Cada vez aumenta mais o vexame do comportamento da mulher do então governador do Rio, Sergio Cabral . A cada nova revelação, a cada passo da Lava-Jato , lá vem mais uma bomba como os R$69,7 milhões movimentados pelo escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, quantia incompatível com a capacidade financeira declarada. Ou as transferências milionárias da cadeia japonesa Manekineko para o escritório da ex-primeira dama carioca.
A Lava-jato também flagrou 2100 imagens postadas nas redes sociais pela mulher do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com exibições de anéis de ouro, sapatos Louboutin, bolsas Louiz Vuitton e perfumes Chanel. ” Neste momento gastando uma grana no Fashion Mall” . Ou, do hotel Four Seasons de Florença , ” Deus! O hotel aqui é um palácio”. O casal passou uma semana torrando dinheiro nas lojas Prada, Ermenegildo Zegna, Salvatore Ferragamo. Propinas de R$5,2 milhões vinham do Petrolão derivadas de um contrato na África.
Até a ex-Primeira-Dama do Peru, Nadine Heredia, tirou uma casquinha de US$ 3 milhões da Odebrecht de caixa dois para campanha do marido.
Agora a Lava-Jato corre o risco de sofrer um revertério depois da morte, encomendada ou não , do relator Teori Zavaski. E quem pode impedir o atraso das investigações é a presidente do Tribunal Superior Federal, Carmem Lucia, com a indicação de um novo relator para o caso entre os ministros do TSF STF .
Carmem Lucia, sempre ela, sóbria, distinta, direta, precisa, culta , que chama atenção pela postura e decisões acertadas mas, principalmente, se sobressai no terreno minado das mulheres que ascenderam ao poder nesse período de vacas gordas, à tiracolo dos maridos.
Carmem Lúcia nos enche de orgulho , como Michelle Obama , que deixou a Casa Branca sem provocar um escândalo, uma gafe, um vexame sequer.
Autênticas, estão cotadas para a presidência, Michelle depois da desastrosa entrada em cena do falastrão Donald Trump, Carmem Lucia em meio a esse mar de lama ético que cobre o país de vergonha.
Com a Globeleza pela primeira vez vestida neste Carnaval pela estilista e artista Rita Comparato , temos uma chance de tornar as mulheres do Brasil menos vendidas pelas carnes e mais pelo caráter. Que se espelhem em Michelle e Carmem Lucia.
***
Alberto Dines é jornalista, escritor e cofundador do Observatório da Imprensa