As novas regras que darão aos jornalistas estrangeiros uma passagem mais ‘livre’ pela China durante os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, poderão continuar a valer depois do evento, se tudo correr bem. ‘Se as novas normas provarem ser benéficas para o nosso desenvolvimento e para a troca entre nós e a mídia estrangeira, então não haverá a necessidade de mudar a política’, afirmou Cai Wu, diretor do escritório de informação do Conselho de Estado.
No início deste mês, como havia sido prometido, as autoridades chinesas anunciaram que afrouxariam as restrições atuais a jornalistas estrangeiros que visitam o país a trabalho, por causa das Olimpíadas. A principal mudança será a anulação da necessidade de aprovação governamental para viajar pelo país – quando entram, os profissionais de imprensa recebem permissão para reportar apenas de uma cidade específica. As novas regras têm início marcado para janeiro de 2007 e expirariam em outubro de 2008, após o fim dos Jogos.
Cobertura irresponsável
Depois da afirmação, Cai Wu ressaltou que se tratava de uma opinião pessoal em resposta a uma pergunta durante uma coletiva de imprensa em Pequim. Ele disse também que a cobertura da China feita por jornalistas estrangeiros ainda conta com muitas apurações ‘irresponsáveis’ e com a falta de entendimento do país. ‘Ainda há uma proporção pequena de reportagens positivas e completamente objetivas’, completou, afirmando que algumas organizações de imprensa renomadas erram ao publicar análises sobre a China feitas por pessoas que nem ao menos estiveram no país.
A China controla a mídia doméstica e, há tempos, mantém duras restrições à imprensa estrangeira – que costuma acusar de parcialidade em sua cobertura de assuntos sensíveis às autoridades chinesas, como casos de abusos de direitos humanos ou protestos políticos. Informações da AFP [28/12/06].