Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Redação do LATimes tem sítios bloqueados

Não é só em Cuba ou na China que jornalistas são proibidos de acessar certos sítios de internet. No mês passado, Bennett Haselton, fundador do sítio Peacefire.org, que promove o acesso livre à rede, recebeu um curioso e-mail de um repórter que fazia uma matéria sobre censura online. O profissional dizia, na mensagem, que não conseguia acessar a página de Haselton da redação de seu jornal.


O mais curioso é que não se tratava de alguma pequena publicação enfiada no meio do repressivo Irã, e sim do americaníssimo Los Angeles Times. Para se certificar de que não era um problema específico do computador do repórter, Haselton perguntou a outros jornalistas do LATimes se eles conseguiam abrir o Peacefire. A resposta foi negativa. Alguns profissionais contaram que também não conseguem acessar páginas como as das revistas Playboy e Penthouse.


‘Me parece estranho que as pessoas em quem confiamos para obter informações têm menos liberdade na internet do que um cidadão na China’, diz Haselton, completando que esta foi a primeira vez em que ele soube de algum bloqueio de sítios em uma redação de jornal. ‘Nós confiamos nos jornalistas para saber o que está acontecendo na sociedade, e eles não podem fazer seu trabalho direito se um terceiro grupo está decidindo o que eles podem ver’.


Medida de segurança


O porta-voz do LATimes, David Garcia, questiona a alegação de que os jornalistas não têm acesso à página da Playboy. Já o Peacefire ‘está bloqueado por medida de segurança’, afirma ele, pois foi identificado como um sítio usado para driblar filtros de proteção. A página de Haselton oferece instruções de como enganar softwares instalados em computadores para bloquear o acesso a sítios de internet.


Segundo Garcia, o jornal usa um software que ‘filtra sítios de internet em toda a companhia’, e não apenas na redação. O software bloqueia o acesso aos chamados ‘sítios sexuais’ e a sítios que possam ‘comprometer’ a segurança da rede, e filtra mensagens de e-mail indesejadas que contêm conteúdo pornográfico. O porta-voz diz que há ‘flexibilidade’ para permitir que repórteres tenham acesso a sítios bloqueados quando precisam deles para alguma apuração. Informações de Sara Ivry [The New York Times, 19/6/06].