Achei repugnante o vídeo da SporTV sobre o Paraguai. Não sei que tipo de jornalismo é esse, que imprensa é essa, mas no mínimo é revoltante, pois não há como adjetivar tamanho preconceito. Moro fora do país e vejo que qualquer estereótipo pode levar a mais preconceito e xenofobia. Um mínimo de respeito à diferença, ainda que não gostemos do outro, mas um senso de alteridade cairia bem a qualquer redator/escritor/jornalista.
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O repórter da TV Globo Marcos Uchôa fez uma reportagem hoje [4/7] no Esporte Espetacular criticando a convocação da Seleção para a Copa de 2010. Opinativo, o texto reclama da ausência de Ronaldinho, Neymar e Ganso.
Onde estão as matérias de Tino Marcos, tão elogiadas Globo afora, que exaltam os 23 de Dunga? Por que antes de o torneio começar os 23 eram vencedores, exemplos de superação, e depois da eliminação são os incapazes?
A precipitação pugna pela resposta ‘porque o Dunga cortou os privilégios da emissora’. Prefiro enxergar de outra maneira: na euforia, elogia-se; na derrota, crucifica-se. Informação correta não interessa. A Homer o que é de Homer. (Guilherme Sousa Rocha, jornalista e servidor público, Taguatinga, DF)
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Tanto o Estadão quanto o Portal G1 usaram a mesma expressão para se referir ao acidente que feriu dois norte-americanos no Rio de Janeiro: explosão de bueiro.
Entretanto, bueiro é o ‘cano ou tubo para esgoto de água; caneiro; respiradouro (fornalha); chaminé de engenho ou de usina; obra de arte para dar curso a um riacho através das estradas, quase sempre sobre aterros’ (Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, Ministério da Educação e Cultura, 1985).
O ‘bueiro’ referido pelo Estadão e G1 não é e não pode ser um artefato explosivo. Há, evidentemente, uma diferença entre aquilo que dentro do bueiro explodiu e se expandiu para o nível da rua ferindo os americanos e o próprio bueiro. Apesar do título das matérias, o bueiro foi apenas o canal de escoamento do ar, do calor e do material combustível.
Se continuarem a distorcer de maneira tão constante a língua portuguesa, dentre em pouco veremos reportagens com títulos: Bueiro terrorista ataca em NY; Bin Laden usará bueiros terroristas na Europa. (Fábio de Oliveira Ribeiro, advogado, Osasco, SP)
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Sobre a tragédia veiculada pela mídia [o desaparecimento de Eliza Samudio], me causou indignação a matéria do Último Segundo, no Ig, com o título ‘Investigação: ‘Ela não pode se defender’, diz pai de ex-namorada de Bruno sobre vídeo pornô na internet’, em que o portal faz o papel titular no jogo de enlamear a moça ao propagandear e exibir parte do vídeo supostamente pornô. Digo estar indignado por ter sido induzido a acessar a parte do vídeo onde ela está em posições sensuais, e neste momento me deparei estar caindo na armadilha de achar interessante ela ter uma vida íntima ‘ousada’ e sentir uma certo prazer no triste destino por ela tido as oportunidades que a maioria das pessoas sonha em ter. Peço que comentem a matéria publicada, pois além de terem destruído a vida dela, agora a mídia está se encarregando de destruir a imagem da vítima, porém com doses de prazer. (Darcio Vasques, professor, Poá, SP)
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Professor, Vitória da Conquista, BA