Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Uma análise dos discursos

Este artigo tem por finalidade oferecer meios para que os leitores do jornal Tribuna da Bahia possam fazer uma análise reflexiva dos discursos políticos construídos e veiculados através de perspectivas de enunciadores que tratam de informações referentes ao âmbito da política no setor executivo estadual.

Palavras-chave: ideologia, discursos, governo e Tribuna da Bahia.

A linguagem é uma característica exclusiva dos seres humanos e uma condição básica para a convivência do indivíduo em sociedade. O estudioso Michael Traber evidencia essa afirmação em seu texto: ‘A Comunicação é Parte da Natureza Humana’, quando cita: […] ‘Comunicação é, uma característica humana essencial e uma necessidade social fundamental’ […] ( 2008, p.1).

Existem diversas formas de comunicação criadas pelos seres humanos; a linguagem escrita é uma delas. A partir desta, surgiram meios dedicados à veiculação de enunciados, entre eles, o jornal impresso. Esse tipo de veículo comunicador surgiu no Brasil em 1808, criado por Hipólito José da Costa sob o título de Correio Braziliense cujo objetivo era ‘evidenciar os defeitos administrativos do Brasil’, à época, colônia portuguesa. Como fica claro a partir do objetivo do jornal, contrariando o princípio de imparcialidade das teorias jornalísticas, o Correio Braziliense possuía caráter ideológico latente.

Com o passar do tempo e das mudanças ocorridas na nossa sociedade, impulsionado pelo avanço tecnológico, novos tipos de jornais foram criados no Brasil, dentre eles, o Tribuna da Bahia, objeto de estudo deste trabalho, nascido em 21 de outubro de 1969, comandada pelo editor-chefe Quintino de Carvalho e sito à rua Djalma Dultra, na cidade de Salvador.

Ao se fazer uma análise dos discursos presentes em uma matéria é possível estabelecer características singulares inerentes a cada jornal. As formas de enquadramento dadas às notícias aos fatos e às estratégias utilizadas para a construção dos textos definirão o caráter do veículo de comunicação. A partir deste estudo, realizado em algumas matérias do jornal Tribuna da Bahia, serão destacados detalhes relativos à emissão das informações que definem tais características, que determinam o estilo do periódico.

O discurso não comprometedor

Foram utilizadas quinze edições para fins desta pesquisa, são elas de números 12799 a 12814, datados de 4 a 25 de fevereiro de 2010, sendo que todas as notícias analisadas correspondem à editoria de política focada no âmbito do setor executivo estadual.

Na primeira matéria do jornal analisada, intitulada ‘Wagner entrega Boqueirão e faz vistoria técnica em igreja’, publicada em 4 de fevereiro, já é possível notar uma tendência por parte do veículo. O título sugere que o governador Wagner foi o único responsável pela restauração da igreja, quando o que notamos com a leitura total da matéria é que essa foi uma ação conjunta de vários órgãos e, principalmente, viabilizada com recursos do Prodetur 2 (Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste). A matéria trataria da restauração de uma igreja, mas no decorrer da leitura percebemos que outra obra é noticiada ao mesmo tempo e as duas narrativas ocorrem de forma a beneficiar o atual governo. O governo anterior é ‘atacado’ quando fica claro na notícia que as obras já deveriam ter sido feitas antes de Wagner assumir e ainda dá a entender que ele só está fazendo um favor, quando na realidade não é nada mais que uma obrigação, essa observação é feita a partir do seguinte trecho: ‘As obras do Prodetur 2 eram para ser iniciadas desde setembro de 2002, mas, somente em 2007, graças à intervenção do governador Wagner junto ao Ministério do Turismo, os recursos foram liberados…’ É interessante observar que a obra começou em 2007, mas, somente em 2010, ano de eleições, a entrega foi concretizada.

Na mesma página da matéria relacionada às obras das igrejas uma nota em tamanho bem menor trata de uma crítica feita ao governo da Bahia pelo ex-governador Paulo Souto. Alguns fatores presentes nesta nota merecem um destaque: no título ‘Souto critica falta de interiorização de ação’, o nome do ex-governador é evidenciado como autor da denúncia, mas o nome de Wagner é poupado como se a crítica não tivesse relação alguma com o governo atual. Deve-se observar que nesta matéria Souto surge sendo questionado acerca de suas atividades políticas, enquanto na de Wagner nenhum questionamento é feito. Outro detalhe é que muitas falas de Paulo Souto aparecem no texto na forma de citações em discurso direto, entre aspas. Se analisada sob a perspectiva do autor Milton José Pinto, veremos que se trata do […] discurso direto, que é usado na imprensa sempre que o jornal não quer se comprometer com os conteúdos de uma fala […] (2002, p.96). Essa prática de construção discursiva foi utilizada nesta matéria quando o Tribuna não quis se comprometer com os conteúdos ali presentes. Em nenhum momento as falas do atual governador foram escritas dessa forma, enquanto que na nota de Souto o emprego das aspas acontece em quatro ocasiões.

Verbas para carnaval e habitação

O posicionamento das matérias também foi feito estrategicamente. A crítica ao governo atual é evidenciada em tamanho menor, sem foto alguma, ao lado da matéria que exalta o governo atual e que possui uma foto que dá mais credibilidade à notícia. Isso sinaliza o leitor a voltar sua atenção a esta matéria e também sugere que ele perca o interesse pela leitura da nota, que está em menor destaque, e dê menos importância aos fatos ali relatados. Este tipo de enquadramento é discutido por Juliana Gutmann:

‘Isto significa que o framing pode ser identificado através da observação de imagens visuais e palavras repetidas insistentemente em um texto midiático para tornar algumas ideias mais aparentes que outras’ (2006, p. 31).

É preciso ressaltar que essas análises são reflexos de um tipo de comunicação de massa, na qual, ideologias são apresentadas implícitas ou explicitadamente através de discursos podendo influenciar na vida de toda sociedade. Foucault observa essas práticas discursivas:

[…] não é, pois, uma interpretação dos fatos enunciativos que poderia trazê-los à luz, mas a análise de sua coexistência, de sua sucessão, de seu funcionamento mútuo, de sua determinação recíproca, de sua transformação independente ou correlativa (2008, p.33).

A edição de número 12801 do jornal Tribuna da Bahia beneficia o atual governador em duas notas já expostas na capa do jornal. Estas contêm fotografia. A primeira, destacada na página, aparece no alto, do lado esquerdo e traz a imagem de Wagner discursando com uma aparência muito séria e compenetrada; a segunda fotografia, localizada na parte baixa da página, do lado direito, mostra imagens de casas em perfeito estado, prontas para a entrega. Com os textos escritos nesta capa, referentes a estas duas matérias, respectivamente, já é possível fazer uma boa análise. Os títulos destinados a estas duas notas são: ‘Governo investe R$50 milhões no carnaval’ e ‘Estado vai construir mais de 10 mil casas em 266 municípios’. O jornal trata o investimento de R$50 milhões em carnaval como uma coisa boa, porém se analisarmos a nota que trata das construções das casas, veremos que o gasto com este empreendimento foi de R$37,7 milhões. É um contraste que se gaste 13,3 milhões a mais em carnaval, uma festa que tem duração de cinco dias, enquanto políticas de moradia, um direito básico do indivíduo, são tratadas como segundo plano. O valor gasto com as casas não aparece no título da nota como no caso do carnaval e isso pode ser uma boa estratégia para evitar comparações entre os gastos orçamentários do dinheiro público. No título da menor nota, onde está escrito que o ‘Estado vai construir mais de 10 mil casas em 266 municípios’, tem-se a impressão de que serão muito mais de 10 mil, quando, na realidade, ao observar-se a pequena nota, descobre-se que são somente 550 unidades habitacionais a mais.

Comportamento e mudanças de atitude

Juliana Gutmann chama a atenção para esta questão em seu artigo ‘Quadros narrativos pautados pela mídia: framing como segundo nível de agenda-setting’:

[…] Para Iyengar (apud Shen, 2004:123), através da seleção e ênfase dadas a certas informações (e da consequente exclusão de outras), o enquadramento pode moldar a opinião pública e as interpretações da audiência sobre eventos agendados pela mídia (2006, p.30).

Dentro do jornal a reportagem sobre os preparativos para o carnaval rende ao governador quase uma página inteira de destaque, sendo que parte deste espaço é destinada a uma grande fotografia onde Wagner aparece sentado em uma mesa ao lado de autoridades.

Na foto, a impressão que se tem é de que o governador é o mais preocupado de todos os presentes. Ele aparece com uma expressão de seriedade, olhando para a mesa como se estivesse analisando algo importante.

Neste momento, é válido usar como parâmetro, as reflexões propostas por Bernardo Issler: ‘[…] A fotografia, isoladamente pela sua denotação e conotação, é uma mensagem no universo da comunicação jornalística’ (2002, p.95). No último parágrafo desta matéria o jornalista escreve o seguinte texto: ‘Para valorizar ainda mais a cultura baiana, o governo busca resgatar a tradição […]’. Neste caso, o termo ‘ainda mais’ serve para descrever uma ação do governo, dando a ideia de que outras tantas ações foram feitas para se valorizar a cultura baiana.

O comportamento e as mudanças de atitude dos indivíduos são baseados também em informações recebidas pelos veículos comunicadores.

Ideologia é para exercer a dominação

‘[…] O discurso da mídia é parte do processo pelo qual os indivíduos constroem significados e a opinião pública é parte da operação através da qual os jornalistas desenvolvem e cristalizam significados no discurso público’ (GUTMANN, 2006, p.32).

O que acontece é que os veículos de comunicação de massa se tornam tendenciosos à medida que passam a abordar temas de acordo com interesses de instituições e ou classes que exercem algum tipo de poder sobre os responsáveis pela comunicação de massa. Essa prática faz com que, muitas vezes, a imprensa deixe de cumprir seu papel fundamental: informar a sociedade, de forma ‘imparcial’, os acontecimentos relativos à política auxiliando desta forma no desenvolvimento da cidadania.

O estudioso e economista Luiz Gonzaga Belluzzo chamou a atenção para o uso da democracia através da mídia em seu artigo ‘Mídia e democracia’:

Os meios de divulgação e de formação de opinião vêm se concentrando, de forma brutal, no mundo inteiro, nas mãos de grandes empresas capitalistas. O objetivo natural e legítimo do ganho monetário está, mais do que em qualquer outra atividade, acumpliciado de forma inexorável ao desejo de ampliar a influência e o poder sobre a sociedade, a administração pública e a política (2005, p.23).

É importante detectar os sentidos intrínsecos nas construções dos discursos sociais para compreender a partir de que fenômenos históricos eles foram alicerçados. Essa seria uma das formas de desconstruir a hegemonia existente nos discursos que acaba disseminando ideologias que são socialmente aceitas. Marilena Chauí explica como ocorre esse processo em seu livro ‘O que é ideologia’, quando cita: ‘A ideologia é um dos meios usados pelos dominantes para exercer a dominação, fazendo com que esta não seja percebida como tal pelos dominados’ (1980, p.79).

Um dos mais alegres foliões do carnaval

Cada sociedade tem seu regime de verdade, ‘sua política geral’ de verdade: isto é, os tipos de discurso que ela acolhe e faz funcionar como verdadeiros; os mecanismos e as instancias que permitem distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como sanciona uns e outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção da verdade; o estatuto daqueles que têm o encargo de dizer o que funciona como verdadeiro (FOUCAULT, 1979, p10).

O periódico Tribuna da Bahia de número 12804 traz uma matéria referente a uma obra do governo intitulada ‘Jaques Wagner garante saneamento a Barreiras’. Com essa construção fica clara a intenção do veículo de ligar o benefício da obra à figura política do governador e não à administração pública do estado. Em nenhum momento do texto as dificuldades dos moradores de Barreiras, vivenciadas até então, são destacadas. Outras obras são anunciadas em meio à matéria, promovendo o governo de Wagner.

Já na edição de número 12807, dois fatores presentes na construção da matéria ‘Wagner flerta Borges e ignora PMDB’, merecem atenção: o partido da oposição é citado no título em tom de desprezo, mas em nenhum momento do desenvolvimento da matéria ele volta a ser citado. O mesmo acontece com uma imagem do adversário Geddel Lima. Uma fotografia dele é posta ao lado da imagem de Wagner; porém, o candidato da oposição não é citado no texto, assim como não existem falas do PMDB na matéria. Dois adjetivos são utilizados no primeiro parágrafo da matéria, provavelmente, como estratégia para construir uma imagem positiva do atual governador: ‘O governador Jaques Wagner (PT), um dos mais alegres e agitados foliões do carnaval de Salvador […]’

Estratégia discursiva

Foucault adverte como observar esse tipo de discurso:

Seria preciso caracterizar e individualizar a coexistência desses enunciados dispersos e heterogêneos; o sistema que rege sua repartição, como se apoiam uns nos outros, a maneira pela qual se supõem ou se excluem, a transformação que sofrem, o jogo de seu revezamento, de sua posição e de sua substituição. (2008, p. 39).

Os textos são sempre produzidos com algum propósito. Se analisarmos uma matéria do periódico nº 12808 chegaremos à conclusão de que o título ‘Ano eleitoral pode travar Assembleia’ não condiz com o conteúdo do texto. Somente no final do último parágrafo do texto é que esse assunto é realmente evidenciado. No momento em que o repórter utiliza o termo ‘embora’, ele sugere que o deputado Marcelo Nilo esteja mentindo: ‘Embora o presidente Marcelo Nilo venha afirmar que […]’. Outro agravante da tendenciosidade implícita é que a matéria não relata, de fato, argumentos consistentes para sustentar a ideia proposta na reportagem.

Na capa da edição nº 12809 uma nota na parte superior possui uma característica que merecem ser mencionadas. A frase: ‘Nunca se trabalhou tanto no estado’ serve como uma boa estratégia política porque dá margem à ambiguidade: sinaliza que o leitor pode entender que muitos empregos foram gerados para a população como também que o governo trabalhou muito. Cabe ao leitor, enquanto receptor de mensagens, analisar os ingredientes presentes em tais construções. Pinto exemplifica essa questão em sua obra Comunicação e Discurso: ‘É na superfície dos textos que podem ser encontradas as pistas ou marcas deixadas pelos processos sociais de produção de sentidos que o analista vai interpretar’ (2002, p.26).

‘Governador discute queda do FPE’. É o titulo dado à matéria veiculada na edição de nº 12810. É interessante constatar que nesse texto o teor é apenas um escudo para uma série de discursos que visam fazer propaganda e detalhar três obras publicas propostas pelo atual governo. No periódico de nº 12811 uma grande fotografia localizada na parte inferior da capa traz a imagem de muitas viaturas policiais posicionadas de forma lateral e paralelamente. O ângulo da foto dá ideia de uma extensão vasta onde vários veículos podem ser visualizados. Ao lado da imagem, o seguinte: ‘250 novas viaturas para combater o crime’.

Sendo que ‘250 novas viaturas para’ aparece em tamanho menor e cor cinza e ‘combater o crime’, em tamanho maior e negrito. Trata-se de uma estratégia discursiva, em momento algum fica esclarecido se essa seria a quantidade suficiente para alcançar tal objetivo e nem tampouco diz se as referidas viaturas são compradas ou alugadas, ou seja, não se sabe ao certo se pertencem realmente ao estado. Quanto a essa questão, para Issler apud Joly (1997, p.134): ‘A imagem não é um signo, […] mas um texto, tecido misto de diferentes tipos de signos, e que, com certeza, nos fala secretamente’.

Influenciar negativamente

Nas edições 12812 e 12813, últimas analisadas neste estudo, as estratégias discursivas permanecem. Na primeira, uma reportagem que deveria descrever a entrega de uma estrada recuperada nos municípios de Itaetê e Iramaia, traz no corpo do texto referências a diversos planos políticos de Wagner; na segunda, que tem como título ‘Polícia sozinha não vence a violência’, no mínimo seis referências a práticas do governo atual são evidenciadas na produção deste enunciado. Essa técnica pode levar o receptor a fazer interpretações diversas, a partir de sugestões sutis feitas pelo enunciador. Ou seja, um discurso pode ser estrategicamente produzido em um texto com a finalidade de atribuir valores e significados a uma ideologia ali ‘imposta’.

Pinto analisa as causas e efeitos desta relação:

[…] todo discurso é um simulacro interesseiro, produzido com o objetivo de se conseguir ‘dar a última palavra’ na arena da comunicação, isto é, de ter reconhecidas pelos outros as representações, identidades e relação sociais construídas por seu intermédio (2002, p. 88).

A utilização dos meios de comunicação de massa como objeto de propagação de ideologias político-partidárias faz com que a imprensa, além de fugir do seu papel fundamental na sociedade, pode influenciar negativamente de forma veemente na formação de opinião dos indivíduos. A partir da análise de apenas quinze edições do jornal Tribuna da Bahia já foi possível verificar a ‘aliança’ existente entre o veículo e o Partido dos Trabalhadores, bem como com seus componentes.

Luta contra o poder

As reflexões apresentadas neste trabalho, ancoradas em pesquisas realizadas por estudiosos como Foucault, Pinto, entre outros, demonstram como o conhecimento funciona como arma necessária para as interpretações e utilização das informações fornecidas pelos veículos de comunicação. É importante e determinante a forma como o receptor vai aplicar as ideias propostas em cada enunciado, ou seja, o leitor precisa captar os sentidos ali presentes e avaliar sob suas perspectivas quais são e como realmente aquelas ideologias agem ou irão agir na vida prática. Só assim ele pode fugir às ‘armadilhas’ empregadas através das diversas estratégias discursivas contidas na produção textual e imagética oferecida pelos meios de comunicação de massa. Isso remete-nos ao que o filósofo francês Michel Foucault ressalta:

[…] a teoria não expressará, não traduzirá, não aplicará uma prática; ela é uma prática. Mas, local e regional, não totalizadora. Luta contra o poder, luta para fazê-lo aparecer e ferí-lo onde ele é mais invisível e mais insidioso. Luta não para uma tomada de consciência, mas para a destruição progressiva […] (1979, p13).

É dever dos cidadãos formar uma consciência crítica, pois não se pode contar apenas com a imprensa como um aliado neste aspecto. A junção entre leituras e observação dos acontecimentos pode ser, atualmente, a melhor opção de formar indivíduos que possam atuar ativamente nas decisões e mudanças sociais. Seria esta também uma manifestação de luta contra o poder e, ao mesmo tempo, uma demonstração deste poder sendo exercido.

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Estudante do curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo da Faculdade 2 de Julho, Salvador, BA