Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

TVs disputam entrevista com acusado do caso Eloá


Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas. 
 


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 6 de outubro de 2009 


 


TELEVISÃO


Rodrigo Russo


TVs disputam entrevista com acusado do caso Eloá


‘Quase um ano depois do seqüestro que culminou na morte da garota Eloá Pimentel, emissoras de televisão disputam uma entrevista exclusiva com Lindemberg Alves Fernandes, acusado de cometer os crimes e atualmente preso em uma penitenciária de segurança máxima em Tremembé (a 147 km de São Paulo).


Segundo a defesa de Lindemberg, a decisão ainda não foi tomada e depende da aprovação de seu cliente e da família do preso, além de autorização da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado – que, por meio de nota, informou que não se manifesta sobre pedidos de entrevista com presos sob sua custódia.


A preferência, até o momento, é para o novo programa de Roberto Cabrini no SBT – que deve ir ao ar em novembro, sem data definida, e apostando em jornalismo investigativo- por apresentar proposta de um especial de uma hora de duração, no formato documentário. A RedeTV! confirma que está negociando a entrevista com Lindemberg para o programa ‘Superpop’, apresentado por Luciana Gimenez, mas diz que o formato em que será feita está sendo discutido. Por meio de sua assessoria, a Globo diz que não se manifesta sobre negociações em andamento. Já a Band e a Record negam interesse.


O advogado de Lindemberg diz que as propostas não envolvem nenhum tipo de pagamento, e que, por garantir exclusividade à emissora escolhida, quer participar da formatação da entrevista – sem que haja nenhum tipo de censura a ‘perguntas jornalísticas’.


HELIÓPOLIS


Depois de abordar a situação da Cracolândia em dois programas, o ‘Profissão Repórter’ de hoje investiga Heliópolis, a maior favela de São Paulo. A equipe passou um mês na comunidade, a partir dos protestos contra a morte da estudante Ana Cristina, atingida por bala perdida durante ação policial.


NUDEZ EM PÂNICO


O ‘Pânico na TV’ de domingo ficou 16 minutos consecutivos em primeiro lugar no Ibope. A marca, maior que os 12 minutos atingidos na entrega de uma casa para Zina (do bordão ‘Ronaldo’), pode ser creditada à matéria em que duas panicats, acompanhadas por Christian Pior, ficaram nuas em uma praia naturista.


SETEMBRO LEGAL


O ‘Domingo Legal’, apresentado por Celso Portiolli, cresceu mais de dois pontos em relação a agosto e assumiu a vice liderança do horário em que é exibido (das 11 h às 15 h). A atração fechou o mês com 8,34 pontos de média no Ibope, contra 7,77 da Record.


50 POR 12


Com o fim da segunda temporada na Record de ‘ 50 por 1’, programa de viagens do em presário Álvaro Garnero, estreia neste sábado ‘12 Mulheres’. Da mesma produtora, e apresentada por Maria Cândida, a atração segue investindo no turismo, mas agora para contar a vida das mulheres locais. O primeiro destino do programa é a África do Sul.’


 


 


Folha de S. Paulo


Apresentador dos EUA pede à mulher desculpas por ‘affairs’


‘Após confessar, na semana passada, ter tido casos extraconjugais com algumas das funcionárias, o apresentador David Letterman pediu desculpas à mulher durante seu programa, o ‘Late Show’.


Letterman revelou os ‘affairs’ ao comentar que vinha sendo alvo de extorsão, com um pedido de pagamento de US$ 2 milhões para evitar que detalhes de sua vida fossem divulgados.


Segundo Brian Lakari, que assistiu à gravação do programa ontem, o apresentador americano fez um pedido sincero de desculpas à mulher e às funcionárias que trabalham no programa.


O vídeo de dez minutos em que o apresentador revela o episódio havia se tornado um dos mais assistidos no YouTube. A CBS, rede que exibe o programa, retirou do ar as cópias alegando direitos sobre as imagens. Ainda assim, o número de acessos no canal da rede no YouTube registrou um salto de 25% nos últimos três dias. Entre os mais assistidos está um trecho do noticiário que mostra Letterman falando sobre o assunto em seu programa.


Letterman vinha evitando tratar do tema após a confissão. Um dos convidados do programa, Larry David, astro da série ‘Curb Your Enthusiasm’, sem mencionar diretamente o caso, fez piada sobre o assunto. ‘Eu provavelmente quebrei o recorde de menor quantidade de sexo para uma pessoa que tem seu próprio programa’, disse. E acrescentou: ‘Provavelmente quebrei o seu recorde’.


O caso tornou-se piada em diversos programas de TV, como o ‘Saturday Night Live’ e no programa do apresentador Jay Leno. ‘Se você veio aqui nesta noite para sexo com o apresentador do talk show, você caiu no estúdio errado’, disse Leno.’


 


 


João Pereira Coutinho


Letterman no confessionário


‘CONVERTEU-SE EM clichê afirmar que a psicanálise substituiu o confessionário. Reza a lenda: antigamente, o pecador entrava na igreja, conversava com o padre de serviço e, depois das penitências, regressava ao mundo da luz e dos vivos. Com a alma limpa, intata, renascida.


Hoje, com o recuo do cristianismo na vida dos cosmopolitas, não há pai-nossos ou ave-marias para ninguém. Só divãs. O paciente entra, confessa os seus ‘pecados’ aos clérigos seculares e, com alguma sorte, encontra redenção para si próprio. Simplifico? Claro que simplifico. Pior: deturpo sem um pingo de vergonha. Qualquer leitor de Freud, o patrono da ‘ciência’ e um pessimista inestimável, sabe que a psicanálise não procura salvar os homens. Desde logo porque, seguindo ainda o doutor Sigmund, os homens não têm salvação.


O que resta? Apaziguamento. Reconciliação. Um programa mais modesto. O que não significa que não existam confessionários modernos. Existem. Mas eles não estão nos divãs urbanos onde os urbanos desfiam o seu rosário. Os confessionários estão na televisão. Todas as semanas, os mais notáveis infelizes surgem em grande plano para partilharem com o mundo as sujidades mais íntimas, os horrores mais privados. Como nos divãs da psicanálise? Exato.


Mas, ao contrário do que sucede nos divãs, os infelizes não procuram apenas apaziguamento ou reconciliação. Eles querem mais. Eles desejam perdão. E, na ausência de um Deus superior que os redima ou ame incondicionalmente, sobram as audiências. Quando a audiência aplaude, o infeliz sabe que o perdão existe. E a audiência aplaudiu David Letterman. Eu vi. Uns dias atrás, quando assistia ao ‘Late Show’, Letterman surgiu em tom grave para confessar pecadilhos graves. Nas palavras do próprio, ele dormira com empregadas do ‘staff’ do programa.


Repetidamente. Ao longo de anos e anos e anos. A audiência ria do monólogo, pensando que o monólogo era piada. Não era. Chantageado por um produtor da CBS, Letterman contava a verdade.


A primeira leitura parece simples: a melhor forma de terminar com a chantagem é revelá-la. Letterman foi perfeito na execução, desarmando assim o criminoso que exigia US$ 2 milhões para não tornar públicas as intimidades sexo-laborais de Letterman. O criminoso foi preso e aguarda julgamento.


Mas existe uma segunda leitura, que se resume na pergunta: por que expor uma confissão que, no limite, apenas interessaria à sra. Letterman? Mais: se a intenção de Letterman era expor o criminoso pela revelação da chantagem, não seria mais edificante contar a história à polícia e esperar que a polícia fizesse o seu trabalho? O resultado não teria sido igual, com vantagens para a dignidade pessoal de Letterman?


Dúvidas sem sentido: ao confessar a sua vida íntima na televisão, Letterman não se limitou a desmontar uma conspiração contra ele. Ironicamente, Letterman fez o que fazem os seus convidados: procurou nas audiências uma forma de reconhecimento e perdão. Com sucesso. Nessa mesma noite, ao presenciar o monólogo de Letterman, tive a desagradável sensação de ser um voyeur que assiste a um suicídio ao vivo. Como dizia o impagável H.L. Mencken, os americanos perdoam tudo, exceto a evidência de que alguém, algures, se diverte mais do que a média.


Erro meu. Nos dias seguintes ao número, os jornais foram benévolos com Letterman. O público também. De acordo com a opinião pública ou publicada, as confissões de Letterman foram ‘corajosas’. E, como sucede nos processos de expiação, a honestidade do apresentador só serviu para o tornar mais ‘humano’.


Eu não sei se Letterman ficou mais ‘humano’. Mas sei que, nas aparições televisivas seguintes, havia nele a leveza própria dos indultados: a leveza de quem se liberta de um fardo depois da ovação anônima e coletiva.


Voltamos ao início: a psicanálise substituiu o confessionário? Longe disso. O divã pode ter relembrado os conflitos essenciais que existem nos homens. Mas só a televisão, na sua vulgaridade exibicionista, consegue dissipá-los pelo julgamento efusivo das massas.


Houvesse David Letterman nas civilizações antigas e, imagino, Édipo, sentado no sofá, confessando aos tebanos os seus dilemas: ‘Sim, gente, matei o meu pai, comi a minha mãe. Mas será que devo sofrer por causa disso?’ Um banho de aplausos teria salvo o jovem rei.’


 


 


Clarice Cardoso


‘Grey’s’ tenta juntar pontas em sexto ano


‘Shonda Rhimes, a criadora de ‘Grey’s Anatomy’, bem que tentou evitar, mas as notícias expondo as negociações na renovação dos contratos dos atores ficaram entre os maiores ‘spoilers’ na história da série. Mesmo tentando disfarçar a possível saída de Katherine Heigl (Izzie Stevens ) e de T.R. Knight (George O’Malley) com um final de temporada inconclusivo, o vazamento do pedido de Knight para deixar o programa pôs fim a qualquer mistério que se quisesse manter até a chegada dos novos episódios.


Um vídeo de cinco minutos publicado no site oficial do programa pouco antes da estreia nos EUA, no dia 24, trazia uma reviravolta forçada que tentava desmentir aquilo de que já se suspeitava, sem convencer. O que se vê no novo episódio, que o canal Sony exibe por aqui com um mês e meio de diferença, é uma tentativa de amarrar em duas horas as pontas soltas da trama. Para, aí sim, iniciar uma nova fase.


Com cenas curtas em estilo ‘miniepisódios’, o roteiro mostra como os personagens resolvem os próprios dramas e lidam com a morte de um amigo para, nos minutos finais, trazer a virada que dominará o segundo episódio. Nele, pouco se ouvirá da morte de George ou da doença de Izzie.


Também com janela reduzida (as séries normalmente estreariam em fevereiro), ‘Desperate Housewives’, volta no dia 11. Sem vazamento de informações, mas ainda assim com resolução previsível, a estreia volta às situações da temporada anterior e à revelação da noiva misteriosa de Mike. Para dar fôlego ao sexto ano, a aposta é na já gasta fórmula da chegada de uma dona de casa suspeita à Wisteria Lane (a ex-’Família Soprano’ Drea de Matteo).


GREY’S ANATOMY e DESPERATE HOUSEWIVES


Quando: estreia em 09/11, às 21h, (‘Grey’s Anatomy’); e em 11/10, às 22h (‘Desperate Housewives’)


Onde: no Sony (14 anos)’


 


 


Folha de S. Paulo


Globo recebe cinco indicações ao 37º Emmy Internacional


‘A TV Globo recebeu cinco indicações ao 37º Emmy Internacional, premiação considerada o Oscar da televisão mundial.


‘Caminho das Índias’, escrita por Glória Perez, foi indicada na categoria melhor telenovela; a primeira temporada da série ‘Ó Paí, Ó’ (chamada em inglês de ‘a favela’) concorre como programa de humor. O especial ‘Mamonas Assassinas – Por Toda Minha Vida’ disputa a categoria de arte, enquanto ‘Maysa – Quando Fala o Coração’ concorre como melhor minissérie.


O especial ‘ Natal do Pequeno Imperador’ disputa a categoria infantil. Com cinco indicações, o Brasil está atrás apenas do Reino Unido (com nove). A premiação ocorre no dia 23 de novembro.’


 


 


ELEIÇÕES


Folha de S. Paulo


Abert diz que nova regra para TV e rádio é ‘amarra’


‘A nova regra da legislação eleitoral que determina às TVs e às rádios o dever de dar a qualquer tempo ‘tratamento isonômico’ aos pré-candidatos representa uma amarra e uma interferência no trabalho jornalístico, diz a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).


‘O problema é que se estende para o período pré-eleitoral a restrição. Quando é esse período? Não tem definição, é hoje. Quem são os pré-candidatos? Qualquer um pode se intitular pré-candidato’, afirma o presidente da Abert, Daniel Pimentel Slaviero.


A regra, que faz parte da minirreforma eleitoral sancionada por Lula na semana passada, libera a participação de pré-candidatos e filiados a partidos na programação das emissoras, mas determina que rádios e TVs observem o dever de ‘conferir tratamento isonômico’.


Para Slaviero, ‘tratamento isonômico’ não significa dar espaço igual a qualquer candidato. ‘Você não pode tratar os desiguais como iguais’, afirma.’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Das embaixadas


‘Governo ‘cede’, destacou a Folha Online, e revoga o decreto que suspendeu liberdade de imprensa, circulação, manifestação. Na manchete da Reuters Brasil, Honduras agora ‘aguarda a missão da OEA’.


Ao fundo, na BBC Brasil, a Associação Nacional de Indústrias, que apoia o golpe, pediu força de paz, mas ‘o Brasil não entraria, por causa da embaixada’, diz seu líder, só ‘países neutros’. Cita a Colômbia.


Por outro lado, deu no venezuelano ‘El Universal’ e ecoou no blog do enviado Fabiano Maisonnave, na embaixada de Tegucigalpa, que estudantes críticos a Hugo Chávez se prenderam a um sofá na embaixada em Caracas, pedindo apoio do Brasil para uma visita da Comissão de Direitos Humanos da OEA.


‘Itamaraty terá de reformar embaixadas para tantos hóspedes’, observou o blog Da Embaixada.


EUROPA E O PALCO GLOBAL


A Reuters adiantou o comunicado que sai hoje da reunião Brasil-União Europeia, cobrando dos EUA a definição do que quer para concluir a Rodada Doha.


Por outro lado, no ‘New York Times’, votação na Irlanda ‘abriu caminho para a adoção de um presidente poderoso’ para a UE, ‘visando a elevar seu papel no palco global’ ou ‘equilibrar a influência dos EUA e de potências emergentes como China, Rússia, Índia e Brasil’.


MUDA, FMI


Acaba hoje a reunião anual do FMI e do Banco Mundial para ministros e ‘atores privados’, na Turquia. O site da ‘Economist’ ressalta a busca de maior ‘avanço na redefinição dos votos para os países membros do FMI’, como acertado pelo G20.


MUDA, BIRD


Mas a atenção maior, nos títulos de ‘Financial Times’ e agências, desta vez é com o Banco Mundial, para o qual se busca ‘reforma em troca de capital’, com pressão do secretário do Tesouro dos EUA, Tim Geithner, sobre os europeus mais resistentes.


JOGOS & INVESTIMENTO


Por ‘FT’ e outros, as reportagens costumeiras sobre investimento crescente no Brasil agora acrescentam, aos ‘fundamentos econômicos’ e à ‘credibilidade’, a ‘escolha para sediar os Jogos de 2016, à frente de Madri, Tóquio e Chicago’. O ‘FT’ ressalta que o risco de moratória por aqui é hoje ‘menor que o da Itália’, do velho G7.


Já tem banco suíço apostando, no portal Exame, quais empresas cariocas valorizariam mais com os Jogos.


NEM V NEM W


Nouriel Roubini diz que os mercados reagiram ‘rápido demais’ e prevê que vão se reajustar à recuperação lenta, ‘em U’, efeito ainda da crise nos EUA


‘OS FINS JUSTIFICAM’


A coluna de Paul Krugman lamentava ontem no ‘NYT’ as reações na mídia republicana à derrota de Chicago. ‘Aplausos irromperam’ na sede da ‘Weekly Standard’, registrados pelo próprio site sob o título ‘Obama perde!’. O radialista Rush Limbaugh se disse regozijante, ‘gleeful’. Na manchete do Drudge Report, ‘Mundo rejeita Obama’.


JOGOS & REALIDADE


No Twitter, José Serra linkou artigo seu no ‘Globo’, em que destaca: ‘23 anos entre o sonho e a realidade. Lembro que a ideia foi levantada há 16 anos por João Havelange e Roberto Marinho, quando o prefeito era Cesar Maia’.


Na Veja.com, na nota ‘Carona olímpica’, ‘a deputada Solange Amaral, aliada de Cesar Maia, está desde cedo na Mesa Diretora, para protocolar pedido de uma comissão sobre as Olimpíadas’ e garantir a presidência.


PROPAGANDA


FHC, em entrevista ao portal RBS, um dia após a escolha: ‘Lula é incansável propagandista dele e do governo dele. E de bons resultados… Reconheço os bons resultados da propaganda (risos)’.


PARABÉNS


Sérgio Guerra, presidente do PSDB, em entrevista ao portal Terra, disse que a escolha do Rio ‘iria acontecer hoje, amanhã ou depois’, mas que ‘Lula está de parabéns pelo esforço que fez’.


SEM BÍBLIA


Em destaque ontem por ‘NYT’ e ‘Wall Street Journal’, a editora Condé Nast decidiu fechar publicações para cortar custos. Entre os títulos, a ‘Gourmet’, descrita como ‘revista de status quase bíblico no mundo da comida’


CELEB


Na manchete on-line do ‘FT’, ‘Celebridades enfrentam repressão ao apoio’ em comerciais. Comissão dos EUA definiu regras para permitir acionar ‘celebridades e até blogueiros’ que apoiem produtos com ‘falsas promessas’.’


 


 


CRISE


Folha de S. Paulo


Editora da ‘New Yorker’ deixa de publicar quatro revistas


‘A Condé Nast, editora norte-americana responsável pela publicação de revistas como a octogenária ‘The New Yorker’ e a influente ‘Vogue’, anunciou ontem o fechamento de quatro de seus títulos: ‘Modern Bride’ e ‘Elegant Bride’ (voltados para noivas), ‘Cookie’ (para mães) e ‘Gourmet’, publicação gastronômica fundada em 1941 (a mais antiga dos EUA) cujo cancelamento surpreendeu o mercado.


A decisão vem após um estudo da McKinsey & Company recomendar cortes de 25% no orçamento de diversas revistas da empresa. Só neste ano, a crise impôs perdas de mais de 8.000 páginas de anúncios à editora.


O cancelamento da ‘Gourmet’ era visto como improvável porque, além de a Condé Nast historicamente proteger suas publicações mais prestigiadas, a editora também é dona da ‘Bon Appetit’, revista gastronômica tida como menos gabaritada.


Em fevereiro, questionado sobre os rumores que apontavam para o fechamento de sua concorrente, Paul Jowdy, editor da ‘Bon Appetit’, reagiu com ceticismo: ‘Eles nunca fariam isso. Esses rumores são ridículos’.’


 


 


FUTEBOL


Folha de S. Paulo


Jogo da Inglaterra sai da TV e migra para a internet


‘Futebol apenas na tela do computador. O que para muitos parece inevitável num futuro próximo vai acontecer já no próximo sábado. E não será em uma partida qualquer.


Válido pelas eliminatórias para a Copa de 2010, o jogo entre Ucrânia e Inglaterra só poderá ser visto nos lares britânicos por meio da web -a outra alternativa é assistir a partida numa rede de cinemas.


A novidade acontecerá porque a empresa suíça Kentaro, que já teve os direitos dos jogos da seleção brasileira (e que também tem poder sobre partidas da Ucrânia em casa), não recebeu ofertas que julgasse boas da TV da Inglaterra.


A empresa resolveu então apostar na internet. Fez uma parceria com uma empresa especializada em transmissão de eventos esportivos pela rede, e vai cobrar de 4,99 libras (R$ 14) a 11,99 libras (R$ 34) pelo jogo, dependendo da data que o interessado fechar o negócio.


Por problemas técnicos, o acesso ao jogo, que também poderá ser feito através dos sites de jornais ingleses, será limitado a um milhão de internautas.


‘Nós estamos onde o dinheiro está, e o dinheiro já está na rede’, disse Philipp Grothe, o dono da Kentaro, que hoje só cuida da organização dos amistosos do Brasil pelo mundo.


Assim como parece inevitável que o futebol migre para a internet, o jogo entre ucranianos, que lutam por uma vaga na repescagem para o Mundial, e ingleses, já classificados, adianta outra tendência. E essa, a associação entre o esporte e casas de apostas, com sérios questionamentos éticos.


A Kentaro fechou um acordo com a Bet.365, gigante das apostas na internet.


Por ele, os clientes do site que se cadastrarem e fizerem um depósito mínimo de 10 libras (R$ 28) para usar em apostas assistirão o jogo do próximo sábado sem pagar mais nada.


‘Em seis meses ou um ano, isso será um negócio comum’, disse Grothe, o chefe da Kentaro, sobre a transmissão da partida pela internet. Ele se baseia no fato de que mais de 20 milhões de britânicos acompanham eventos esportivos regularmente pela internet e também pela disseminação da banda larga no país.


Opinião que não é compartilhada por torcedores e cartolas inglesas. A FA, a federação inglesa, lamentou que a partida contra a Ucrânia não seja transmitida pela televisão. Segundo a entidade, isso acontece por culpa exclusiva dos ucranianos, que são os donos dos direitos do confronto por atuarem em sua própria casa.


Publicamente, a FA critica, mas internamente pensa em no futuro adotar estratégia parecida com os jogos da seleção inglesa. Isso porque tem um rombo milionário nas suas contas depois que uma empresa irlandesa, sua parceira de negócios, quebrou recentemente.


Mark Perryman, porta-voz de uma associação de torcedores ingleses, atacou duramente a ideia. ‘A tela de um computador não é um lugar que você possa sentar no sofá com sua família e amigos. Acho que a audiência desse jogo na internet será baixa’, disse Perryman, que pede a intervenção da Uefa e da Fifa no assunto -ele diz que os jogos oficiais de seleções devem sempre ter transmissão pela televisão.


Outros críticos da novidade dizem que a repercussão negativa só não será maior porque a Inglaterra já está classificada e só vai cumprir tabela diante dos desesperados ucranianos.


Futebol pelo computador conspira contra outra tradição britânica, onde os jogos reúnem multidões nos pubs, os famosos bares do país.


Quem relevar tudo isso e optar pela internet, terá uma transmissão com promessa de qualidade. O principal comentarista do jogo será o sueco Sven-Goran Eriksson, ex-técnico da seleção inglesa.


Com agências internacionais’


 


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 6 de outubro de 2009 


 


LIBERDADE DE IMPRENSA


Moacir Assunção


Juristas dão apoio ao ‘Estado’ na luta contra a censura


‘Juristas reunidos ontem em seminário na Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) deram apoio ao Estado no combate à censura imposta por decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), em 31 de julho. Liminar a pedido do empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), impede o jornal de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investigou negócios da família.


Representante da AASP no encontro, que discutiu a relação entre jornalistas e juízes, o advogado Arystóbulo Oliveira de Freitas, vice-presidente da entidade, disse que a censura não ajuda em nada, ao contrário, semeia mais abusos. ‘Ninguém pode ser o senhor da distribuição da informação’, criticou. A atividade integrou o ciclo de estudos O Judiciário e a Sociedade.


O advogado do Estado, Manuel Alceu Afonso Ferreira, disse ter ficado ‘muito satisfeito’ com a solidariedade dos colegas. ‘Não resta dúvidas de que a nossa tese – de que, entre a liberdade de expressão e os direitos individuais do cidadão, deve prevalecer o interesse público – foi acolhida’, afirmou. Manuel Alceu contou que no material censurado pelo TJ-DF há ‘coisas de pasmar’.


O jurista Walter Ceneviva disse que algumas medidas recentes, como a declaração de incompetência do TJ-DF, prejudicam a imagem do Judiciário. ‘São decisões vergonhosas. Como se pode mandar o caso para alguém que é praticamente dono do Estado em que a questão será julgada?’, indagou.


INCONSTITUCIONAL


Em debate sobre a extinta Lei de Imprensa, promovido ontem pelo Ministério Público Federal do Rio e pela Associação Nacional dos Procuradores da República, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) declarou que a mordaça decretada pelo Judiciário pode aparentar legalidade, mas fere a Constituição.


‘A censura sempre foi exercida pela polícia e, de repente, está no Judiciário, dando a impressão à população de que tem legalidade. Mas ela não tem amparo constitucional’, frisou.


Para Miro, a censura ao Estado cairá no Superior Tribunal de Justiça (STJ). ‘Daqui a pouco chega ao STJ, onde, sobre censura, há decisões formidáveis. O advogado Manuel Alceu está trabalhando com a prudência de suprimir instâncias, em um exercício de sangue-frio, de paciência, para chegar a uma súmula vinculante.’


COLABOROU MARCELO AULER


Liminar do Tribunal de Justiça do DF em ação movida por Fernando Sarney proíbe o jornal de publicar dados sobre a investigação da PF acerca de negócios do empresário, evitando assim que o ‘Estado’ divulgue reportagens já apuradas sobre o caso’


 


 


Roberto Almeida


É ‘imperativo’ tirar caso do Maranhão, diz ONG na França


‘A Repórteres Sem Fronteiras, principal ONG em defesa do jornalismo mundial, com sede em Paris, emitiu ontem nota sobre a censura ao Estado. A entidade classifica como ‘imperativa’ a necessidade de mudar o local de audiência do processo, remetido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) para a Justiça Federal do Maranhão.


‘É incompreensível que o processo seja transferido para o Estado do Maranhão, cuja governadora se chama Roseana Sarney, irmã de Fernando Sarney. Como esperar uma Justiça imparcial em um fórum que tem, para cúmulo, o nome do avô do queixoso?’, questiona. O fórum de São Luís, citado pela ONG, chama-se Sarney Costa, pai do senador José Sarney e avô de Fernando Sarney.’


 


 


FOTOGRAFIA


Simonetta Persichetti


O que vem depois das tragédias


‘São imagens impactantes as 39 fotografias de Robert Polidori, que o Instituto Moreira Salles e o Museu da Casa Brasileira vão apresentar agora em São Paulo. Imagens que nossos olhos se desacostumaram a ver, numa sociedade contemporânea em que a estética do entretenimento está cada vez mais em moda e o que mais interessa é o sensacionalismo imagético e barulhento. Não é isso que vemos nas fotografias realizadas por Polidori, que até 2007 colaborava sistematicamente com a revista New Yorker. De acordo com uma linguagem em que o ato fotográfico é também sujeito e tema e criação imagética são uma coisa só, ele nos apresenta grandes espaços vazios, mas lotados de significados. Nada é demais, tudo está milimetricamente ajustado, composto.


Fotógrafo nascido no Canadá, desde criança mora e trabalha nos Estados Unidos. Ele atua com câmeras de grande formato – o que permite uma riqueza de detalhes e uma alta definição imagética – e registra a presença pela ausência. São as marcas deixadas pelo homem nas cidades depois que tragédias, catástrofes naturais ou sociais as atacaram.


Sua temática é a cena urbana, ensaios realizados ao longo de 20 anos, como as fotografias feitas em Pripyat e Chernobyl, 15 anos após o acidente nuclear em 1986, a cidade de Havana, ou New Orleans depois da passagem do furacão Katrina em 2006. Apartamentos em Nova York, invadido por vândalos ou a construção comercial de Alexandria (Egito), Amã (Jordânia) e Varanasi (Índia). Em alguns momentos suas composições nos lembram cenas de cinema – não é à toa, visto que nos anos 70, em Nova York, trabalhou como assistente de direção em filmes experimentais, até passar a se dedicar inteiramente à fotografia a partir de 1979. Mas o que se destaca em suas imagens é a estética em aparente confronto com o que fotografa. Do Canadá, ele respondeu ao Estado.


Embora não sendo jornalista, seus temas são jornalísticos. Ao mesmo tempo, o sr. não fotografava o fato, mas fotografa o ‘depois’. Como se deu essa opção?


É porque meu interesse está voltado mais para a história e a passagem do tempo. Me interesso menos pelos fatos em si e mais pelas consequências dos fatos para a história, para o tempo.


Uma das características das suas imagens é que as pessoas quase não aparecem nas suas fotografias. Por quê?


Acredito que as fotografias são melhores quando fotografamos o que não se move. O cinema já é bem forte em representar o que se mexe. Eu gosto de fotografar as marcas deixadas pela vontade dos homens ou as suas consequências.


Por que optar por câmeras de grande formato. Uma decisão puramente estética?


Trabalhar com este tipo de câmera ou formato é crucial para meu trabalho, na medida em que acredito que o tempo necessário para trabalhar com este tipo de equipamento leva a uma imagem mais precisa, e, portanto, o significado da fotografia é mais profundo, os detalhes ficam mais evidentes o que traz uma melhor fotografia.


A estética das suas fotografias é impressionante e fascinante, ao mesmo tempo os assuntos retratados são tristes e violentos. Fale sobre esta contradição: estética X conteúdo.


Sou frequentemente criticado nos EUA por fazer imagens que são ‘demasiadamente bonitas’ (ou estéticas) em contradição à violência ou pathos que costumo registrar. Sempre respondo: ‘Se fizer uma fotografia feia, você vai olhá-la por mais tempo?’ Acredito que o paradoxo apenas aumenta a eficiência e o poder estético de uma imagem. Gosto de fotografar temas que estão de alguma forma ligados a eventos ou a lugares históricos a fim de mexer com as mentes das pessoas para que elas prestem atenção. As associações que elas vão fazer com seu conhecimento pré-existente podem ser negadas ou confirmadas pelo conteúdo das minhas fotografias. Tento fotografar da maneira mais ‘clássica’ possível de forma a não desviar a atenção do espectador para fenômenos externos (manipulações estéticas artificiais). O que desejo é que o espectador fique com a sensação de que a realidade é realmente mais estranha do que qualquer ficção imaginada.


Mas o sr. usa photoshop. Não seria uma estética artificial?


Sim, em todas as imagens desta exposição utilizei o photoshop, mas fotografo analogicamente a cena original e depois escaneio cada imagem para digitalizá-la. O photoshop é usado para aproximar a cor de cada imagem àquilo que eu vi no momento em que estava fotografando.


Em uma sociedade em que a maior parte das imagens realizadas está ligada a uma estética publicitária, como sair de uma estética do entretenimento?


Não assistindo televisão. Ou estando ciente de que o que é visto na televisão faz mal à sua saúde. Isso é o que ex-fumantes fazem para evitar voltar ao vício.


No início dos anos 70, o sr. trabalhou com cinema experimental. Traz ainda alguma influência desse aprendizado na suas fotografias?


Sim, eu fui muito influenciado pelo trabalho de Michael Snow e também de outros cineastas estruturalistas.


Uma pergunta ampla: o que é a sua fotografia?


Eu tento fotografar lugares que tenham importância na memória histórica. Procuro fazer imagens emblemáticas do que isso significa. Tento estetizar e transformá-la numa imagem ‘artística’. Fotografo, portanto, o hábitat humano.


Como vê a entrada cada vez maior das fotografias dentro das galerias de arte? Essas questões fazem sentido para o senhor?


Sim, para mim é importante, pois eu vivo da venda das minhas fotografias, o que me permite realizar outros projetos. É um prazer ver cópias fotográficas bem produzidas em exposições, porque assim podemos ver a imagem em sua magnitude. Porém, acho mais conveniente ver imagens em livros do que ir às exposições, já que podemos vê-las (em tamanho menor) sempre que quisermos.


O que é uma imagem contemporânea?


De forma geral, para mim a ‘fotografia contemporânea’ é um ícone em que diferentes verdades simultâneas coexistem, vivem ao mesmo tempo. É isso que a diferencia das outras fotografias, como as ‘ilustrativas’ ou as ‘documentais’.


No que o sr. está trabalhando atualmente?


Estou começando a promover meu livro Versailles, um trabalho em três volumes que levei 26 anos para realizar. Também estou fotografando cidades que cresceram sem qualquer plano urbano predeterminado, como a famosa favela da Rocinha no Rio de Janeiro ou os acampamentos de Amã na Jordânia.


Serviço


Robert Polidori. Museu da Casa Brasileira. Av. Brig. Faria Lima, 2.705, Jd. Paulistano, 3032- 3727. 10h/18h (fecha 2ª). R$ 4 (dom. grátis). Até 12/11. Abertura hoje para convidados e amanhã para público’


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Balança desigual


‘Na balança ‘entretenimento X jornalismo’, o Fantástico vem mesmo pendendo para o primeiro lado. São visíveis as apostas cada vez maiores da revista dominical da Globo em quadros de humor e entretenimento, que, de uns anos para cá ganham mais destaque na atração. É nessa linha que o Fantástico estreia, no próximo domingo, Exagerados.


‘Isso não é disputa, procuramos o melhor para o programa na época, e é claro que as apostas internas em entretenimento estão crescendo’, disse o diretor Geral de Entretenimento da Globo, Manoel Martins, ao Estado.


Exagerados será dividido em quatro episódios, que trazem situações do cotidiano com boa dose de exagero. Entre os temas que viram piada estão: a falta de tempo dos casais para ficarem juntos e o exagero do culto ao corpo.


No elenco estão: Marcius Melhem, Regiane Alves, Maria Clara Gueiros, Natália Lage, Fabiula Nascimento, Otávio Müller e Bruno Mazzeo.


Novas temporadas de quadros como Super sincero, com Luiz Fernando Guimarães, e Sexo Oposto, com Fernanda Torres, já estão encomendadas para o Fantástico em 2010.’


 


 


 


 


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