A universidade, como centro de excelência, acolhedora de pessoas mais bem qualificadas, não pode prescindir de um programa que marcará a sua origem secular e seu destino ao promover a publicação de livros, para renovar e enriquecer o conhecimento neste tempo complexo conhecido como a era da informação.
Os livros preenchem o espaço. São eles capazes de armazenar experiências, registrar os fatos de um modo geral à história, revelar os segredos das descobertas da ciência, narrar os avanços da tecnologia, incentivar e reafirmar talentos voltados à literatura. Não há como negar. A pesquisa é tudo. Sem ela não há renovação do saber. A carência de incentivo aos estudos sobre temas importantes, que enriqueçam o meio acadêmico e o público, o ensino manteria característica de uma pobreza lamentável.
Ora, se o aluno é peça humana indispensável nessas instituições de nível superior, chegando-se a dizer que sem ele a entidade não existiria, o mesmo se pode afirmar invertendo as posições. Ambos se completam. O livro está nessa linha cruzada, pela importância na transmissão e forma de permear o humanismo.
Obras de relevante valor
Seguindo essa tendência, que não é novidade nos estabelecimentos de ensino superior em nível planetário, a Universidade Federal do Maranhão surpreende também pelo arrojo na construção do espaço físico necessário ao ampliamento das necessidades administrativas. Quem a visita ou vai ao campus tratar de algum assunto, observa o detalhe. O que me impressiona como leitor compulsivo e incentivador, com defesa intransigente da sobrevivência do livro de papel, é o número de publicações lançadas sobre os mais variados temas, todos condizentes com a realidade presente.
Para corroborar essa afirmação, só no mês de setembro último foram cinco livros lançados pelo programa da EDUFMA, por professores-mestres e doutores e para outubro (dia 19, às 19 h, Palácio Cristo Rei), mais duas obras serão entregues ao público, um de minha autoria, Inovações do jornalismo no mundo, e a outra do professor Aldyr Melo de Araújo, ex-reitor da Ufma e Uniceuma, Uma versão preliminar da educação superior. O conteúdo das publicações vai de tese de mestrado a obras de cunho social-político, ciências humanas e literatura, como por exemplo:
O dissídio das vozes – A política dos jornais segundo os manuais de redação Folha, Estado e Globo, de Francisco Gonçalves da Conceição; e O Estado, mídia e oligarquia – Poder público e meios de comunicação como suporte de um projeto político para o Maranhão, de Carlos Agostinho Almeida Macedo Couto, ambos meus ex-alunos, com potencial bastante para lançarem as respectivas obras, por sinal de relevante valor midiático.
Sem polícia, sem fronteiras e sem desigualdades
A iniciativa coincide com o 44º aniversário de fundação da instituição e com o 40º ano de funcionamento do Curso de Comunicação Social, com bons serviços prestados e uma trajetória que se completa, pelo respeito ao passado e perseverança no presente, e isto sem deixar de insistir na busca de novas conquistas, com um quadro docente de alto nível, pelas oportunidades da pós-graduação. Os pioneiros, desbravadores de um mundo novo, não foram esquecidos, com alguns ainda marcando presença pela produção de livros, proferindo palestras e outras atividades didáticas.
Por tais motivos, a instituição se identifica com a modernidade. E isto nos dá a impressão de desejar reeditar a façanha do Iluminismo que nos revela Albert Darnton, uma celebridade em pesquisa da imprensa, para com essa caminhada chegar a uma República das Letras, que igual só um reino sem polícia, sem fronteiras e sem desigualdades, exceto aquelas determinadas pelo talento. Uma universidade se constrói principalmente com livros e saber, ainda mais se levarmos em consideração os novos parâmetros e exigências do século 21.
******
Professor emérito da UFMA, jornalista e pesquisador