“O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é observar os homens que o acompanham.” Pela frase de Maquiavel, dá para notar que os intelectuais Aziz Ab´Saber, Alfredo Bosi, Dom Tomás Balduíno, Heloísa Fernandes e outros tiveram motivos sinceros para escrever um manifesto lançando a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio ao Palácio do Planalto em 2010.
O líder do Partido Socialismo e Liberdade se expressa com desenvoltura nos meios midiáticos e sabe utilizar a sociedade do espetáculo ao seu favor, seja num humorístico como o CQC ou num debate entre candidatos, tanto que o jornalista Fernando Mitre, da Rede Bandeirantes, afirmou a ele que sem sua presença o diálogo entre os postulantes ao cargo não teria audiência.
Alguns participantes dos debates usam das câmeras apenas para agredir concorrentes ou fazer o que acreditam ser uma stand-up comedy. Plínio é um animal político de fato e de postura bem definida. Como seus contemporâneos Mário Covas, Antonio Carlos Magalhães, Leonel Brizola, Miguel Arraes e Tancredo Neves, pode até atacar e usar de chacota contra rivais, mas também posiciona suas ideias.
A espiral do silêncio
Entretanto, desde o ano passado, quando solicitou sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, órgão da Fundação Padre Anchieta, ainda não teve seu pedido concedido. Foi oferecida uma edição pós-período eleitoral, a qual refutou no momento, enquanto neste ano nem iniciaram conversas. Independente de não concordar com a ideologia e ideias de Plínio de Arruda, é notório que o socialista representa uma parcela da população e, dentre os partidos de esquerda, ou dita esquerda, é um dos mais coerentes.
Para ele, os agentes sociais da TV Cultura e de outros veículos o colocam numa espiral do silêncio, na qual não é convocado por não ter altos índices de voto e isso acaba se tornando um ciclo – no caso dele, uma Roda do Silêncio.
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[Gabriel Leão é jornalista e mestrando em Comunicação]