste ano e a venda de pay-per-view, entre 10% e 15%’, diz Valim. ‘Também é ano de Olimpíada, o que para os canais de esporte e jornalísticos representa crescimento no faturamento publicitário.’

Parece antagônico, mas o mesmo serviço que resiste em reduzir seu preço continua correndo atrás do público de classe C, que reclama justamente do alto custo desse cardápio. ‘Estamos fazendo pesquisas com esse público para saber o que eles querem na TV paga e quanto estão dispostos a pagar por isso’, fala Valim. ‘O próximo passo será negociar isso com as programadoras.

É uma equação complicada.’’



Eliane Pereira

‘TV por assinatura cresceu 17,7% em 2003’, copyright MMonline, 13/04/04

‘O setor de TV por assinatura fechou o ano de 2003 com crescimento de 0,8% na base de assinantes e de 17,7% no faturamento, que alcançou R$ 3,456 bilhões em 2003, contra R$ 2,936 bilhões em 2002. Os números foram divulgados oficialmente esta manhã pela Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA). O Levantamento Setorial de Operadoras de TV por Assinatura (Mídia Fatos) mostra que o setor fechou o ano com 3,519 milhões de assinantes. ‘Termos conseguido manter a base num cenário de depressão econômica é um bom resultado’, afirma Alexandre Annemberg, diretor executivo da ABTA.

A associação também anunciou hoje mudanças em sua feira e congresso anuais: a ABTA 2004 se realizará desta vez nos dias 11 e 12 de agosto (e não mais no início de outubro, como era tradicional), no ITM (antigo Centro Têxtil). O evento contará também com um espaço para discussão e mostra de projetos de inclusão digital.’



Etienne Jacintho

‘A missão de substituir o protagonista’, copyright O Estado de S. Paulo, 18/04/04

‘O veterano James Garner e o hilário David Spade receberam uma missão nada fácil ao integrarem definitivamente o elenco da série 8 Simple Rules for Dating my Teenager Daughter, exibida no Brasil pelo canal Sony. Os dois se esforçam para ‘substituir’ o ator John Ritter – que morreu em setembro do ano passado – dentro e fora da tela. Garner, um galã dos anos dourados do cinema, encarna Jim, o pai de Cate (Katey Sagal, a eterna Peggy Bundy de Married With Children). Já David Spade, que perdeu o emprego na TV após o cancelamento da série Just Shoot Me, vive o desencanado C.J., sobrinho de Cate.

Após a morte de Ritter, os produtores da sitcom não sabiam o que fariam exatamente para dar continuidade à atração. ‘Escalar outro ator para o personagem de Ritter nunca foi uma opção’, conta o produtor e criador de 8 Simple Rules, Tracy Gamble. Cancelar a série também não era uma saída.

‘Separar essa família seria a última coisa que John iria querer’, fala o produtor executivo James Widdoes. Outro fator que encorajou os produtores da sitcom a seguirem adiante foram os e-mails e mensagens do público. ‘Eles nos estimularam a seguir em frente, contar essa história real – de famílias que enfrentam a morte – e encontrar humor nisso tudo, porque as famílias têm de seguir adiante independentemente das perdas’, explica o produtor executivo Tom Shadyac.

Com todo o apoio dos telespectadores – já que a história de John Ritter emocionou muito os americanos que estavam acostumados a acompanhá-lo por muitos anos na extinta série Three’s Company -, os escritores da sitcom criaram a situação da família que precisa superar a morte do patriarca. A gravação do primeiro episódio sem John Ritter ocorreu cinco semanas após sua morte e mostrou Cate e seus três filhos, a loira Bridget (Kaley Cuoco), a ruiva Kerry (Amy Davidson) e Rory (Martin Spanjers), recebendo os amigos durante o velório de Paul Henessy (que era interpretado por Ritter). Esse episódio e os dois seguintes foram gravados sem a presença da platéia.

Um avô de verdade – Para dar suporte à filha e aos netos entra em cena Jim, o pai de Cate. James Garner interpreta um avô que, na verdade, conquistou o carinho dos atores também nos bastidores, principalmente dos mais novos, que vivem seus netos. ‘Ele é meu avô, já que eu não tenho um’, afirma Kaley. ‘Sim, e como ele não tem netos, me sinto honrada’, completa Amy. Katey Sagal também está derretida por Garner. ‘Eu sou sua superfã e ele é o avô perfeito. Ele é carinhoso e divertido e me faz lembrar de meu pai’, conta a matriarca Henessy.

Garner já se sentiu em casa assim que pisou no set de 8 Simple Rules. ‘Eles foram muito receptivos’, conta o ator, que já havia feito participações na série antes da morte de Ritter. E ele se diverte com o personagem. ‘Tenho um papel engraçado e preciso fazer um monte de coisas bobas’, diz o ator. O ‘avô’ cativou tanto o elenco da sitcom que até causa inveja no companheiro David Spade. ‘Todos estão sempre em volta, abraçando e beijando o James. Ele recebe mais atenção do que eu e não gosto disso…’, brinca Spade.

Spade, por sua vez, conquistou gargalhadas do elenco. Ele chegou meio tímido, pois não sabia o que iria encontrar no trabalho após a bem-sucedida Just Shoot Me, que chegou ao fim para desgosto do ator – que ainda não se conforma com o fato. ‘Eu estava um pouco hesitante, mas eles me receberam bem e o elenco é incrível’, conta. ‘Há um astral muito bom e parecido com o que havia em Just Shoot Me: todos se dão bem.’ C.J., personagem de Spade, é um moleque, sem muito conteúdo, que diverte a todos com seus comentários fora de hora e seus conselhos nada produtivos. ‘Sou mais uma criança do que um adulto, que sempre tem maus conselhos para todos’, resume.

Próximos capítulos – Katey Sagal não sabe ainda como os autores da série irão desenvolver a história familiar, que tinha Ritter como o ponto central. Agora, é ela quem segura a família Hanessy, com a ajuda de Garner. Segundo a atriz, os produtores estão pensando se arrumarão um novo amor para sua personagem. ‘A vida continua e as pessoas seguem em frente. E essa família está fazendo exatamente isso. Acho que, nesse processo – não ainda nessa temporada -, ela voltará a amar’, comenta.’