Está à venda a rede de jornais Bom Dia, que J. Hawilla criou há pouco mais de sete anos no interior de São Paulo. São cinco jornais próprios (em Bauru, Jundiaí, Rio Preto, Sorocaba e ABCD) e outros quatro afiliados (Itatiba, Marília, São José dos Campos e Taubaté), sistema muito usado em redes de rádio e televisão, mas, até onde se sabe, inédito no mundo no meio impresso até que Hawilla o lançou em 2009. Por meio de sua secretária Izabel Laporta, ele confirmou a J&Cia a informação da negociação, publicada na coluna de Gisele Vitória em IstoÉ, acrescentando que nada teria a adicionar ao que ela escreveu.
Segundo Gisele, Hawilla não quis confirmar o valor da transação e nem qual grupo estaria interessado na compra. “Estou negociando sim, mas ainda não posso falar com quem é, e nem em valores. Isso pode atrapalhar a negociação”, teria dito. O grupo que ele comanda, Traffic, atua em marketing esportivo e controla a TV TEM, rede de televisão do interior afiliada à Globo, e o jornal paulistano Diário de S. Paulo, comprado da Globo em 2009, veículos que, ainda segundo a colunista, Hawilla afirma estarem fora da negociação pois “vão muito bem”.
Sem obter o retorno financeiro idealizado e, ao contrário, acumulando prejuízos, o sistema que ele idealizou para a Rede Bom Dia – edições com conteúdo geral compartilhado e apenas noticiário local de cada cidade – , aparentemente um Ovo de Colombo, com chances de expansão e fortalecimento, chegou ao mercado num tempo em que a mídia impressa, como no mundo todo, passa por crescentes dificuldades. Aliado a isso, a Rede Bom Dia ainda enfrentou o contra-ataque dos jornais locais, muito mais afinados com as respectivas comunidades – editorial e comercialmente – do que empresas vindas de fora; e problemas de gestão, que levaram a sucessivas trocas de comando. Seu maior patrimônio hoje é a própria marca, pois em termos de bens materiais há pouco a ser negociado.