Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Vinicius Torres Freire

‘Quando petistas desavergonhados bradam indignações de fancaria contra as evidências de que seu partido e agregados também vivem de ‘caixinha, obrigado’, a reação imediata é de revolta diante de tamanha cara-de-pau.

A seguir vem o torpor do enfado, o tédio mesclado de desprezo por essa névoa de negocismo, gente desclassificada e nulidade política que é a maior parte do debate público. Enfim, a gente se pergunta o motivo de ainda prestar atenção ao circo.

Sempre se soube do caráter teatral ou espetacular da política. Isso é clichê. Também é um clichê a miséria intelectual do país. Mais gente assiste ao Big Brother Brasil do que está informada sobre o Waldomiro da Caixinha, um caso fácil de entender.

Mas a política nacional vai muito além do teatro. É pós-modernista. Parece mais com desfiles de moda ou de escolas de samba, com enredos que são pretexto apenas para o silicone e as fantasias de show de cassino. Ou de ‘folies’ parisienses caquéticas.

Ninguém usará as roupas que o estilista de moda coloca nas moças da passarela. A ficção tornou-se tão evidente que o estilista Hussein Chalayan uma vez pôs as modelos para desfilarem peladas. Trata-se de puro jogo de cena, ou de referências a outros jogos de cena. Além disso, nada. A realidade evapora.

Parte grande e visível da política brasileira torna-se mais e mais um show sem referência à realidade. Não se trata mais de disfarce, de marketing político, de dourar a pílula. Existem, claro, decisões de governo que favorecem este ou aquele interesse social. Mas a política menos e menos manifesta, representa ou disfarça o jogo de interesses e classes. Desaparecem a ideologia, a falsa aliança de classe, o populismo, o amigo do povo. Aparecem o ‘patrimônio ético’, o Fome Zero, o plano B, a fase dois.

O PT é a vanguarda desse processo de encenação pura, de não representar nada a não ser a si mesmo, deixando intocado e desconhecido o conflito da sociedade real. O PT ‘traiu’, enfim, alguma classe?

Não é por acaso que os filósofos nacionais tenham levado Wittgenstein e Espinosa para o picadeiro pós- modernista da política brasileira.’



Folha de S. Paulo

‘Nota Infeliz’, Editorial, copyright Folha de S. Paulo, 8/03/04

‘É saudável o fato de o Partido dos Trabalhadores estar preocupado em preservar o que resta de seu ‘capital ético e político’, como revela nota da agremiação govenista emitida na sexta-feira. Pretender, no entanto, que a dilapidação desse patrimônio deve-se a uma campanha sistemática, orquestrada por setores da oposição e da mídia, é uma tentativa primária da direção petista de eximir seus correligionários dos ônus e das responsabilidades de quem governa.

Não é necessário ensinar os militantes do PT que cabe à oposição contrapor-se à situação. Essa é uma atividade para a qual o partido sempre demonstrou notável aptidão. Capaz, como poucos, de instrumentalizar ações de movimentos sociais e orquestrá-las com suas estratégias parlamentares, a militância petista freqüentemente levou ao paroxismo as pressões sobre os governos que enfrentava.

Seu rico repertório oposicionista, como o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já admitiu, não dispensava nem mesmo o recurso da ‘bravata’ na pregação de medidas extremadas, como o rompimento com o Fundo Monetário Internacional e a moratória da dívida pública.

Tampouco deixaram os luminares do partido de se valer da pluralidade de opiniões que a mídia expressa para expor seus então contundentes pontos de vista -hoje cada vez mais diluídos pelo exercício convencional do poder. Não deixa de ser inquietante que a legenda do governo, cujo ímpeto para ‘aparelhar’ estruturas públicas causa apreensão, volte-se contra a mídia justamente no momento em que ela desempenha seu trabalho fiscalizador e investigativo, publicando fatos -como os do caso Waldomiro Diniz- e estimulando o debate nacional.

Seria mais proveitoso se o PT, em vez de procurar bodes expiatórios, procedesse a uma reflexão interna com vistas a entender as razões que têm levado o governo a sofrer seguidos desgastes em áreas tão distintas quanto a política ambiental e o combate à fome.’




Clóvis Rossi


‘A mídia e o PT’, copyright Folha de S. Pauloo, 9/03/04


‘O PT tem todos os motivos para desconfiar da chamada grande imprensa. Não vou falar de Folha e PT por uma razão simples: o leitor deste jornal já tem sua própria opinião a respeito e é um dos menos passivos, não só nesse assunto como no geral.


Mas, no restante da grande mídia, o PT foi sempre demonizado porque parecia um risco ao status quo, que o jornalismo brasileiro, com isoladas exceções, sempre defendeu.


Se foi esse histórico que levou o partido culpar a mídia pelo tratamento dado ao caso Waldomiro Diniz, é mais uma leitura equivocada sobre o país que o PT governa.


O partido parece ter esquecido que ele mudou e, por extensão, a mídia mudou seu comportamento em relação ao PT. Em 14 meses de governo, não houve uma única medida que ameaçasse o status quo ou qualquer interesse dos poderosos. Nada. O PT está devidamente amestrado, a ponto de haver banqueiros dispostos a erguer uma estátua de Lula diante da sede de seus bancos.


Logo, a mídia conservadora não tem razão alguma para fazer campanha contra o partido.


O que houve foi basicamente simples: o personagem tido, certa ou erradamente, como ‘primeiro-ministro’ comete um ‘erro’, para usar a qualificação que ele próprio adotou na entrevista à revista ‘Veja’. Admite, ainda, que o episódio Waldomiro foi ‘gravíssimo’.


O que queria o PT? Que a mídia desprezasse um ‘erro’ em episódio ‘gravíssimo’? Só se ainda estivéssemos em 1989/90, quando a grande imprensa, com a única exceção desta Folha, atou-se a Fernando Collor, não por amor a ele, mas por medo a Lula (e Brizola, na época).


O desgaste provocado pelo apoio incondicional a uma figura indecorosa como Collor mais o fato de que já não há o fantasma onipresente da ‘ameaça vermelha’, salvo para dois ou três folclóricos dinossauros, tornaram dispensável perseguir a esquerda. Mais ainda quando a esquerda, no governo, é mais conservadora que os conservadores.’






Jorge Bastos Moreno


‘‘Eu sou Palocci!’’, copyright O Globo, 7/03/04


‘‘Eu sou Palocci!’, respondeu de pronto o ministro Luiz Gushiken, da Secretaria de Comunicação de Governo, ao ser perguntado sobre a discussão que volta a ganhar corpo no governo e na sociedade depois do aparente arrefecimento da crise Waldomiro Diniz: mudar ou não a política econômica do ministro Antonio Palocci. Gushiken, com o enfraquecimento político do ministro José Dirceu, assume um papel político mais forte no núcleo de poder. É entre ele e Dirceu que se dá a queda-de-braço em relação à política econômica. Dirceu, nos bastidores, critica a política de Palocci e conta com aliados circunstanciais como o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (assessorado pelo presidente do BNDES, Carlos Lessa, e por Maria da Conceição Tavares), o presidente do PT, José Genoino, e o governador Jorge Viana, entre outros.


Como o senhor vê esta crise?


LUIZ GUSHIKEN: Acho normal numa sociedade democrática em que, quando um funcionário público, como é o caso do Waldomiro Diniz, é comprovadamente corrupto, haja uma insatisfação generalizada da sociedade para que a punição seja posta em movimento. E à imprensa cabe indagar se outras pessoas têm tido o mesmo comportamento. Por isso, vejo como natural um período de efervescência quando surgem fatos desse tipo.


É verdade que o senhor, bem antes, já tinha conhecimento de ação do Waldomiro, particularmente na Caixa, em relação à Gtech? Desconfiava das andanças dele no governo?


GUSHIKEN: Recebi, ano passado, um relatório do Tribunal de Contas da União que constata irregularidades na administração da Caixa, inclusive imputando multa ao ex-dirigente da Caixa que presidia as atividades daquele período. Não sei dizer se eram atividades ilícitas ou se se tratava de improbidade administrativa. O relatório chegou às minhas mãos por eu ter sido o deputado que, em 1995, provocou o TCU para investigação. Mas não tinha a mínima idéia dos fatos que viriam à tona, entre os quais surge a Gtech.


Mas, sobre o Waldomiro, o senhor nunca…


GUSHIKEN: Não.


Por que o governo ficou tão imobilizado por essa crise?


GUSHIKEN: O governo agiu prontamente. Assim que a informação chegou ao presidente da República, o ato imediato dele foi demitir o servidor; em seguida, foi feito um pedido ao Ministério da Justiça para que procedesse à investigação devida; e, na seqüência, o presidente editou uma MP proibindo o funcionamento dos bingos.


Como o PT vai justificar para o eleitorado ter sido contrário à CPI?


GUSHIKEN: O Executivo, diante de uma denúncia, tomou providências: proibiu os bingos, colocou a Polícia Federal em quase todas as casas que atuam nessa área, há uma investigação profunda. Resta saber se o Parlamento julga que devam ser feitas novas atividades para que sejam repassadas ao Ministério Público e à Polícia Federal novas incumbências sobre o assunto.


Como o senhor reagiria se o caso tivesse acontecido na sua área? Pediria demissão?


GUSHIKEN: Se todo pai tivesse de assumir a culpa por um ato de imprudência de um filho, seria um absurdo. José Dirceu não tem culpa pelo que fez o senhor Waldomiro.


O que faz o núcleo de poder?


GUSHIKEN: O termo núcleo duro é indevido porque desqualifica os que não fazem parte dele. O correto é afirmar o que de fato existe: uma coordenação composta por ministros escolhidos pelo presidente da República, observados critérios de ministérios mais próximos ao dia-a-dia do presidente, e secretarias vinculadas à Presidência.


E como funciona?


GUSHIKEN: Até a reforma ministerial, com uma coordenação que se reunia ordinariamente uma vez por semana, mas que o presidente chama para discutir a qualquer hora. Essa coordenação dá ao presidente uma visão global sobre os assuntos que dizem respeito ao país, com visões diferentes.


Esse fórum examinou a crise política que o governo vive?


GUSHIKEN: Discutiu sob vários enfoques. Expliquei ao presidente como a imprensa estava noticiando os fatos, sugeri que determinados assuntos fossem explicitados com maior insistência porque tinham maior relevância pública. Dirceu explicou como os ministérios estão agindo face o ambiente político, o Aldo Rebelo explicou como está o Congresso. Isso permitiu um debate mais amplo sobre o assunto.


Mas esse fórum não está comprometido pela falta de unidade ou pelo clima de desconfiança entre seus integrantes por causa da crise?


GUSHIKEN: Não há nesse fórum a mínima dose de intriga, não há envenenamento. Há relações de confiança pessoal, o que não significa que haja concordância em todos os pontos de vista das ações políticas. Ao contrário, há muitas divergências em vários aspectos da política. Aliás, é por isso que o presidente chama várias pessoas para discutir um assunto. A divergência de pontos de vista sobre vários assuntos é natural. Mas não há intriga, tampouco envenenamento como é sugerido às vezes nos noticiários.


Em relação a essa crise, o senhor e o ministro José Dirceu têm pontos de vista divergentes?


GUSHIKEN: Não acredito em pontos de vista divergentes. Diria que talvez Dirceu, por estar ligado mais diretamente ao fato, incorpora com muita mais intensidade do que eu o que está ocorrendo. Ele se sente mais responsável para que as coisas caminhem mais rapidamente. A análise da situação é absolutamente idêntica.


O que há de fato entre o senhor e o ministro Dirceu, que estaria atribuindo ao senhor vazamentos de informação de que ele teria pedido demissão ao presidente?


GUSHIKEN: Vejo isso como intriga de quem quer abalar uma relação que existe há muito tempo entre nós.


Os senhores conversaram sobre essa tentativa de fofoca?


GUSHIKEN: Quando saiu matéria no jornal, eu fiz alusão a ela ao Zé, ele riu. Aí eu falei: ‘Está vendo, Zé, os venenos que as pessoas jogam sobre nós, supondo que somos capazes de cair nessa armadilha!’


E o senhor acredita que ele venha mesmo a sair do governo?


GUSHIKEN: Essa é de uma ingenuidade de quem desconhece o que é o PT, desconhece as relações de lealdade, de confiabilidade que norteiam a vida dos dirigentes do partido. Os líderes do nosso partido são líderes que construíram, ao longo da história, laços de confiabilidade, de solidariedade. Portanto, qualquer cidadão que ache que, por uma questão circunstancial, um dirigente do calibre de um José Dirceu possa ser abalado está absolutamente equivocado com relação à organização, ao governo do PT.


Baixada a crise política, se baixar, entrará em campo uma discussão sobre os rumos da política econômica. O senhor acha que ela deve mudar?


GUSHIKEN: Não, acho que a economia está firme. A estabilidade macroeconômica é hoje um trunfo da política econômica, as taxas de crescimento desse último trimestre são inegavelmente indicadores de que o Brasil vai crescer este ano, e é preciso que esse ritmo de crescimento perdure ao longo deste ano porque isso vai proporcionar mais emprego, mais consumo e mais riqueza para o país.


O senhor estava identificado, pelo menos aparentemente, como a pessoa que defendia mudanças nessa política. Mas, pela sua resposta, percebe-se que o senhor está apoiando o que vem sendo feito pelo ministro Palocci. É mais ou menos isso?


GUSHIKEN: A política que está sendo desenvolvida pelo ministro Palocci é uma política de sucesso, que vai estabelecer as taxas de crescimento que hoje todo mundo aguarda.’




Partido dos Trabalhadores

‘EM DEFESA DO PATRIMÔNIO ÉTICO DO PT’, copyright PT (www.pt.org.br), 5/03/04

‘1. Desde sua fundação, o Partido dos Trabalhadores tem se destacado no cenário político nacional pela firmeza com que atua na luta em defesa dos direitos sociais e pela afirmação de uma cidadania plena para todos os brasileiros. Ao longo destes 24 anos, nosso partido construiu um sólido patrimônio por dedicar-se em especial à construção de um novo patamar político onde a ética e a moralidade no trato da coisa pública sejam princípios basilares das instituições brasileiras. A atuação do partido à frente das centenas de administrações públicas nos mais variados níveis de poder comprova nossa orientação de construir um novo modelo de gestão pública onde a transparência e a participação popular sejam estimuladas e garantidas na busca do aprimoramento dos gastos públicos.

2. A partir de um fato real e condenável sob todos os aspectos, ocorrido em 2002 – o caso Waldomiro Diniz – o PT, o companheiro Zé Dirceu, dirigentes do partido e o governo Lula se tornaram alvos de uma campanha sistemática, orquestrada por setores da oposição e da mídia, visando desconstituir o capital ético e político do PT e enfraquecer o governo. Essa campanha se traduz através de uma onda de denúncias vazias, de boatos infundados e de insinuações incomprovadas, por isso inaceitável. O principal objetivo destes setores da oposição, ao atacarem o governo e o PT, é encontrar atalhos fáceis para o êxito eleitoral nas próximas eleições. Na verdade, o que estamos presenciando é a precipitação da disputa eleitoral de 2004. Para conseguir mais votos, os partidos oposicionistas tentam tirar proveito do momento político para macular a imagem do PT no campo da moral e da ética, justamente onde, reconhecidamente, estamos credenciados por uma longa trajetória de combate sem trégua à corrupção. O PT entende que as eleições municipais deste ano são estratégicas e por isso conclama seus militantes e filiados para este enfrentamento.

3. O governo Lula agiu de forma rápida demitindo Waldomiro Diniz e adotando todas as medidas para que os fatos sejam investigados e esclarecidos com a transparência que a opinião pública exige e merece. O governo do PT encaminhou o caso para investigação pela Polícia Federal e para o Ministério Público, além de abrir uma sindicância interna para averiguar os atos do ex-assessor. Como em outras ocasiões, onde nos encontramos diante de irregularidades no trato da coisa pública, não iremos tergiversar ante o interesse maior de defender uma conduta adequada e proba para todos os que ocupam postos no aparato estatal. O que não aceitamos é ficar passivos frente à campanha sistemática e orquestrada por setores da oposição e da mídia que pretendem atingir o PT e o governo Lula, usando para tanto os desvios de conduta de um indivíduo que nunca foi filiado ao partido.

4. O episódio deve servir para valorizarmos ainda mais o nosso rigor ético, no sentido de que ele deve servir sempre de critério para as nossas atitudes e ações. Este rigor deve nos levar a ter também mais cuidado na escolha de assessores, até para que não tenhamos de responder por atitudes que não são as nossas. Por isso, coerentes com a resolução do Diretório Nacional, aprovada em dezembro último, que adverte o governo e o próprio Partido sobre os perigos implícitos da corrupção e de possíveis desvios de procedimento no exercício do poder, reiteramos para que todos os petistas mantenham vigilância. Estamos seguros que do ponto de vista político, moral ou jurídico nosso partido não tem nada a temer. Consideramos inaceitável e repudiamos qualquer tentativa de manipular os fatos com a torpe finalidade de transferir os desvios de conduta de um indivíduo, para o governo, o Ministro José Dirceu e o PT. É público o compromisso do PT por uma profunda reforma política, com financiamento público de campanha e fidelidade partidária. Lutamos pela sua viabilização como uma das nossas prioridades. Assim como lutamos pela reforma com controle externo da administração do Poder Judiciário e do Ministério Público, tendo como um dos objetivos exatamente maior eficiência no combate à corrupção.

5. O PT, coerente com o mandato e a determinação que recebeu povo, defenderá o governo Lula lutando para realizar os compromissos assumidos na campanha: promover o desenvolvimento econômico e social com geração de emprego e distribuição de renda, aprofundar o caráter democrático das instituições políticas e das relações sociais promovendo a justiça e a equidade e patrocinar a inserção soberana do Brasil no contexto das relações internacionais. O PT é o partido do crescimento econômico, da distribuição de renda, da geração de emprego e da inclusão social. Vamos trabalhar com afinco para que o governo implemente as medidas necessárias para que 2004 marque o início de um novo e sustentado ciclo de desenvolvimento econômico e social do país, através de mudanças na política econômica necessárias à implantação e consolidação de todos os nossos programas sociais, econômicos e administrativos e de desenvolvimento, visando sempre conquistar melhores condições de vida para todos os brasileiros, enfrentando com eficiência os problemas conjunturais e estruturais que afetam nosso país e nosso povo.

6. Finalizando, conclamamos todos os filiados e militantes do Partido para que defendam nosso patrimônio ético e político. Os dirigentes, militantes e simpatizantes do Partido devem ter noção das dificuldades e das resistências que o governo Lula, o PT e seus aliados enfrentarão para mudar o Brasil. As mudanças não virão sem lutas e sem batalhas. Devemos estar preparados para enfrentá-las. Os cenários desses embates assumirão várias configurações. No cenário atual, os opositores das mudanças visam macular o patrimônio ético do PT. Ele é um patrimônio público, da sociedade brasileira, constituído pelas suas lutas. Por isso, o PT deve se orgulhar de sua história. Somos um Partido constituído por milhares de pessoas que dedicaram parte de suas vidas para defender aquilo que acreditaram e acreditam ser o bem do povo. Dedicaram parte de suas vidas para construir um Brasil melhor. As renúncias, sacrifícios e conquistas de milhares de militantes e simpatizantes e as esperanças do povo brasileiro nos alimentam nesta caminhada.’



FSP vs. MARTA
Além da Notícia

‘Folha Ataca Viagens, Indispensáveis Para Trazer Verbas Federais E Internacionais’, copyright Além da Notícia # Boletim da Secretária do Governo Municipal de São Paulo (lino@prefeitura.sp.gov.br), 4/03/04

‘Hoje a Folha de S. Paulo publica reportagem criticando o número de passagens aéreas utilizadas pela Prefeitura de São Paulo. O jornal publica a informação seca, ignorando que, sem viagens, não haveria como, por exemplo, buscar verbas federais para combater as enchentes, ou negociar os financiamentos internacionais que estão bancando a revitalização do Centro e a reformulação de todo sistema de transportes. O jornal ignora ainda o fato de que a terceira maior cidade do mundo não pode ser uma ilha. A atual gestão, além de reestruturar o Município financeira, moral e administrativamente, recolocou São Paulo no posto do qual nunca deveria ter saído: uma referência política e social no Brasil e no Exterior.

Naturalmente, isso demanda passagens de avião, e todas são compradas pelo menor preço, via licitação. Como de hábito, a Folha espreme o chamado ‘outro lado’ (a posição da Prefeitura) em um burocrático box azul. Pelo menos o jornal preservou uma frase da nota da Secretaria do Governo que lembra o leitor do óbvio, e que, por si só, seria o suficiente para derrubar a pauta: ‘só faz sentido uma avaliação quantitativa de viagens da Prefeitura se essa for vinculada aos benefícios que as mesmas trazem à cidade de São Paulo’.

CIDADE RECEBE AUTORIDADES E EMPRESÁRIOS DO EXTERIOR TODO MÊS

Confira outro trecho da nota da Secretaria do Governo enviada ao jornal:

‘E mais: reinserida no contexto internacional graças ao trabalho da Secretaria de Relações Internacionais, São Paulo hoje abriga anualmente a URBIS-Feira e Congresso Internacional de Cidades (maior evento deste tipo no mundo) e será sede este ano do Fórum Mundial de Educação e da UNCTAD, Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, que irá reunir centenas de representantes de governos estrangeiros’.

‘A sede da Prefeitura recebe ainda, quase que toda semana, mandatários e membros de governos e empresas de todo planeta. No mês passado, por exemplo, a prefeita Marta Suplicy recebeu em seu gabinete o presidente do Líbano e o diretor para a América Latina da Rolls Royce, que está interessada em investir na zona Leste. Sexta-feira passada foi a vez de Danny Leipziger, diretor do Banco Mundial. Enfim, é uma situação inimaginável em outros governos, e que traz evidentes ganhos para a cidade. Tais conquistas levam, obrigatoriamente, ao aumento do número de viagens dos representantes da Prefeitura’.’