Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Reuters e NYTimes têm funcionários mortos em Bagdá

Morreu, nesta sexta-feira (13/7), o iraquiano Khalid W. Hassan, intérprete e repórter do New York Times em Bagdá. Ele tinha 23 anos, e é o segundo funcionário iraquiano do Times vítima do conflito no Iraque. Hassan foi morto a tiros no distrito de Saidiya, região central de Bagdá, quando seguia de carro para o trabalho.


Segundo John F. Burns, chefe da sucursal do Times na capital iraquiana, as condições da morte ainda não são claras. O jornalista havia telefonado ao escritório mais cedo para avisar que o caminho que costumava fazer estava bloqueado e que tentaria achar outra rota. Aproximadamente uma hora depois, Hassan ligou para a mãe para dizer que havia sido baleado.


‘Hassan era parte de uma grande, e muitas vezes desvalorizada, comunidade de repórteres, tradutores e assistentes iraquianos, que correm riscos enormes todos os dias para nos ajudar a compreender o conflito e o sofrimento de seu país. Sem eles, a compreensão dos americanos sobre o que ocorre no Iraque seria muito mais pobre’, afirmou em declaração o editor-executivo do Times, Bill Keller.


Vítimas e mais vítimas


Na quinta-feira (12/7), o fotógrafo iraquiano Namir Noor-Eldeen, de 22 anos, que trabalhava para a agência de notícias Reuters, foi morto em Bagdá. Seu motorista, Saeed Chmagh, de 40, também morreu no que a polícia afirmou ser uma ação militar americana e testemunhas descreveram como um ataque de helicóptero.


O Exército dos EUA afirmou que iria investigar os acontecimentos do dia. Um relatório policial obtido pela Reuters dá conta de que Noor-Eldeen e Chmagh foram mortos em um ‘bombardeio americano aleatório’ – que também deixou outras nove vítimas. Pouco antes do ataque, o fotógrafo havia ligado para um colega de trabalho para dizer que estava fotografando um edifício destruído. Segundo testemunhas, os dois homens estavam próximos ao edifício quando um helicóptero dos EUA começou a atirar a esmo. Três testemunhas disseram ter visto quando soldados americanos pegaram o equipamento de Noor-Eldeen – que não foi devolvido.


Condições difíceis


Com este último incidente, sobe para seis o número de funcionários da Reuters mortos no Iraque nos últimos quatro anos. ‘O trabalho de nossos repórteres é crítico – contar ao mundo diariamente o que se passa nas ruas do Iraque’, afirmou David Schlesinger, editor-chefe da agência, ressaltando que a morte dos dois homens serve como um lembrete dos riscos que os jornalistas correm na cobertura da guerra no Iraque. ‘A Reuters continuará a fazer todo o possível para proteger jornalistas que trabalham em condições difíceis e perigosas’, completou.


Mais de 100 jornalistas, em sua maioria iraquianos, foram mortos desde a invasão liderada pelos EUA, em 2003, segundo dados da organização Comitê para a Proteção dos Jornalistas. Informações da Reuters [12/7/07] e de John Holusha [The New York Times, 13/7/07].