Um representante dos preservativos Trojan informou esta semana que a empresa deixará de ser anunciante do programa Opie & Anthony, transmitido pela rádio por satélite XM, de propriedade da CBS, depois que um dos convidados fez uma piada no ar sobre supostamente estuprar a secretária de Estado dos EUA, Condoleeza Rice, dando início a um debate vulgar entre os participantes. ‘A marca Trojan é comprometida com a saúde sexual daqueles que escolhem ser sexualmente ativos. Os comentários feitos no Opie & Anthony são inconsistentes com este compromisso’, justificou James Daniels, vice-presidente de marketing da Trojan.
A empresa foi o segundo anunciante em uma semana a abandonar o programa. No dia 4/5, representantes da Loteria do estado de Nova York afirmaram que retirariam seus comerciais da programação do Opie & Anthony, após o comediante Jim Norton ter feito a pergunta ‘Você poderia assobiar a música ‘Singin’ in the Rain’ enquanto eu estupro uma garota?’ para um assobiador profissional, convidado do programa. O comentário foi aparentemente uma referência ao filme Laranja Mecânica, de 1971, que não foi mencionado.
Desculpas e suspensão
Os apresentadores do show, Gregg Hughes e Anthony Cumia, desculparam-se pela piada com Condoleeza. ‘Nós assumimos a responsabilidade e lamentamos qualquer ofensa’, disseram. A rádio XM optou por suspender a transmissão do Opie & Anthony por 30 dias, a partir desta terça-feira (15/5). ‘Os comentários nos fizeram questionar se os apresentadores têm consciência da seriedade do assunto em pauta. A administração da XM decidiu suspender Opie & Anthony para deixar claro que nossa programação deve assumir a responsabilidade sobre a liberdade de expressão criativa’, alegou a administração da emissora em declaração.
Em 2002, os dois apresentadores foram demitidos da CBS por terem colocado no ar a transmissão ao vivo de um casal fazendo sexo na catedral St. Patrick, em Nova York. Eles foram contratados pela XM em 2004. O talk show, em tom humorístico, é transmitido por satélite, e por isso não está sujeito à regulamentação da Comissão Federal de Comunicações, órgão que fiscaliza a programação de rádio e TV nos EUA. Informações de Jacques Steinberg [The New York Times, 12/5/07] e de Matthew Barakat [Associated Press, 15/5/07].