Três semanas após o início da greve dos roteiristas americanos, os redatores da rede CBS News resolveram aderir à paralisação. Cerca de 500 redatores de rádio e televisão – que atuam em Los Angeles, Washington, Nova York e Chicago – trabalham com contrato expirado desde abril de 2005. Em votação na semana passada, 81% dos 300 profissionais presentes deram ao sindicato Writers Guild of America poder para anunciar a interrupção do trabalho a qualquer momento.
‘Os membros do sindicato estão enviando aos chefes na CBS uma mensagem irrefutável de união: nós faremos o que for possível para conseguir o que merecemos’, afirmou em declaração Michael Winship, presidente da divisão da costa leste do sindicato. A CBS News, que pertence à CBS Corporation, classificou de ‘infeliz’ a decisão dos funcionários. A companhia declarou que está preparada e pronta para continuar a produzir ‘programação jornalística de alta qualidade’.
Debate interrompido
A CBS News e o sindicato não negociam desde janeiro, quando o Writers Guild of America rejeitou a ‘oferta final’ de aumento de salário feita pela rede em novembro de 2006. A paralisação pode vir a prejudicar um debate entre os pré-candidatos democratas à presidência, marcado para 10/12 – e que seria transmitido pela CBS. Alguns dos concorrentes, como Hillary Clinton, Barack Obama e John Edwards, já declararam que não furariam a greve para participar do debate. ‘Eu espero que os dois lados cheguem a um acordo que resulte em um contrato seguro para os trabalhadores na CBS News, mas serei clara: respeitarei a greve se os funcionários da CBS News decidirem por ela’, afirmou Hillary.
A greve dos roteiristas de Hollywood, também representados pelo Writers Guild of America, já começou a prejudicar a produção de seriados, programas de entrevistas e filmes nos EUA. Os profissionais pedem participação nos lucros com a venda de DVDs e conteúdo online. Na Broadway, os contra-regras, representados pela International Alliance of Theatrical Stage Employees, também entraram em greve há pouco mais de duas semanas, o que levou ao cancelamento da maioria das produções teatrais. Informações de Jeremy Herron [AP, 19/11/07] e Associated Press [21/11/07].