Página 64 (P64) está chegando. Trata-se de uma publicação eletrônica semanal, e impressa mensal, vinculada ao Instituto João Goulart, com opiniões e confronto de ideias visando à conquista de um público sequioso por informação e que não a encontra nos veículos comerciais de linha conservadora.
O P64 tem como meta contribuir no sentido de se romper o esquema do pensamento único, tão em voga nos meios de comunicação, em que uma mentira batida e surrada acaba se transformando na única verdade, geralmente servindo aos interesses de setores que, ao longo das décadas, têm se mobilizado para evitar as transformações necessárias para tornar o Brasil um país mais justo socialmente, sem as desigualdades que se aprofundaram em função dos modelos econômicos adotados por governantes que em muitos casos nem se submeteram a qualquer tipo de consulta popular, como nos anos seguintes a quebra da ordem constitucional ocorrida em 1 de abril de 1964 depois da derrubada do presidente constitucional João Goulart.
Este espaço midiático estará voltado para apresentação aos leitores de fatos relevantes do passado que ajudam a entender melhor o momento atual. Sessenta e quatro para os brasileiros, por exemplo, é um marco histórico negativo representado pela quebra da ordem constitucional e a interrupção de um projeto reformista que se fosse mantido tornaria o Brasil uma nação mais justa e soberana. E, claro, para não falar na longa noite escura em que o país mergulhou e que se prolongou por 21 anos.
A participação dos leitores
O P64 terá como alvo um público cada vez mais voltado para a conscientização política, necessária ao país que se eleva no horizonte mundial como uma das novas potências econômicas e sociais deste século 21. E entre os leitores estarão os professores, estudantes, formadores de opinião, vereadores, deputados estaduais, federais, senadores e integrantes do Executivo em cada prefeitura, repartição estadual e federal, Brasil afora.
Nós, editores e colaboradores deste projeto, pretendemos tornar o P64 um referencial para os leitores e contribuir, junto com outras publicações alternativas espalhadas por este continente chamado Brasil, para a democratização dos meios de comunicação, um dos fatores primordiais para o avanço do processo democrático. Parafraseando o pensador italiano Umberto Eco, um país só pode ser considerado democrático quando todos os setores sociais têm o mesmo espaço midiático. Ou seja, quando todos os setores sociais tiverem vez e voz em pé de igualdade. Nesse sentido, o Brasil ainda precisa avançar para alcançar ao menos níveis razoáveis de democracia. E para que isso aconteça, ou seja, a contribuição do P64 para o indicativo de Umberto Eco, é necessária também a participação ativa dos leitores, que neste espaço terão vez e voz garantida para opinar.
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Jornalista, Rio de Janeiro, RJ