Friday, 20 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Quando a informação é irrelevante

Quero manifestar e divulgar meu repúdio à notícia que li na primeira página do jornal O Globo do dia 13/5. Vou reproduzir o texto:

** ‘Ufanismo evangélico: Auxiliar de Dunga, o evangélico Jorginho mostra-se ainda mais intransigente que o técnico titular, como ao fazer a defesa ufanista da seleção’.

O autor do texto, através desta notícia, faz uma tentativa clara de mostrar evangélicos-protestantes como pessoas intransigentes ao passar a mensagem de associação, pois que diferença faria dizer que o Jorginho é evangélico, a não ser com essa intenção? Se ele pertencesse a alguma outra religião, será que alguém colocaria, por exemplo: ‘o judeu Jorginho’, ‘o católico Jorginho’ ou ‘o ateu Jorginho’? Acho que não. Se lhe parece exagero da minha parte, vamos fazer um exercício. Onde você lê a palavra ‘evangélico’, troque para a sua religião: católico, judeu, ateu, espírita, etc. Veja como ficaria:

** ‘Ufanismo judaico: Auxiliar de Dunga, o judeu Jorginho mostra-se ainda mais intransigente que o técnico titular, como ao fazer a defesa ufanista da seleção’.

** Ufanismo católico: Auxiliar de Dunga, o católico Jorginho mostra-se ainda mais intransigente que o técnico titular, como ao fazer a defesa ufanista da seleção’.

** Ufanismo ateu: Auxiliar de Dunga, o ateu Jorginho mostra-se ainda mais intransigente que o técnico titular, como ao fazer a defesa ufanista da seleção’.

Estranho, não? Ofensivo, em alguns casos e sem sentido em outros. Este adjetivo ‘evangélico’ seria totalmente desnecessário e sem relação com a situação, caso a intenção do texto não fosse muito clara.

Temos que defender o sagrado direito da liberdade de pensamento, em todos os setores da sociedade. Esse direito tem que ser garantido para protestantes, católicos, judeus, muçulmanos, ateus, socialistas, neoliberais, gays. Lembremo-nos da Holanda, protestante (evangélica), que no século 16 deu liberdade de culto e de expressão a todos, protestantes, católicos, judeus e ateus, e transformou-se na maior potência da época, para onde afluíram todas as cabeças pensantes da Europa.

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Esta é uma carta de elogio ao autoritarismo da revista Veja. Um jornalista só é jornalista quando exerce algo que a revista deliberadamente despreza: senso crítico. A revista Veja, e a Editora Abril como um todo, só afirma que não quer jornalistas em seu corpo profissional. A demissão do jornalista Felipe Milanez é de uma intolerância preocupante quando se fala da maior (em números e vendas) editora do país. Só prova que vocês não querem jornalistas, profissionais intelectuais que tenham pensamento, que saibam raciocinar, inclusive, para se auto-criticar e, nesta crítica, ajudar a construir uma revista e uma editora melhores, porque se aprende com os erros e a crítica daquele profissional devia ter sido usada para estimular o pensamento dos próprios jornalistas quanto às matérias que escrevem e publicam.

Se eu tinha dúvidas, agora tenho certeza: a Veja e a editora Abril não querem jornalistas. Querem peões ou robôs que escrevem o que mandam seus patrões, que não têm ética, que agem como robôs a mando do programador para produzir, produzir e produzir, sem pensar. Isso não é liberdade, não é expressão e não é Jornalismo. Chamem como quiser. (Pedro Santos, estudante de jornalismo, Florianópolis,SC)

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O Estadão manipula informação descaradamente. Diz em matéria que o STJ julgou a atual greve do funcionalismo ambiental federal como abusiva, quando o que ocorreu foi exatamente o contrário. O STJ julgou a greve legal e solicitou que os serviços ambientais essenciais voltassem à atividade.

A matéria do Estadão está aqui.

A cobertura do Globo, aqui.

E do site do próprio STJ, aqui. (Bruno Buys, servidor público, Brasília, DF)

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Acabo de ler na Internet o seguinte a propósito da visita de Lula ao Irã: ‘Diplomacia de Lula é obstáculo a objetivo de Obama de livrar mundo de armas nucleares e impedir que Teerã as desenvolva’ (ver aqui). É realmente notável como alguns jornalistas brasileiros invertem os fatos para ficar ao no campo da política externa ditada pela Casa Branca. Mas, mesmo desprezados, os fatos estão aí e têm sido noticiados pela mesma imprensa que se recusa a extrair deles as conclusões adequadas.

Os fatos:

1- Desde a Revolução Islâmica o regime de Teerã tem sido constantemente ameaçado pelos norte-americanos.

2- Durante a primeira Guerra do Iraque, um avião civil iraniano foi covardemente abatido a tiros por um caça norte-americano. Instalações civis iranianas na fronteira com o Iraque foram sabotadas há bem pouco tempo por norte-americanos ou com a ajuda deles.

3- No Iraque, como todos estão cansados de saber, os norte-americanos demonstraram toda sua disposição criminosa de empregar a força bruta sempre que bem entenderem, inclusive usando mentiras como pretextos (as famosas armas de destruição em massa de Saddam Hussein que não foram encontradas porque não existiam ou cuja inexistência era irrelevante porque os norte-americanos queriam guerra a qualquer custo).

4- A doutrina militar dos ataques preventivos não foi totalmente abolida pela administração Obama. Além disto, o próprio Obama anunciou sua disposição de usar armas nucleares quando achar necessário (o Irã está na lista de alvos e qualquer nação pode ser acrescentada à mesma após alguma propaganda).

Todos os fatos bem pesados e considerados, adotando-se uma perspectiva equilibrada e distanciada, a imprensa brasileira deveria admitir que os iranianos têm razões para se sentir ameaçados e para dar credibilidade às ameaças feitas pela Casa Branca. Portanto, o desejo do regime de Teerã de obter meios de defesa equivalentes ao que dispõe seu agressor eventual deveria ser considerado perfeitamente natural. Mas não. Os jornalistas brasileiros insistem em criminalizar a priori os iranianos, não importando quão criminosas tenham sido as condutas dos norte-americanas.

Se realmente querem livrar o mundo das armas nucleares, os gringos devem primeiro dar o exemplo. Depois de jogar 99,99% de suas 5 mil ogivas nucleares na lata do lixo, a Casa Branca poderá exigir que os outros povos façam o mesmo. Antes disto, a política externa norte americana será hipócrita e toda esta polêmica fajuta sobre a ameaça iraniana apenas vai sugerir uma pergunta: os jornalistas brasileiros defendem a política externa norte-americana por que acreditam na propaganda difundida pela USIA http://dosfan.lib.uic.edu/usia/ ou por que trabalham ou querem trabalhar para a agência de propaganda oficial do governo americano? (Fábio de Oliveira Ribeiro, advogado, Osasco, SP)

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Na Folha de S. Paulo de domingo [16/5], temos a notícia de que o jornal passa a veicular a ‘vinheta’ Presidente 40. A notícia alega que o uso da vinheta se refere ao fato do sucessor de Lula ser o 40º Presidente da República. Contudo, e o leitor atento logo perceberá, a notícia não diz que os dizeres Presidente 40 vêm na cor azul. Outra coisa não dita é que o número do candidato tucano é 40 (e… 5). E, por mera coincidência, a cor do PSDB é… azul! Penso que essa vinheta é um desrespeito à inteligência do leitor. Ora, que seja usada uma vinheta apartidária – algo como Eleições 2010 ou, o que seria mais correto, ’40ª eleição à presidência’, em cor preta ou cinza, ou rosa, ou laranja, etc. Como ficam os leitores-eleitores do público feminino, seja de Dilma, seja de Marina, ao se depararem diariamente, até outubro ou novembro, com uma vinheta que enaltece a escolha do ‘Presidente’? O jornal torce por um homem? Por que não elevar o pleito eleitoral em si como mote da vinheta? Por que essa propaganda gratuita? Ora, respeitem o leitor! Respeitem a democracia! Façam um jornalismo de qualidade! Que vença o candidato ou candidata mais competente, sem essa aberração midiática de Presidente 40. Eu quero ser respeitado e quero ter o direito de escolher com o uso da razão! Não me venham com semiologia barata! (Haroldo Arruda, professor, São Paulo)

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O reitor João Grandino Rodas, da USP, foi ao Jornal Nacional expor a FDUSP-Largo São Francisco e o centenário Centro Acadêmico XI de Agosto ao ridículo! Detalhe: o JN corta falas da entrevista e passa a impressão de que a comunidade do Largo São Franciso é contra investimentos privados e doações. (Eles pensam que nós somos retardados?) Trata-se de uma ameaça à autonomia da bicentenária Faculdade de Direito onde estudaram Ruy Barbosa, José Bonifácio e outros ilustres alunos, inclusive o Dr.Otavio Frias Filho. O que os alunos são contra é a absoluta falta de transparência nas portarias de João Grandino Rodas e o atentado que ele cometeu contra a cultura: encaixotou livros raríssimos e os enviou a prédios onde há ratos, baratas e animais mortos. Jamais nenhum diretor da faculdade teve o desatino de fazer isso! Porém, a Folha e a Globo ignoraram a verdade e resolveram fomentar uma fantasia. (Leonardo Lira Lima, estudante, São Caetano do Sul SP)

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Todos sabemos que OI é um dos poucos fóruns democráticos para discussão e debate da Comunicação. Muitos artigos aqui, e no caso não falo das minhas colaborações, são grandes aulas de jornalismo. A pergunta é simples: Por que o OI não edita um livro anual com as melhores contribuições e o distribui para as faculdades de Comunicação? O volume também poderia ser distribuído em livrarias. (Paulo Sérgio Pires, jornalista, publicitário e professor, São Paulo, SP)

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Empresário, Rio de Janeiro, RJ