Completar dez anos de existência na internet não é fácil. Por isso, a revista digital de variedades Slate tem motivos de sobra para comemorar. A revista americana é alvo de diversas críticas, mas atinge uma audiência comparável aos sítios do Los Angeles Times, Chicago Tribune e National Public Radio, de acordo com a empresa de medição de audiência da internet Hitwise. Lançada em junho de 1996 pela Microsoft, a Slate foi vendida para o Washington Post em 2005. Para celebrar seus dez anos, a revista presenteou os internautas com um novo leiaute.
Na edição de aniversário da revista digital, críticos de mídia opinaram sobre o futuro das mídias tradicionais e sobre os dez anos da Slate. Norman Pearlstine, editor-chefe da Times Inc. de 1995 a 2005, acredita que, no futuro, jornais e revistas se tornarão publicações mais voltadas para a opinião. ‘O fato mais excitante que pode ocorrer no mundo de jornais e revistas é a sua transformação em veículos opinativos’, afirma.
Interatividade e fontes variadas
David Talbot, fundador e editor da rival Salon, também acredita que as pessoas querem uma mídia mais opinativa. Segundo o colunista Jeff Jarvis, criador do blog de mídia Buzzmachine, o britânico Guardian já está trilhando este caminho, com o blog Comment is free, no qual os repórteres do jornal escrevem artigos e os debatem com os leitores.
O colunista de mídia da Vanity Fair Michael Wolff afirma que o grande desafio da mídia tradicional não é a competição direta de revistas como a Slate, mas o fato de que ninguém mais lê apenas um jornal, acessa um sítio ou assiste a um canal de televisão para se informar. ‘A idéia de uma única fonte de informação não existe mais’, conclui. Informações de Claudia Parsons [Reuters, 25/6/06].