Os roteiristas de Hollywood entraram em greve pela primeira vez em 20 anos, em protesto por uma maior participação nos lucros de DVDs e vendas online, noticia Gary Gentile [AP, 2/11/07]. O presidente do sindicato Writers Guild of America, Patric Verrone, anunciou a greve na semana passada, em uma reunião fechada, com aprovação de 90% dos três mil presentes. Janis Hirsch, roteirista de TV, estava entre os 10% contrários à greve, embora considere a proposta necessária. ‘É triste, mas tenho que apoiar meu sindicato. Neste momento, as exigências fazem sentido’, afirmou.
Além dos royalties, os roteiristas exigem também um maior respeito por parte de atores e diretores. O roteirista Paul Guay, no entanto, não acha viável a tentativa de se negociar ‘respeito’. ‘Podemos negociar dinheiro’, alega, completando que, ‘nesta cidade, é o dinheiro que nos dá respeito e reconhecimento’.
Mercado bilionário
Segundo a Adams Media Research, espera-se que consumidores gastem US$ 1,6 bilhão em DVDs este ano. A venda online de filmes deve gerar US$ 158 milhões e a de seriados, US$ 194 milhões. Os estúdios argumentam que ainda é cedo para saber quanto dinheiro é possível lucrar com a venda de entretenimento em plataformas digitais, o que torna difícil a negociação.
Nick Counter, presidente da Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), que agrupa empresas produtoras de séries de televisão e estúdios cinematográficos, afirmou que chegou a se encontrar com representantes do sindicato dos roteiristas há poucas semanas, mas que nenhum acordo foi fechado. Enquanto as partes não chegarem a um consenso, os primeiros afetados serão os talk-shows noturnos, cujos roteiros dependem de eventos atuais e são produzidos quase que diariamente. Já os filmes e séries do horário nobre ainda não serão prejudicados, pois a maior parte dos estúdios tem um estoque de roteiros suficiente para durar até o início de 2008.