Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Saco plástico de mandioca vs. farra dos entendidos

Olha só a categoria do autor do texto intitulado ‘A farra dos sacos plásticos’, disponível aqui:

André Trigueiro é jornalista, com Pós-graduação em Gestão Ambiental pela COPPE/UFRJ, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ, autor do livro Mundo Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em transformação (Editora Globo, 2005), coordenador editorial e um dos autores do livro Meio Ambiente no século XXI (Editora Sextante, 2003).

Em seu artigo, ele nada menciona sobre as duas possibilidades de solução do problema trazido pelo intenso uso de sacos plásticos, disponíveis graciosamente na rede mundial de computadores – uma, produzido-os da forma tradicional, com um aditivo (disponível aqui), e outra, da mandioca (disponível aqui). Isto, sem querer sinalizar que não haja mais.

Já adianto que não sou especialista no assunto, ainda que este me interesse, mais com enfoque na política (disponível aqui) e no excesso populacional como causa da poluição (disponível aqui). Mas tenho me esforçado em utilizar meus limitados neurônios de tal forma a não ser enganado por sofistas analfabetos, semi-analfabetos ou universitários. O autor ainda afirma que não estamos interessados o suficiente em buscá-las:

‘Não há desculpas para nós, brasileiros, não estarmos igualmente preocupados com a multiplicação indiscriminada de sacos plásticos na natureza. O país que sediou a Rio-92 e que tem uma das legislações ambientais mais avançadas do planeta, ainda não acordou (grifo meu) para o problema do descarte de embalagens em geral, e dos sacos plásticos em particular’ (André Trigueiro).

‘Omissão grave’

O autor também não acordou para outro enfoque da situação… Imagina ele que a única solução possível é a proibição do uso do produto, não lhe sendo possível enxergar a alternativa de substituição do material utilizado em sua confecção por outro, menos poluente.

Mais um exemplo de como as pessoas são pouco profundas, limitadas, reducionistas e até irresponsáveis, de uma maneira geral, e, de uma forma específica, os jornalistas, e até professores, amplificando suas meias-verdades, omissões e deturpações nas mentes mais fracas dos semi e totalmente analfabetos lingüísticos e políticos.

Desenvolvem altas considerações sobre um assunto que não dominam, nem se interessando em fazer uma pesquisinha básica na internet. Estão certos da impunidade, já que raros são os que poderão perceber, mesmo erros grosseiros. E ainda são remuneradas para clonar profissionais similares.

‘Omissão grave dos nossos parlamentares (ou acadêmicos, digo eu!) que não pode ser atribuída ao mero esquecimento (ou desconhecimento, digo eu)’ (André Trigueiro).

A serviço da engalobação

Não é intelectualmente honesto, nem competente, tratar deste tema sem levar tais pesquisas em consideração. Especialmente considerando o tom enérgico utilizado. Considerando que esta é a grande epidemia nacional – os especialistas em coisa nenhuma –, estou dando maior amplitude ao fato. Afinal, num país com 3/4 de analfabetos e semi-analfabetos, alguns até passando em vestibular, quem enxerga um milímetro à frente do nariz é rei. Ou professor universitário de curso de Jornalismo, ao nível de pós-graduação…

Agora, se formos utilizar a mesma medida adotada por ele, ao final do texto, perguntaríamos:

‘Há muitos interesses em jogo. Qual será o dele?’

Imagine agora a qualidade dos jornalistas que são produzidos nesta fábrica de peças de consumo para a indústria midiática capitalista… E nas outras?

Mas há um outro fator interessante nesta história toda: Trata-se do Padrão Globo de Qualidade. Profissionais fartamente premiados a serviço da engalobação. Mais detalhes em ‘Trabalhar na Globo é um Crime’, disponível aqui.

Luzinha amarela piscando

Washington Novaes nele! Afinal, este eminente profissional vem discutindo fartamente o saco plástico biodegradável:

‘O autor do projeto vetado retruca que o plástico oxibiodegradável já é utilizado em mais de 40 países, entre eles Inglaterra, França e Portugal.’

Achei estranho, pois não sabia qual era a intenção de Gerhard Erich Boehme ao enviar este texto para um grupo virtual que visa a discutir comunicação. (Ver aqui) Mas, seja como for, foi uma excelente oportunidade para exercitarmos nossa análise crítica da mídia. E está me dando a preciosa oportunidade de me candidatar a uma vaga de notório saber em uma faculdade destas qualquer…

Cabe ao leitor perguntar-se, caso tenha lido o tal artigo, se não sentiu aquela luzinha amarela piscando no fundo do cérebro.

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Engenheiro civil, militante do movimento pela democratização da comunicação e membro do Conselho Consultor da CMQV – Câmara Multidisciplinar de Qualidade de Vida (www.cmqv.org)