Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

TV Cultura volta
a ter Ombudsman


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 23 de julho de 2008


TV CULTURA
Laura Mattos


Cultura terá ombudsman que não fala de infantis


‘A TV Cultura voltará a ter um ombudsman, a partir da próxima segunda, dois anos depois da saída de Osvaldo Martins, que deixou o cargo após fazer duras críticas públicas ao canal.


O jornalista Ernesto Rodrigues, 54, que assume a função, disse ontem à Folha que foi contratado para avaliar apenas a programação noturna, para adultos, e não os infantis, carro-chefe da Cultura. ‘Eu sou jornalista, não tenho formação nem competência para falar dos infantis’, disse.


Não vai debater, por exemplo, uma das principais discussões atuais da TV: o projeto de lei para proibir a veiculação de propaganda na programação infantil -tema sobre o qual a TV Cultura, que é pública e exibe anúncios para crianças como as TVs comerciais, ainda não se manifestou. ‘Esse tipo de questão realmente nunca passou pela minha cabeça.’


Rodrigues terá uma coluna semanal no site da emissora (www.tvcultura.com.br), que será atualizada com comentários diários. Ele afirmou que seu contrato, que é de dois anos, prevê a veiculação de um programa do ombudsman na televisão. ‘Isso precisa ser muito bem estudado, porque o ombudsman, que existe para melhorar a qualidade da programação, não pode colocar no ar um programa ruim.’


O jornalista disse que seu principal foco será ‘tornar a emissora realmente pública, no sentido de ter um impacto, de atrair uma faixa da população que hoje está entregue às TVs comerciais, em meio a uma guerra de audiência que nem sempre é bonita’. ‘A classe média pode buscar o que quer nos canais fechados, mas o povão tem que se contentar com as outras TVs abertas’, diz ele, para quem a Cultura é ‘elitizada’.


Rodrigues é formado em jornalismo pela PUC de Belo Horizonte e dá aula na PUC do Rio. Já passou pela Globo, ‘Isto É’, ‘Veja’ e pelo ‘Jornal do Brasil’.’


 


 


 


DOSSIÊ FHC
Fernanda Odilla


Governo divulga nova explicação para dossiê


‘A mais nova versão do Palácio do Planalto para o dossiê anti-FHC atesta que, apesar de terem perdido o caráter sigiloso, os gastos da Presidência durante o segundo mandato do ex-presidente tucano não podem ser divulgados.


A publicidade de informações que dizem respeito à vida privada e à intimidade deve ser restrita a quem fez compras com dinheiro público, segundo o Gabinete de Segurança Institucional que, a pedido da Casa Civil, elaborou parecer de 20 páginas sobre o tema.


Para sustentar o argumento de que os gastos do ex-presidente e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso não podem ser divulgados na íntegra, o GSI evocou legislação de 2005, que estabeleceu prazos e critérios para a abertura dos arquivos da ditadura militar.


A lei definiu que documentos públicos que contenham informações relacionadas a intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas terão ‘acesso restrito à pessoa diretamente interessada ou, em se tratando de morto ou ausente, ao seu cônjuge, ascendentes ou descendentes’.


Essa é a terceira versão do Palácio do Planalto para o dossiê. Primeiro, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, tratou como ‘sigilosas’ as informações sobre gastos de Fernando Henrique Cardoso. Em nota à imprensa, a Casa Civil classificou como ‘prática criminosa’ o vazamento de dados ‘sigilosos’. Mas, em maio, a ministra mudou a versão e disse que as informações do banco de dados não eram mais sigilosas, pois o caráter reservado já havia caducado. Na ocasião, Dilma defendeu, em audiência pública no Senado, a divulgação de gastos de ex-presidentes.


O GSI informa que o parecer técnico foi elaborado para atender a uma solicitação da Casa Civil. No ofício encaminhado a Dilma, em 19 de junho, o general Jorge Felix escreveu: ‘Pode-se concluir que os processos analisados não mais necessitam ser considerados sigilosos à luz dos procedimentos utilizados pelo sistema de segurança presidencial, a partir de janeiro de 2003. Entretanto, a publicidade dos referidos processos deverá observar a ressalva contida no artigo 7 da lei 11.111/ 2005’.


O ofício do general mistura as duas primeiras versões da Casa Civil. Foi a solução jurídica encontrada pelo Planalto para proteger quem deu a ordem para preparar o dossiê e para dificultar a divulgação dos gastos dos primeiros seis meses de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente.


Ao afirmar, baseando-se em dois decretos presidenciais, que informações classificadas como reservadas perdem esse caráter após cinco anos, o governo atesta que os dados de 2003 dos cartões corporativos não são mais protegidos por confidencialidade.


O parecer do GSI deverá também balizar o relatório final da comissão de processo administrativo disciplinar que apura o vazamento do banco de dados formulado pelo governo.’


 


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


A mentira repetida


‘O choque de retórica dado por Celso Amorim no fim de semana, ao questionar EUA e Europa por mentirem repetidamente na Rodada Doha, como Goebbels, definiu a cobertura. No título do ‘Times’ de Londres, ontem, ‘Delegados tratam com escárnio proposta de Peter Mandelson’, em referência ao corte de subsídios agrícolas proposto pelo comissário europeu. Sobre a proposta da representante americana, também relativa a subsídios, o ‘Financial Times’ até saiu avaliando que foi ‘significativa’, mas Brasil e Índia julgam ‘inadequada’. Segundo a Reuters, um diplomata indiano declarou que ‘não passou no teste da risada’.


JEAN CHARLES LÁ


Na vigília londrina, a camiseta da seleção


No terceiro aniversário do assassinato do brasileiro pela polícia de Londres, o ‘Guardian’ deu o artigo ‘Por que nós devemos lembrar Jean Charles’, sublinhando as ‘profundas implicações para a democracia’.


Até o tablóide ‘Sun’ deu a longa reportagem ‘Vigília para o trágico Menezes’, com foto e declarações da família, pedindo ‘a verdade’ e ‘justiça’ para os culpados pela execução. Sites de jornais e outros ecoaram.


MAGISTRADOS 1


As Globos lideraram a campanha por uma lista de políticos com suposta ‘ficha suja’ e, com a divulgação dos ‘dados rigorosamente checados’ pelo site de uma Associação de Magistrados, o ‘JN’ trombeteou o ‘Alerta ao eleitor’. A ação atinge Marta Suplicy e Paulo Maluf, não Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin.


MAGISTRADOS 2


Por outro lado, só no alto da home do UOL, ‘Senado arquiva impeachment contra presidente do Supremo’, por ter mandado soltar o banqueiro Daniel Dantas não uma, mas duas vezes. Em enunciado imediatamente abaixo, o portal deu que mais uma ‘Megaoperação com 200 policiais acaba sem nenhum preso’.


CONTRA A WEB


E a censura continua. O Blue Bus postou que a Justiça ‘determinou a retirada’ de um vídeo do YouTube e de uma comunidade do Orkut -ambos de Manuela D’Ávila (acima), ‘musa’ candidata a prefeita


AMOR POR OBAMA


No vídeo de McCain, ontem, ‘amor no ar’


Como Hillary Clinton, que perdeu, John McCain vai para o ataque à cobertura nos EUA, por favorecer Barack Obama. Ontem, enquanto o democrata seguia nas ‘photo-ops’ desde Israel, a campanha republicana postava vídeo ironizando sobretudo a NBC com a música ‘Can’t Take My Eyes Off You’. Antes, passou ao Drudge Report que o ‘New York Times’ havia se recusado a publicar artigo enviado por McCain.


Mas o mesmo Drudge já destacava ontem que, sem saber mais o que fazer para concorrer com Obama em exposição de mídia, McCain estaria perto de anunciar seu vice.


OUTRO LADO


Do mesmo grupo Condé Nast, a ‘Vanity Fair’ saiu em apoio à ‘New Yorker’, criticada pela capa com Obama como extremista, com uma capa em que McCain aparece velho, com andador e curativos para seu câncer de pele, mais a Constituição sendo queimada e um retrato de George W. Bush na parede.’


 


 


ELEIÇÕES / EUA
Folha de S. Paulo


VÍDEO DE MCCAIN IRONIZA ‘PAIXÃO DA MÍDIA’ POR OBAMA


‘‘O amor está no ar’, diz o novo vídeo de campanha do republicano John McCain, com cenas que mostram a ‘fascinação bizarra’ da mídia dos EUA pelo rival Barack Obama. No clipe, jornalistas relatam emoção ao encontrar o candidato. Um âncora da NBC diz que seus ‘joelhos tremeram’ ao vê-lo. Obama faz graça, enquanto repórteres dizem ‘você está nos matando [de rir]’. A música da peça será definida em votação: www.johnmccain.com/ video/love.htm’


 


 


 


CVM vs. CÉZAR COELHO
Folha de S. Paulo


Comentarista de TV faz acordo para sair de processo


‘A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) fez acordo com 10 de 93 acusados de irregularidades relacionadas com negócios na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) e na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) intermediados por dez corretoras em nome de alguns fundos da Prece -fundo de pensão da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos), do Rio.


Entre os acusados que aceitaram assinar um Termo de Compromisso com a CVM, está Arnaldo Cézar Coelho, um dos sócios da corretora Liquidez DTVM e comentarista de arbitragem da Rede Globo.


A Liquidez e sete envolvidos da empresa -Arnaldo Cézar Coelho, Breno Barbosa Lima Fernandes, Fabrício Noronha Garcia, Hermann Miranda Santos, José Carlos Piedade de Freitas, Ilmar Mendes Gomes e Paulo de Souza Bandeira Neto- terão que pagar R$ 390 mil à CVM, enquanto Jorge Ribeiro dos Santos e a São Paulo CV pagarão R$ 400 mil.


Além da Liquidez, o questionamento envolve as corretoras São Paulo CV, Quality CCTVM, Laeta S.A. DTVM, Novinvest CVM, SLW CVC, Novação DTVM, Fair CCV, Bônus-Banval Commodities CM e Cruzeiro do Sul CM.


O processo surgiu do acompanhamento pela CVM de negócios na BM&F e na Bovespa realizados de outubro de 2002 a outubro de 2003. Foram detectados indícios de favorecimento a determinados investidores com prejuízo de R$ 17,3 milhões ao fundo de pensão.’


 


 


 


LÍNGUA PORTUGUESA
Folha de S. Paulo


Portugal aprova reforma a ortográfica


‘O presidente português, Aníbal Cavaco Silva, aprovou o acordo que reforma a língua portuguesa. Em maio, o parlamento de Portugal havia decido pela adesão à mudança.


Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe já haviam ratificado o acordo, que prevê a extinção do trema, do acento agudo nos ditongos abertos ‘ei’ e ‘oi’ em palavras paroxítonas, como ‘idéia’ e ‘jibóia’, e do acento para distinguir o verbo ‘pára’ da preposição ‘para’. Também deixarão de existir consoantes mudas ainda usadas em Portugal (‘óptimo’).


Para a implantação definitiva no Brasil, é necessário decreto presidencial.’


 


 


 


INTERNET
Folha de S. Paulo


Página fica seis horas fora do ar em todo o país


‘O Orkut, site de relacionamentos que conta com cerca de 30 milhões de cadastros no Brasil, ficou fora do ar por seis horas, das 18h da segunda-feira até o início da madrugada de ontem. No período, a página inicial do site dizia que o serviço estava em ‘manutenção temporária’.


Segundo o Google, a interrupção do serviço aconteceu para que um erro de programação fosse consertado e não comprometesse dados dos usuários.


De acordo com Carlos Felix Ximenes, diretor de comunicação do Google Brasil, a pane não foi causada por hackers. Até quinta-feira o Google vai restabelecer todos os dados ‘sem danos à integridade das informações’.’


 


 


 


TELEVISÃO
Laura Mattos


Entrevista Fernando Meirelles


‘Fernando Meirelles está viciado em brigas entre irmãos, crimes passionais e luta de espada. Oito anos após produzir para a Globo o especial ‘Palace 2’, embrião do longa-metragem ‘Cidade de Deus’, ele vira agora suas lentes para os ódios e amores skakespearianos.


O cineasta deu início na semana passada às gravações de ‘Som e Fúria’, seu novo projeto para a emissora, sobre uma companhia de teatro que monta peças de Shakespeare. O cenário principal é o Teatro Municipal de São Paulo, que reservou para esse trabalho tardes livres e, especialmente, as madrugadas. Foi na virada de quinta para sexta passada que a Folha acompanhou Meirelles na direção de cenas com Andréa Beltrão, Daniel de Oliveira, Chris Couto, Felipe Camargo, Pedro Paulo Rangel e Maria Flor, entre outros.


Essa será a primeira minissérie da Globo realizada por uma produtora independente. Até então, a parceria com a O2, de Meirelles, produziu, além de ‘Palace 2’, os seriados ‘Cidade dos Homens’ e ‘Antônia’.


Em um intervalo das gravações de ‘Som e Fúria’, ao lado da escadaria do Municipal, Meirelles falou à Folha sobre a minissérie, seu próximo longa, também relacionado a Shakespeare (no qual ele trabalhará após a estréia de ‘Ensaio sobre a Cegueira’, em setembro), a concorrência que a Globo enfrenta, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, ‘que daria um vilão sensacional’, e seu voto nas próximas eleições, que ‘seria de Alckmin, mas não vai ser mais por causa do [candidato a vice] Campos Machado’.


FOLHA – Você vai trabalhar com Shakespeare nesta minissérie e em seu próximo filme. Por quê?


FERNANDO MEIRELLES – Sempre gostei de Shakespeare. Li o romance ‘Trabalhos de Amor Perdido’, do Jorge Furtado, de 2006, versão dessa peça [homônima] do Shakespeare [e do qual o filme será adaptado], e isso me despertou interesse maior. Voltei a ler peças e ver as montagens em São Paulo. Shakespeare é como droga, quanto mais você usa, mais quer. Estou nessa fase de encantamento.


FOLHA – ‘Palace 2’ (2000) foi uma das primeiras parcerias da TV aberta com produção independente. O espaço a independentes já é ideal?


MEIRELLES – A produção independente nos últimos dez anos passou a existir. A TV a cabo trabalha com independentes, sem falar da internet. O mercado explodiu. A Globo, curiosamente, não. Contrata pouca produção independente. Essa minissérie é legal para mostrar que é possível que independentes façam projetos grandes.


FOLHA – O espaço para produção independente na TV deverá crescer?


MEIRELLES – É uma questão de ciências. Se essa minissérie for bem de ibope, certamente eles se entusiasmam. Tinha uma resistência para as primeiras séries. Deu certo o primeiro ano, contrataram o segundo, e assim foi. E os outros canais usam [produção independente]. O elenco dessa minissérie é grande, não imagina como foi difícil montar. Todo mundo em quem a gente pensou estava ocupado.


FOLHA – Falta ator no mercado?


MEIRELLES – Não tem ator. Com as novelas da Record, Band, Globo, do SBT, as coisas de internet… Agora a HBO está produzindo. Ainda não conseguimos contratar todo o elenco da minissérie, está todo mundo comprometido. Não tem atores [disponíveis] no Brasil.


FOLHA – Não é uma falha do garimpo, de achar gente nova no teatro?


MEIRELLES – Mesmo assim está complicado. Nesta minissérie, na verdade, temos sete, oito nomes grandes e 110 nomes que quase ninguém conhece. Vai ser o lançamento de uma safra.


FOLHA – O que acha de projetos de lei que estabelecem que as emissoras exibam cotas obrigatórias de produção independente?


MEIRELLES – Teoricamente o mercado deve se regulamentar, mas haver uma certa obrigatoriedade de espaço para a produção brasileira é importante. Senão essas emissoras estrangeiras pegam enlatados e põe legendas. Sou favorável a uma cota. Não metade da programação, mas dentro do razoável. E isso já garante espaço a independentes, porque fora as redes abertas, os outros canais não têm estrutura de produção.


FOLHA – Novas séries da Globo têm enfrentando problema com ibope. Como produtor independente, você deve considerar a concorrência positiva. Por outro lado, sua minissérie pode ter mais dificuldades…


MEIRELLES – Quando uma emissora se movimenta, a outra é obrigada a se movimentar. Embora pareça ruim para a Globo, é bom porque está buscando novos formatos. É um sofrimento positivo, e quem ganha é o público. A gente está fazendo essa minissérie pensando em audiência, claro, é TV. Mas sei que a concorrência não é mole.


País na TV agora não é só classe média, diz diretor


FOLHA – O autor de ‘Vidas Opostas’ [Record], que se passava na favela, disse ter sido influenciado por ‘Cidade de Deus’. A Globo fez ‘Duas Caras’, também em torno de favela. Seu filme teve o papel de levar a favela à teledramaturgia?


MEIRELLES – Acho que sim, mas não só. Teve ‘Carandiru’, ‘Tropa de Elite’. Antes, tinha essa coisa de que filme de favela não dá público, o chavão de que ‘pobre não gosta de ver pobre’. ‘Cidade de Deus’ fez grande bilheteria, ‘Carandiru’ superou, ‘Tropa de Elite’ virou esse fenômeno. As maiores bilheterias, inclusive da GloboFilmes [da Globo], são filmes que têm favela, o outro lado do Brasil. Aí caiu a ficha, né, ‘poin’!


FOLHA – Isso foi positivo?


MEIRELLES – Eu acho, é a cara do Brasil. Deve ser muito chato para o cara que mora na favela, assiste à TV há 30 anos e nunca se viu retratado. É uma democratização dos temas. Parece que o mundo oficial da TV era a classe média. Agora o país é tudo, não só a classe média.


FOLHA – Por outro lado, há críticas de que a favela só é retratada como violenta, nas novelas e no filme.


MEIRELLES – No Rio, as favelas são de fato violentas, não é um preconceito, é uma estatística. Mostrar isso mais ou menos realmente é uma opção, mas é a percepção que temos da favela. Mas é um pouco estigmatizado, você tem razão. É um estigma que entendo por que existe.


FOLHA – Você tem vontade de um dia voltar à favela com outro olhar?


MEIRELLES – Pode ser, mas não há nenhum projeto. Na O2, ficamos seis anos em favela. Teve ‘Cidade de Deus’, depois a série e o longa ‘Cidade dos Homens’, e ‘Antônia’, que não mostrava violência. Acho que já demos nossa contribuição.


FOLHA – Você começou na TV como cameraman do Ernesto Varela [repórter irreverente interpretado por Marcelo Tas nos anos 80]. Por que esse trabalho é visto com nostalgia?


MEIRELLES – Varela tinha uma liberdade que hoje, nem que queira, não se pode ter. A gente não pedia autorização, ninguém tinha que assinar nada. Além de câmera, montava o Varela. Pegava meus discos, punha música e colocava no ar. Hoje, toda semana o ‘Pânico’ é processado. É tudo com direito [autoral], contrato. Aparece alguém na rua tem que pedir autorização. A gente não conseguiria fazer aquelas coisas com essa invasão de advogados em nossa vida, como existe hoje.


FOLHA – Como está seu projeto de fazer uma série sobre procuradores?


MEIRELLES – Por enquanto não rolou, apesar de a Globo gostar. É genial esse tema de procuradores, Polícia Federal, Supremo Tribunal Federal, juízes.


FOLHA – A operação Satiagraha acaba sendo uma boa novela, não?


MEIRELLES – Total, total. O Gilmar Mendes dá um vilão sensacional. Pode publicar [risos].


FOLHA – Você elogiou o Cidade Limpa de Kassab. Ele terá seu voto?


MEIRELLES – Essa eleição vai ser difícil. Alckmin seria a minha alternativa, mas -isso pode publicar- por causa do Campos Machado [vice do tucano], não vou votar nele. Escreva aí por favor: não sei em quem vou votar, mas [olha o gravador e fala separando sílabas] por causa do Campos Machado não vou votar no Alckmin. O Kassab é um cara que consegue fazer coisas que outros não conseguiram. A restrição de caminhões, por exemplo, e tirar algumas favelas, como a da Lapa, na ponte Anhangüera… Mas a Marta falou que a ênfase dela é no transporte, o que acho interessante. Vou analisar. O que sei [grita para o gravador] é que, por causa do Campos Machado…’


 


 


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Adaptação terá piada com Gilberto Gil


‘‘Som e Fúria’ estréia em fevereiro de 2009. A princípio, serão 12 capítulos, exibidos em três semanas, mas Meirelles negocia com a Globo mais quatro episódios, para uma quarta semana. A minissérie é uma versão do seriado canadense ‘Slings and Arrows’ (estilingues e flechas). Seu produtor, Niv Fichman, que trabalhou em ‘Ensaio sobre a Cegueira’ com Meirelles, enviou os DVDs da série ao diretor.


A história gira em torno de uma companhia de teatro que enfrenta crise financeira e monta quatro peças de Shakespeare: ‘Sonhos de um Noite de Verão’, ‘Hamlet’, ‘Macbeth’ e ‘Romeu e Julieta’. Além da direção, Meirel- les é responsável por adaptações no roteiro. ‘Vamos mostrar a realidade brasileira do teatro, a busca por patrocínio, o uso de leis de incentivo’, afirma o diretor.


Com isso, sobrou para o ministro da Cultura, Gilberto Gil. ‘O diretor do teatro vai ao MinC para tentar verba. Quando a porta do gabinete é aberta, o que se ouve é o ministro cantando, caindo no samba. O assessor diz que ele está em reunião. É uma piada com o Gil, mas do bem’, conta Meirelles, rindo.


A minissérie será a primeira a ser rodada com uma câmera de alta definição chamada Red, criada para substituir a película do cinema.’


 


 


 


Folha de S. Paulo


‘Nip/Tuck 5’ termina em clima pesado


‘A quinta temporada de ‘Nip/Tuck’ chega ao final hoje à noite, no canal Fox, com uma espécie de reafirmação das conseqüências desastrosas da mudança da dupla de cirurgiões plásticos de Miami para Los Angeles. A atração de Sean McNamara (Dylan Walsh) e Christian Troy (Julian McMahon) pelo mundo da fama e das celebridades de Hollywood ‘desandou’ a já conturbada relação dos médicos.


Com quase dez capítulos a menos do que o inicialmente previsto, por conta da greve dos roteiristas do início do ano, a nada leve quinta temporada teve morte acidental, drogas, assassinato, incesto etc. O episódio de hoje marca a volta de Colleen Rose (Sharon Gless), a agente psicótica de Sean, que nesta temporada estrela ‘Hearts ‘n Scalpels’, uma série dentro da série.


O desfecho em aberto da ‘atração fatal’ de Colleen pelo médico/ astro é um dos ganchos típicos de um término de temporada de meio de ano. O destino de Julia (Joely Richardson), envenenada pela ‘enteada’ Eden (AnnaLynne McCord), com mercúrio, também fica no ar. A atriz Jennifer Coolidge, como Candy Richards, que dá nome a este episódio, é o único e precioso alívio cômico do fim de temporada desta série deliciosamente pesada. (ES)


NIP/TUCK – 5ª TEMPORADA


Quando: hoje, às 22h


Onde: na Fox


Classificação indicativa: não informada’


 


 


 


ANIMA MUNDI
Marco Aurélio Canônico


Anima reverencia mestre do ‘stop motion’


‘O nome dele está no restaurante de ‘Monstros S/A’ (2001), da Pixar, e no piano de ‘A Noiva-Cadáver’ (2005), de Tim Burton, lembrando às novas gerações seu papel fundamental no desenvolvimento da animação.


O norte-americano Ray Harryhausen, mestre do ‘stop motion’ (técnica que filma, quadro-a-quadro, bonecos articulados em cenários em escala, dando a impressão de movimento), também terá seu nome destacado hoje, na abertura do 16º Anima Mundi para o público, em São Paulo.


No Papo Animado conduzido por Arnold Kunert, que trabalha com Harryhausen há mais de uma década -com 88 anos, o homenageado não pôde vir ao Brasil-, o público poderá ver os incríveis monstros e bonecos criados desde 1949.


‘Acho seguro dizer que ele foi o indivíduo que mais teve influência na indústria cinematográfica em geral, tendo em vista como os efeitos especiais se tornaram parte integral do negócio’, afirmou Kunert à Folha, no Rio. ‘Nos últimos 25 anos, todos os artistas de efeitos especiais que foram indicados ou venceram o Oscar citam Ray como inspiração.’


O público também poderá conferir o trabalho de Harryhausen em clássicos como ‘Fúria de Titãs’ (1981), ‘Jasão e os Argonautas’ (1963) e ‘As Novas Viagens de Simbad’ (1974), que serão exibidos em sessões até domingo (27/7), no auditório do Centro Cultural Banco do Brasil (veja endereços e destaques abaixo).


Professor de Harvard


Ainda hoje, às 21h30, o festival recebe o alemão Andreas Hykade -a conversa acontece na sala 3 do Memorial. Nascido em 1968 e professor de Har- vard (EUA), ele dirige, desde 2003, série infantil ‘Tom & the Slice of Bread with Strawberry Jam & Honey’ (a sessão é desaconselhável para menores de 16 anos).


DESTAQUES DE HOJE


Curtas 14


A sessão tem ‘Kodomo no Keijijogaku’, de Koji Yamamura; às 13h, no CCBB


O Monstro do Mundo Perdido


De Harryhausen; 16h (CCBB)


Papo Animado – Arnold Kunert fala sobre Ray Harryhausen


Às 19h30, no Memorial (3)


Curtas 4


Com ‘La Maison en Petits Cubes’, de Kunio Kato; às 22h, no Memorial (sala 1)


Serviço:


Endereços: Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664; tel. 0/xx/11/ 3823-4600; R$ 3 a R$ 6) e CCBB (r. Álvares Penteado, 112; tel. 0/ xx/11/3113-3651; R$ 4)


Classificação indicativa em www.animamundi.com.br


 


 


 


MEMÓRIA / DERCY GONÇALVES
Sergio Torres


Enterro de Dercy Gonçalves reúne de fãs a sambistas da Viradouro


‘Com o caixão posto em pé dentro da sepultura, o corpo da atriz e comediante Dercy Gonçalves foi enterrado ontem à tarde, em meio a muita confusão, no cemitério de sua cidade natal, Santa Maria Madalena, a 230 km do Rio, na região noroeste do Estado.


Na avaliação da Defesa Civil do município, havia no cemitério cerca de 5.000 pessoas, que, espremidas umas contra as outras, se emocionaram com a despedida da artista, morta no sábado, no Rio, aos 101 anos, de complicações decorrentes de pneumonia.


O velório no Clube Montanhês, iniciado anteontem, e o sepultamento pararam Santa Maria Madalena. A cidade lotou com delegações de fãs de municípios da região, como Trajano de Morais e São Sebastião do Alto, e outros mais afastados, como Macaé e Campos.


Dercy foi enterrada no mausoléu em forma de pirâmide de vidro que mandara construir em 1991. Como desejava, o caixão não foi colocado na posição horizontal, como é costumeiro. A sepultura tem 2,40 m de fundura, para que o caixão pudesse ficar em sentido vertical. Dercy sempre dizia que gostaria de ser enterrada de pé, para, de alguma forma, acompanhar o crescimento da cidade que tanto amava. Afirmava ela que, deitada, não conseguiria ver nada depois de morta.


As despedidas e homenagens a Dercy começaram cedo em Madalena, como a cidade é conhecida no Rio. Às 6h, a banda da cidade realizou uma alvorada festiva em homenagem à atriz e também à padroeira do município. Também chegaram à cidade ritmistas, passistas e cantores da Velha Guarda da escola de samba Unidos do Viradouro, de Niterói.


O grupo interpretou, ao lado do caixão, o samba-enredo ‘Bravo Bravíssimo’ da Viradouro, cujo desfile de 1991 foi marcado pela imagem de Dercy, aos 84 anos, com os seios de fora.


Não havia artistas no cemitério. Da família de Dercy, só compareceram ao sepultamento a filha única, Decimar Senra, 73, e a bisneta Melissa, 31.


Entre os presentes no enterro estava Paola Domingos, 12, a Dercyzinha, vencedora no ano passado, em Madalena, do concurso de melhor imitadora de Dercy. Vitoriosa, passou a imitar a artista, vestindo roupas idênticas às usadas por ela, além de peruca e bengala. Até nas entrevistas Dercyzinha evoca Dercy, pois responde sempre com palavrões pesados e impropérios.’


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 23 de julho de 2008


LEI SECA EM DEBATE
Luiz Weis


Entre bafômetros e algemas


‘Para um mês de férias, foi um movimento e tanto. Neste julho, graças ao choque cultural provocado pela lei seca, primeiro, e pelo barulho armado em torno da Operação Satiagraha, depois, fazia tempo que não se topava por aqui com uma discussão a quente sobre duas coisas sem as quais a sociedade democrática vira uma terceira, desfigurada. Direitos individuais, de um lado. Interesse público, de outro. De um lado e de outro não porque se oponham necessariamente, mas porque são duas metades de uma engrenagem feitas para funcionar em permanente tensão.


O bom do debate público é que expõe, além das verdades ostensivas dos debatedores, as verdades sobre os debatedores – os interesses por trás dos argumentos. Esses interesses, reduzidos a pele e ossos, sempre são por poder, prestígio ou riqueza, sob quaisquer de suas inumeráveis manifestações. Argumentos desinteressados também existem, sem dúvida. É fácil identificá-los: são os que admitem que outras idéias devem ser levadas em conta, não por fair play, mas porque elas podem ser procedentes. Nessas preciosas situações, o debate ilumina, em vez de apenas soltar fumaça.


Não teve muito disso nos tiroteios em que se envolveram juízes, policiais, procuradores e advogados, sobre as ordens de prisão e os habeas-corpus dados a Daniel Dantas, ou sobre a ‘espetacularização’ – já não bastasse a palavra Satiagraha! – das ações do delegado Protógenes. Teve menos ainda nas reações ouriçadas à tolerância zero a beber e guiar. Nesse caso em especial, impera o que o jornalista americano Mac Margolis, correspondente da revista Newsweek no Brasil, teve o estalo de chamar ‘laissez-faire da barbárie’. (O seu artigo, O bafo dos inconformados, domingo último neste jornal, é de ler e guardar.)


Naturalmente, nem todos os críticos da lei da temperança são tolerantes com a barbárie, muito menos bárbaros eles próprios. Mesmo assim, ao acusar o Estado de abater a sua mão pesada sobre a liberdade do cidadão que não teria por que pagar pela embriaguez alheia, eles tropeçam na realidade elementar segundo a qual a intervenção punitiva do poder público no que seriam relações exclusivamente privadas – como entre fumantes e não-fumantes, para citar um exemplo aparentado – é tanto mais justificada quanto mais essas relações se dão sob o desdém dos espaçosos pelos incomodados, na linha da máxima cafajeste ‘os outros que se danem’.


Sociedades civilizadas são aquelas em que a família e a escola incutem nas novas gerações que o bem-estar de cada um – em situações e ambientes públicos – não só não se pode dar à custa do bem-estar alheio, mas, antes, depende em ampla escala do bem-estar alheio. À medida que se forma e se consolida essa modalidade de círculo virtuoso, o poder de repressão do Estado em favor do bem comum passa a ser latente: as leis que tipificam e castigam as condutas socialmente inaceitáveis não desaparecem dos códigos, nem se atrofia a capacidade do Estado de fazer com que sejam cumpridas, mas o aparato repressor fica, por assim dizer, recolhido aos quartéis.


‘Algema também educa’, escreve ironicamente Margolis, ao contar que só depois de ver o seu carro imobilizado com uma enorme trava amarela da polícia de Boston se convenceu ‘do bom senso de estacionar corretamente’. Por nos faltar o bom senso das sociedades civilizadas – há quem argumente que nos estamos afastando, em vez de nos aproximarmos, desse porto seguro para convivência entre estranhos -, enquanto o cotidiano se torna cada vez mais difícil nas nossas sufocantes metrópoles, o que se precisa, sim, é de mais leis civilizadoras e mais estrita aplicação das leis. Literalmente, até aprendermos.


Que país é este?, perguntaria o inesquecível Francelino da ditadura, em que a lei do respeito à faixa de pedestres ‘é tida como um costume exótico’, lembra o jornalista americano (menos em Brasília, herança do governo Cristovam Buarque). Outra face da incivilidade vem de sermos desiguais perante a lei – quem sabe, a mãe de todas as desigualdades. A incivilidade, no caso, se expressa numa perversão: aqueles cansados de saber que não têm conforto a esperar da polícia e do sistema judicial costumam reagir com júbilo feroz quando vêem na TV um rico ser tratado como eles (ou quase). O símbolo são as algemas.


A ‘democratização’ da violação dos direitos da pessoa consola os que, na prática, deles mais precisam – e nunca viram a elite branca, salvo os ativistas de sempre, protestar contra as arbitrariedades de que são alvo permanente. E quando um doutor recupera a liberdade em horas, no Supremo Tribunal, para a grande maioria é a enésima prova de que o caminho das pedras no Brasil passa por um bom advogado – ou por amigos certos nos lugares certos. Vai ver é isso mesmo, mas a hipótese de que a prisão talvez não se justificasse nem sequer é cogitada.


De toda maneira, algo ficará do debate das últimas semanas, se não pelo que tenha feito um certo número de brasileiros pensar sobre a questão do complicado enlace entre direitos individuais e direitos da coletividade, pelos possíveis desdobramentos dos fatos que o provocaram. Se, ao contrário do que parece, daqui a um punhado de meses ficar demonstrado que a lei seca é mais uma daquelas que não vingaram – e os bafômetros virarem piada -, os cínicos terão a que brindar. Afinal, eles bem que sustentavam, com essas ou outras palavras, que as instituições pouco podem no Brasil para provocar mudanças de atitudes sociais, por incapacidade de punir os que se recusam a mudar.


E será um motivo de desalento para todos aqueles que participaram da discussão da forma mais singela possível, simplesmente dizendo aos institutos de pesquisa que aprovavam a maior inovação no Código de Trânsito Brasileiro desde o seu aparecimento, em 1997 – segundo o Datafolha, foi o que responderam 86% dos entrevistados no Rio e em São Paulo.


Luiz Weis é jornalista’


 


 


 


ELEIÇÕES / EUA
Howard Kurtz


‘NYT’ rejeita artigo e irrita republicano


‘The Washington Post, Washington – Assessores de John McCain denunciaram ao mundo inteiro que a página de editoriais e artigos de The New York Times recusou seu artigo sobre a política para o Iraque, dias depois de ter publicado texto semelhante de Barack Obama. O artigo de Obama afirmava que seu governo retiraria ‘com segurança’ a maior parte das forças americanas do Iraque em 16 meses. Os assessores de McCain, pressentindo uma oportunidade de confrontar o democrata, apresentaram seu artigo ao jornal de Nova York na sexta-feira.


‘O sucesso do reforço não mudou a determinação do senador Obama de retirar todas as nossas tropas de combate’, dizia o texto. ‘Em artigo assinado no New York Times e em um discurso pronunciado na semana passada, ele (Obama) apresentou seu ?plano para o Iraque? antes de sua primeira viagem investigativa àquele país. O plano consiste na mesma velha proposta de retirar todas as nossas forças no prazo de 16 meses.’


Cerca de duas horas mais tarde, David Shipley, o editor de opinião, escrevia: ‘Gostaria muito de publicar o artigo do senador. Entretanto, não posso aceitá-lo do modo como está. Todavia, ficaria feliz em analisar outra versão. Permitam-me sugerir uma abordagem. O artigo de Obama foi útil porque apresentou novas informações (foi publicado antes de seu discurso). Enquanto o senador Obama apresentava discordância em relação à posição do senador McCain, também apresentava detalhes sobre seus próprios planos. Seria fantástico ter um artigo de McCain que refletisse o de Obama. Para isso, o artigo teria de explicar, em termos concretos, como o senador McCain define a vitória no Iraque’, argumentou Shipley.


Os estrategistas de McCain tinham três escolhas: refazer o artigo para o New York Times; apresentá-lo a outro jornal; ou encaminhá-lo ao site do jornalista Matt Drudge. Escolheram a última opção. O Times emitiu um comunicado: ‘É procedimento-padrão na nossa página de opinião, e na de outros jornais, devolver um artigo ao autor para que seja reformulado a fim de ser publicado.’’


 


 


 


O Estado de S. Paulo


‘Vanity Fair’ ironiza capa da ‘New Yorker’


‘AP – Uma capa preparada para a edição de agosto da ‘Vanity Fair’, mas depois abandonada, trazia uma ilustração do republicano John McCain no Salão Oval se apoiando em um andador ao lado de sua mulher, que segura frascos de remédios. A imagem, divulgada ontem no site da ‘Vanity Fair’, ironiza a revista ‘The New Yorker’, que trouxe uma caricatura do democrata Barack Obama e sua mulher vestidos como militantes islâmicos.’


 


 


 


INTERNET
O Estado de S. Paulo


Lucro do Yahoo cai 18% no trimestre


‘O Yahoo anunciou queda de 18% no lucro do segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2007. Pressionado pelo crescimento das despesas operacionais e pela diminuição das margens, o resultado não alcançou as projeções dos analistas. O lucro foi de US$ 131,2 milhões, ou US$ 0,09 por ação, ante US$ 160,6 milhões, ou US$ 0,11 por ação, um ano antes. O faturamento no período cresceu 5,9% e chegou a US$ 1,8 bilhão.’


 


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Autora e ator visitam doentes mentais


‘A novela nem começou a ser gravada, mas Glória Perez e o ator Bruno Gagliasso já iniciaram o laboratório para compor o principal merchandising social de Caminho das Índias, próxima trama das 9 da Globo.


Glória pretende tratar com profundidade na novela o drama dos portadores de doenças mentais e a relação deles com a sociedade. Na trama, Bruno Gagliasso será Tarso, um jovem que sofre de esquizofrenia.


Ambos já estão visitando instituições que cuidam e desenvolvem trabalhos com doentes mentais. Bruno pretende acompanhar de perto a rotina dos pacientes.


A idéia surgiu há dois anos, quando a autora assistiu ao show da banda Harmonia Enlouquece, criada dentro do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro.


Além do personagem de Bruno e de um psiquiatra, vivido por Stênio Garcia, Glória pretende inserir no folhetim depoimentos reais de portadores de doenças mentais, assim como fez com dependentes químicos em O Clone. A novelista também quer mostrar trabalhos de ONGs e instituições que usam a arte como parte do tratamento para esse tipo de paciente.’


 


 


 


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Bastidor dos bastidores


‘Som e Fúria, minissérie da Globo sobre os bastidores de um grupo teatral, começou a ser gravada esta semana, no Teatro Municipal de São Paulo. Depois, a equipe migra para os estúdios da produtora O2 em Cotia. Na foto, papo entre o diretor Fernando Meirelles e os protagonistas Felipe Camargo e Pedro Paulo Rangel.


Entre-linhas


‘Novela é muito chato’, afirmou a autora Maria Adelaide Amaral em entrevista ao CQC, no ar anteontem, na Band.


A entrevista foi feita em evento com Dercy Gonçalves. Amaury Jr. e CQC alardearam que tinham a última entrevista com a artista, morta no último sábado. De fato, Amaury Jr. estava lá, mas foi Danilo Gentili o último a falar com ela.


Três Irmãs, a próxima novela das 7, ganhou reportagem na revista de programação asiática Content Asia. A equipe do folhetim de Antônio Calmon gravou cenas na Indonésia.


Jorge Kajuru negocia uma atração de esportes no SBT.


O Funny or Die, um portal de vídeos americano voltado apenas para o humor, vai ganhar uma versão brasileira na segunda-feira, o Morra de Rir. O site, criado pelo ator Will Farrell, é notório nos EUA por ter diversos colaboradores famosos, como a comediante Sarah Silverman, Eva Longoria e o ator Ben Stiller.


O Morra de Rir terá vídeos exclusivos de Danilo Gentili, Fábio Porchat, Diogo Portugal, Ivete Sangalo e Sabrina Sato, dentre outros.


A Record comemora em setembro 55 anos no ar. Por lá, todos sabem que vai haver festa, mas não há nada ainda definido na programação.


Diretores da rede também continuam fazendo cara de paisagem quando o assunto é a versão da série Betty, A Feia, que a Record deve produzir.’


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