Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Veja

VEJA vs. LULA
Marcio Aith

Dantas fez, entregou e continua operando

‘Em sua edição passada, na reportagem sobre o arsenal do banqueiro Daniel Dantas contra o governo, VEJA revelou que ele incluía supostas contas de autoridades brasileiras no exterior. Para ilustrar a matéria, a revista publicou a cópia de uma lista (à direita) enviada por ordem de Dantas a VEJA, que tomou o cuidado de apagar o número das supostas contas e o nome dos bancos. Ainda assim, o fato de tê-la publicado causou várias reações. Uma delas foi a afirmação de que a lista não provava nada. De fato não prova – nem VEJA pretendeu o contrário. Ao publicá-la, a revista quis tão-somente mostrar que tinha em seu poder papéis repassados por Dantas. Todos eles foram entregues ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Ao longo da semana passada, os repórteres da revista empenharam-se em acompanhar os desdobramentos da crise causada pela primeira reportagem. Neste quadro, o leitor encontra um resumo da apuração.

A MÃO DO BANQUEIRO

A lista com as supostas contas de petistas não chegou à redação de VEJA por acaso – versão divulgada por Dantas, em acordo com o governo, e comprada por jornalistas ingênuos. Foi oferecida pessoalmente pelo banqueiro à direção da revista e entregue por seus espiões. A operação deixou gravações e rastros

ELE DOBROU DIRCEU

Documento inédito mostra Dantas numa conference call com o espião Holder, que o banqueiro afirma mal conhecer. O que diz Dantas nessa reunião? Que o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) se comprometeu a defender os interesses do Opportunity desde que não fosse investigado pela Kroll. Dantas também diz que alguns membros da Polícia Federal são corruptíveis e podem atuar como mercenários

DE NOVO NA CASA ERRADA, MINISTRO

Enquanto o governo e jornalistas ingênuos se ocupavam em atacar VEJA por causa de sua reportagem sobre o dossiê do banqueiro, Dantas teve um encontro secreto com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, na noite da última quarta-feira, em Brasília. Eles combinaram uma trégua. Familiar? Sim: há dois meses Bastos participou da reunião em que o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) tentou apagar as provas da quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa

EM PODER DO PROCURADOR

Como registrou em sua edição passada, VEJA não dispõe dos meios legais necessários para conferir todas as informações do dossiê de Dantas. Por isso, remeteu tudo o que recebeu do banqueiro ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza – talvez a única pessoa hoje em Brasília isenta e confiável para analisar o material de 41 páginas, das quais constam 27 supostas contas de sete autoridades – com seus números, bancos, saldos e supostos caminhos utilizados pelos espiões de Dantas para localizá-las

Em reportagem publicada na semana passada, VEJA informou ter recebido do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, por meio de um ex-espião da agência de investigações Kroll, documentos com supostas contas, em paraísos fiscais, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de ministros e ex-ministros de seu governo, do senador Romeu Tuma e do diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda. O simples fato de um cidadão com o histórico policial de Daniel Dantas deter uma lista com supostos segredos financeiros da cúpula do governo deveria causar uma reação enérgica do Estado contra o banqueiro. Estranhamente, Lula e seus principais ministros decidiram poupá-lo. Em vez de apurarem o conteúdo da mensagem, insurgiram-se contra o mensageiro.

Lula fez a VEJA o mais destemperado ataque verbal já desferido por um presidente contra um órgão de imprensa desde a redemocratização. Enquanto isso, e não por coincidência, Dantas admitia conhecer os documentos, mas negava, em entrevistas que deveriam ingressar no anedotário da ingenuidade jornalística, tê-los encomendado à Kroll e os entregado a VEJA. Não foi uma boa estratégia. Dantas ofereceu o material pessoalmente à revista e o entregou por intermédio de Frank Holder, ex-diretor da Kroll. A operação envolveu vários emissários de Dantas, o próprio banqueiro e deixou registros e gravações suficientes para ocupar várias edições de VEJA.

Os repórteres da revista empenharam-se em acompanhar os desdobramentos da crise causada pela primeira reportagem. Descobriram fatos igualmente graves. Ao mesmo tempo que VEJA era atacada pelo governo e por colunistas e editorialistas crédulos, loucos para acreditar em tudo que favoreça o governo, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, reunia-se secretamente com Dantas. O encontro ocorreu em Brasília, na noite de quarta-feira 17. VEJA apurou que Dantas e Bastos celebraram uma trégua. O governo não colocaria a Polícia Federal na cola do banqueiro desde que Dantas e seu investigador fechassem a boca – e que o banqueiro segurasse seus sócios e cúmplices, caso eles viessem a ser convocados a depor na CPI dos Bingos. Quando sair a versão oficial do encontro, ela com toda a certeza será candidamente reproduzida sem contestação pelos crédulos, ingênuos e aqueles com interesses financeiros em agradar ao governo.

O encontro entre Dantas e o ministro da Justiça é escandaloso. Dantas acusa o ministro Bastos de ter contas não declaradas no exterior. Se essa acusação é falsa, como sustenta o ministro, Bastos deveria esforçar-se para prender o banqueiro, e não se sentar à mesa com ele para tratar de negócios. Não é a primeira vez que o ministro é flagrado na casa errada. Há dois meses, VEJA revelou sua participação em reunião na qual o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) tentou apagar as provas da quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa. Ele não perdeu o cargo naquela ocasião pela lassidão moral da política brasileira. É possível que a mesma lassidão o garanta no cargo novamente. O curioso é que, na noite de quarta-feira, enquanto Bastos se encontrava com o banqueiro investigado pela Polícia Federal, a própria Polícia Federal, de quem Bastos é superior hierárquico, deixava vazar que convocaria um editor executivo de VEJA e o colunista Diogo Mainardi para depor em Brasília. Ou seja, enquanto mandava a PF incomodar os mensageiros, o ministro negociava com o autor da mensagem.

VEJA também foi a campo entender melhor por que Bastos e outros ministros tratam Dantas com temor. Obteve nos Estados Unidos um documento precioso cujo original está em poder da Justiça americana: uma ata, escrita pela Kroll, resumindo uma conferência telefônica realizada em 10 de fevereiro de 2005 entre diretores da Kroll e o banqueiro e sua turma. Nela, Dantas faz revelações. Diz que o então ministro José Dirceu (Casa Civil) e o governo do PT como um todo comprometeram-se a defender os interesses do Opportunity. Para isso haveria uma condição: que eles não fossem investigados pela Kroll. Dantas descreve setores da Polícia Federal como corruptíveis e mercenários. Curiosidade: também participou da conferência telefônica o espião Holder, a quem Dantas agora alega mal conhecer.

O ex-ministro José Dirceu: apoio ao banqueiro para ver-se livre da espionagem da Kroll

Confrontado com as entrevistas que Dantas concedeu a jornais nesta semana, o documento mostra que existem dois Dantas. Um, o verdadeiro, é o que anda nos porões. O outro, o de fachada, é aquele em que os jornalistas ingênuos acreditam. Este último esteve ativo em algumas entrevistas nas quais admitiu vagamente que conhecia a lista com supostas contas bancárias, que classificou como ‘inverossímeis’. Não lhe foi perguntado em que circunstâncias Dantas soube desses papéis, por quem, quando e onde. Ele admitiu apenas que conhecia o espião Frank Holder, o compilador das listas, assim assim, como que de passagem.

Dantas aliou-se ao governo na tentativa de desmoralizar VEJA. É uma estratégia arriscada, considerando o volume de conversas gravadas e de outros registros feitos durante os nove meses em que a revista esteve em contato com o banqueiro e seus espiões. A estratégia começou a ruir graças a jornalistas de O Estado de S. Paulo, em franco contraste com um de seus editorialistas, o crédulo, o oficialesco, o assustadiço. Na segunda-feira passada, os jornalistas fizeram uma grave denúncia: o governo decidira atacar VEJA e poupar o banqueiro. A razão da escolha? Segundo o jornal, VEJA fora escolhida como alvo preferencial pois, na avaliação do governo, Dantas teria ainda muita munição. Pena que o jornal não tenha aprofundado a investigação suscitada pela reportagem em questão. Não houvesse perdido o rumo ético há um bom tempo, o governo Lula teria de ser confrontado com o absurdo moral de atacar uma publicação que fez o seu trabalho. Mas isso é, realisticamente, perda de tempo.

Na terça-feira, o mesmo jornal revelou que a Brasil Telecom, empresa que Dantas controlou, pagou, ao longo de 2005, centenas de milhares de dólares diretamente ao espião Holder – aquele que Dantas dissera mal conhecer e que, segundo ele, coleta informações inverossímeis. Na última sexta-feira, um documento publicado na revista Carta Capital comprovou que esses pagamentos totalizaram 838.000 dólares. A publicação foi além: lembrou que o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), velho aliado de Dantas, fez várias alusões a contas bancárias no exterior durante o depoimento do ministro Luiz Gushiken à CPI dos Correios, no dia 14 de setembro passado: ‘Não era uma característica da Kroll, no mundo inteiro, fazer gravações telefônicas, como se queria provar e mostrar, mas, sim, rastreamento de contas e outras atividades’, disse o senador ao ministro. ‘O medo da Kroll tem outro fundamento, senhor Gushiken, e a verdade vai chegar. É só questão de esperar, é só questão de tempo. Na verdade, o pavor que o governo tem da Kroll tem outro fundamento e nós vamos chegar à verdade.’

VEJA divulgou apenas um dos 41 papéis que recebeu dos espiões de Dantas e, mesmo assim, tomou o cuidado de apagar o nome das instituições financeiras e os supostos números de contas. Muitos compararam o episódio à divulgação do Dossiê Cayman, a papelada falsa que, em 1998, tentava incriminar o então presidente Fernando Henrique Cardoso e os ministros José Serra e Sergio Motta e o governador de São Paulo, Mário Covas, como donos de uma empresa num banco das Antilhas. A comparação não se sustenta não só porque VEJA tomou o cuidado de apagar informações sensíveis, mas, principalmente, porque a revista apontou o nome do mandante do dossiê, o nome do fabricante do dossiê e chamou atenção para o uso dos papéis como instrumento de chantagem.

Outros criticaram a revista por publicar informações ainda não comprovadas, lembrando ser essencial, num jornalismo com pretensões éticas, confirmar as informações antes de publicá-las. VEJA concorda com a premissa, mas não aceita a crítica. Está confirmado e provado que foi o banqueiro Daniel Dantas quem pagou 838.000 dólares pelo dossiê; está confirmado e provado que o autor dos papéis é o ex-diretor da Kroll Frank Holder, um dos mais experientes e respeitados investigadores privados americanos; está confirmado e provado que Dantas usou o dossiê como elemento de chantagem. Vale lembrar que os nomes dos fabricantes do Dossiê Cayman – todos obscuros meliantes do submundo de Miami – só vieram à tona dois anos depois de sua divulgação. Além disso, as fontes que vazaram aqueles papéis falsificados permanecem incógnitas.

VEJA não denunciou a existência de contas de petistas e outras autoridades em paraísos fiscais, ao contrário da versão comprada por jornalistas ingênuos nesta última semana. VEJA informou que um banqueiro poderoso tem em mãos e usa como instrumento para obter vantagens oficiais uma lista com supostos números de contas em paraísos fiscais do presidente da República e de autoridades brasileiras no exterior – isso é notícia. Foi essa a notícia que VEJA publicou. A revista deixou claro que não pôde comprovar a autenticidade dos papéis, que podem ser todos eles uma fraude. Mesmo assim, é custoso acreditar que o banqueiro tenha gasto tanto tempo e dinheiro na contratação e instrumentação dos melhores espiões internacionais e tenha saído da operação com um monte de documentos de fantasia. Fosse tudo fantasia, teria o ministro Márcio Thomaz Bastos se abalado a, arriscando o próprio cargo, encontrar-se secretamente com o banqueiro Dantas? Afinal, Dantas não é o inimigo da PF, o investigado pela polícia e que, segundo o governo, falsifica papéis para derrubar o próprio governo? Fosse tudo fantasia, o ex-ministro José Dirceu teria se curvado aos interesses de Dantas sob a ameaça do escrutínio da Kroll, como mostra a ata da teleconferência em poder da Justiça americana?

É tudo fantasia? Na esperança de que a apuração caminhe agora pelas vias oficiais, VEJA, na semana passada, entregou todos os 41 documentos de que dispunha ao procurador-geral da República – única autoridade com estofo ético e poderes para investigar o caso.

A prova da chantagem

‘Dantas afirmou que a informação relatada por JK [Jules Kroll] confirma sua impressão da situação. (…) Ele afirmou especificamente ter recebido confirmação direta de uma fonte muito próxima ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, de que enquanto Dirceu não fosse investigado (…) ele apoiaria Dantas’

‘Dantas relatou que, uma vez que o governo Lula estivesse livre da preocupação de que não era parte de nenhuma investigação, não exerceria nenhum papel ativo nos eventos que se seguiriam. Dantas apontou que a operação policial foi conduzida diretamente pela Polícia Federal, mas sem o conhecimento nem o apoio do governo. Dantas sugeriu que existem elementos na Polícia Federal que podem trabalhar independentemente e que, se corrompidos, agiriam como mercenários. O estilo do ministro da Justiça, Bastos, conhecido por não interferir nos assuntos relacionados à conduta da polícia, embasa essa opinião’

O documento acima mostra que Daniel Dantas usou o poder de espionagem da Kroll para chantagear o governo Lula, de modo geral, e o então ministro José Dirceu, de maneira específica. É a transcrição da ata de uma conferência telefônica realizada no dia 10 de fevereiro de 2005 entre o banqueiro, sua turma e a direção da Kroll. Na transcrição da conversa, Dantas diz que Dirceu estava disposto a defender os interesses do Opportunity junto ao governo. Em troca, Dirceu exigiria a garantia de não ser alvo de espionagem. Em outro trecho, o banqueiro diz que o governo Lula como um todo ficaria satisfeito em evitar investigações. Afirma ainda conhecer ‘elementos’ da Polícia Federal que, ‘se corrompidos, poderiam atuar como mercenários’. Um dos participantes da conversa é o investigador Frank Holder, a quem Dantas diz ter conhecido apenas superficialmente. Outro é o esquisitão Mangabeira Unger, o guru de aluguel contratado por Dantas para assessorá-lo. Na ocasião, a Kroll já era investigada no Brasil pela PF. A transcrição da conversa, obtida por VEJA nos Estados Unidos, ainda está em sigilo. Foi entregue pela própria Kroll à Justiça americana, numa ação em que a nova direção da Brasil Telecom exige, da Kroll, cópias do trabalho de espionagem feito na época em que Dantas controlava a empresa.’



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Notícia é com ele

O editor executivo Marcio Aith, de 38 anos, é um dos mais destacados jornalistas do país. Formado em direito pela USP, na Faculdade do Largo São Francisco, ele iniciou sua carreira na imprensa em 1990, na Gazeta Mercantil. Ex-correspondente da Folha de S.Paulo em Tóquio e Washington, ele estava à frente da editoria de economia do jornal em 2004, quando revelou que a empresa de investigações Kroll fora contratada pelo banqueiro Daniel Dantas para espionar adversários comerciais e integrantes do governo. Em VEJA, Aith vem desempenhando um papel fundamental na apuração dos escândalos do governo Lula. Foi ele quem desvendou as ligações perigosas do ministro Antonio Palocci com a turma de Ribeirão Preto e descobriu uma rede de sete contas secretas no exterior do publicitário Duda Mendonça, marqueteiro do PT. Agora, o nome de Aith volta a estar em evidência por causa da apuração exemplar que trouxe à tona o dossiê de Daniel Dantas contra autoridades brasileiras. De certa forma, trata-se de uma extensão das reportagens que ele fez sobre a Kroll na Folha de S.Paulo. Aith não larga o osso.’

Diogo Mainardi

Os xingamentos de Lula

‘Um espião da Kroll, contratado por Daniel Dantas, atribuiu a Lula uma conta num paraíso fiscal. Lula se descontrolou. Partiu para o insulto. Não contra Daniel Dantas, que o espionou, e sim contra VEJA, que noticiou o fato. O presidente sabe que sempre dá para negociar com Daniel Dantas. Com VEJA não dá.

Lula disse que ‘a VEJA tem alguns jornalistas que estão merecendo o prêmio Nobel de irresponsabilidade’. Ele disse também que na revista não há ‘uma única pessoa que tenha 10% de sua dignidade e honestidade’. Lula acrescentou que todos sabiam a que jornalista ele se referia, pelo que ‘ele tem feito nesses últimos meses’. E concluiu: ‘Quem escreve uma matéria daquela é bandido, mau-caráter, malfeitor, mentiroso’.

O autor da matéria sobre Daniel Dantas é Márcio Aith. Em 2004, na Folha, ele revelou a primeira parte do relatório Kroll. Na semana passada, em VEJA, ele deu outro furo, revelando a segunda parte do relatório Kroll, com os números das contas bancárias dos líderes petistas. Minha coluna foi publicada como um adendo à matéria principal. Nela, Daniel Dantas acusou o governo de concussão, incriminando diretamente o presidente. Não se sabe ao certo quem Lula pretendia chamar de bandido, mau-caráter, malfeitor e mentiroso, se Márcio Aith ou eu. Alberto Dines, que tem uma mentalidade igual à de Lula, e consegue entender o que ele fala, interpretou da seguinte maneira: ‘Embora o presidente tenha protestado em termos impróprios contra Márcio Aith, fica evidente que se referia ao parajornalista e pau-mandado Diogo Mainardi’.

Decidi processar Lula. Meus advogados já mandaram um pedido de esclarecimento ao STF. Caso Lula confirme que o bandido, mau-caráter, malfeitor e mentiroso sou eu, processo-o por crime contra a honra. Para sorte do presidente, minha honra custa barato. Quero receber um ressarcimento de apenas 38.500 dólares, exatamente a mesma quantia que o espião da Kroll lhe atribuiu no paraíso fiscal. Metade do dinheiro vai para Márcio Aith.

Mas essa não é a única disputa que deverá ser resolvida nos tribunais. O espião da Kroll, numa das listas que encaminhou a VEJA, acabou grafando errado o nome de Antonio Palocci. O fato gerou uma gritaria danada. Não consigo entender os petistas. Por isso implico tanto com eles. Antonio Palocci não processou seu antigo parceiro Rogério Buratti, que o acusou de ser corrupto. Ao mesmo tempo, prometeu processar VEJA, que publicou uma lista em que ele é erroneamente chamado de Júnior. Ou seja, corrupto pode, Júnior não. Lula está certo. Não tenho 10% de sua dignidade e honestidade, se são esses os parâmetros do PT.

O mais espantoso na última semana foi a velocidade com que os jornalistas do aparato petista abafaram o caso Daniel Dantas. Eles descartaram qualquer possibilidade de que as contas de Lula e seus ministros pudessem ser verdadeiras. Mesmo sem saber quais eram. E não se interessaram em indagar sobre a concussão. Nesse ponto, eles foram ajudados pelos bandidos do PCC, que ocuparam todas as notícias. Os criminosos só se aplacaram quando ganharam uns aparelhos de televisão. Bem que alguém poderia mandar uns aparelhos de televisão para a sede do PT.’



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Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

O Globo – 1

O Globo – 2

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