Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Será que o Ídolos terá Fama?

Após Leandro, o Pica Pau (vencedor do Ídolos 1), que mal passou as 40 mil cópias vendidas e Thaemy (quem?), vencedora do Ídolos 2, que ainda não emplacou nas paradas, a Record tenta fazer a diferença ao produzir o Ídolos 3. Chamado apenas de Ídolos pela emissora, mas produzido pela produtora da Fremantle Media, como nas edições pelo SBT. O que já traz a velha questão: será que vão fazer chacota com os candidatos como nas edições de outrora?

O início das gravações de Ídolos em Porto Alegre, na quinta-feira (01/05) parou o centro da cidade gaúcha. Como na versão norte-americana, bem como no programa feito antes pelo SBT, a gravação teve grandes filas de candidatos. Eram em torno de 2.000 candidatos, menos que nas versões 1 e 2 no SBT, embora no total nacional a Record tenha obtido o dobro dos inscritos da emissora de Sílvio Santos. As inscrições já beiram a 25.000 em todo o país e o que muito impulsionou esse número recorde foi a eliminatória São Paulo, com mais de 12.000 inscritos até o momento.

O programa entra na faixa de exibição do reality Troca de Família, que terminou no dia 1º de maio. E substituirá O aprendiz 5, que foi ao ar no dia 6 de maio, às 23h.

Processo de seleção

As comunidades sobre o programa agora na emissora dos bispos fervem de comentários, principalmente pelo desrespeito e falta de critérios para com os candidatos. Muitos reclamam que além de ficarem no frio e na chuva após horas sendo filmados, cantando para câmeras para fazer número no vídeo, ainda se surpreenderam com duas seletivas prévias – uma no segundo dia, nas dependências do Hotel Deville, onde foram realizadas as gravações da primeira eliminatória do programa, e outra no terceiro dia. Existem duas fases anteriores ao programa ir e, antes dos inscritos cantarem para os jurados da TV, exibem-se para produtores anônimos.

Muitos se abismavam ao ver candidatos sem o menor preparo serem classificados para a audição com os jurados: a cantora Paula Lima, o empresário Luiz Calainho e o produtor Marco Camargo. Os jurados do Ídolos no SBT ainda têm contrato com a emissora. Enquanto profissionais, inclusive com carteira da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), eram descartados e nem irão aparecer na telinha da Record, hoje detentora dos direitos do programa Ídolos no Brasil.

O início das gravações de Ídolos em Porto Alegre foi marcado pelas grandes filas de candidatos que aguardavam para realizar a inscrição no programa ou apenas confirmar o cadastro já efetuado. O apresentador Rodrigo Faro, que está na cidade desde quarta-feira, aproveitou para acompanhar todo o processo de seleção e gravar as primeiras cabeças e chamadas do programa com a multidão. Depois de Porto Alegre, o programa viaja para Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo.

Guerra santa

Alguns candidatos ficaram indignados com a falta de respeito durante as gravações – como a espera na chuva, a falta de critérios claros na seleção e a grosseria para com alguns de parte dos produtores, mesclada à decepção dos mais inocentes, que acreditavam até então que a televisão seria algo mais humano. Foi essa a tônica da primeira etapa das quatro audições em busca do ‘novo ídolo do Brasil’.

Dizem que se a audiência for alta, a Rede Globo que vive em guerra santa com a Record, relançará o Fama, pois possui os direitos de produção para mais três edições. E, para polemizar mais, seria com a apresentação de Márcio Garcia, recém-retirado da emissora da Barra Funda.

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Ator não-global, diretor teatral, cantor, escritor e jornalista