O 2º Seminário Mídias Nativas, que acontecerá entre 25 e 27 de março na Universidade de São Paulo (USP) e no Centro Cultural São Paulo, debate as novas tecnologias digitais e seus impactos na participação social. O evento, de entrada gratuita, é realizado pelo CEPOP-ATOPOS – Centro de Pesquisa da Opinião Pública em Contextos Digitais da ECA-Escola de Comunicações e Artes da USP, com o o patrocínio da Petrobras e da Natura.
Para Massimo Di Felice, idealizador do evento e professor da (ECA/USP), uma nova forma de participação social está sendo viabilizada por meio de vídeos, blogs e sites. ‘Ao usar as novas tecnologias digitais para produzir e multiplicar suas narrativas, o poder comunicativo de indígenas e jovens da periferia alcança esfera pública global’, afirma.
A tecnologia digital permite uma grande transformação sócio-comunicativa. Se, anteriormente, a população só recebia informações pela mídia, agora passa também a poder produzir seu próprio conteúdo e disponibilizá-lo na internet. ‘Hoje, a sociedade de massa está sendo substituída por um novo modelo de sociedade, cujos conteúdos são construídos de forma colaborativa na rede e as conseqüências destas mudanças são qualitativas e, eu diria, até explosivas…’, explica o sociólogo.
Alternativa ao isolamento
A primeira edição do seminário, realizada em 2006, teve repercussão internacional na mídia e no meio intelectual, resultando na publicação do livro Indiografie, na Itália. Neste ano, o evento apresentará o projeto para a instituição de uma cátedra Indígena, iniciativa que permitirá aos representantes de distintas etnias ministrarem aulas sobre o conhecimento e os saberes nativos contemporâneos.
O caráter democrático das novas tecnologias será mostrado no seminário através das produções midiáticas e das redes sociais criadas por jovens moradores da periferia da cidade de São Paulo e comunicadores de várias etnias indígenas, entre os quais, Ângela Pappiani e Jurandir Siridiwê do Instituto de Tradições Indígenas, Marcos Terena, diretor do Memorial dos Povos Indígenas, Alex e Atia Pankararus, Yakuy Tupinambá e Anapuaka Pataxó Hae Hae da Rede Índios Online, os escritores Guaranis Olívio Jekupé e Giselda Jerá e os comunicadores e os produtores de mídia da periferia Alessandro Buzo, Tião, Gil do site Bocada Forte, Ronaldo Costa e Eliezer Santos do Canal Motoboy, entre outros.
O governo do Canadá, através de seu consulado em São Paulo, apóia a presença da cineasta indígena Evelyne Papatie do povo Algonquim e de Manon Barbeau, coordenadora do projeto Wapikoni Mobile. Elas apresentarão a experiência da comunidade indígena no Canadá que teve acesso às tecnologias digitais como uma alternativa aos problemas sociais e ao isolamento.
Apoiadores e serviços
O evento conta com os seguintes apoiadores: Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), Centro Cultural São Paulo, Consulado Geral do Canadá em São Paulo, Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Laboratório de Estudos sobre a Etnicidade e Racismo (LEER) da FFLCH-USP. Durante o evento haverá exposições de vídeos, livros e de produtos culturais feitos pelos povos indígenas brasileiros e canadenses, além das narrativas midiáticas dos jovens da periferia.
Serviço
Entrada franca, vagas limitadas. Inscrições aqui.
Horário e local: 25/03 – 9h às 18h – FFLCH – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Anfiteatro do Departamento de História Av. Prof. Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária; 26 e 27/03 – 14h às 18h30, Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000, Estação Vergueiro do metrô.
Sobre o Cepop-Atopos
Desde 2005, o Grupo Atopos atua no Centro de Pesquisa da Opinião Pública (CEPOP) do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo da ECA/USP – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo sob a coordenação do prof. dr. Massimo Di Felice (ECA/USP).
É formado por pesquisadores que são alunos de pós-graduação e de graduação que pesquisam sobre os impactos da introdução de novas tecnologias comunicativas nos vários âmbitos da sociedade atual; o armazenamento e distribuição das informações, além do desenvolvimento das novas interações em rede, entre outros temas.