Assim defino programas como o Big Brother Brasil, que exploram, até o bagaço, pessoas dispostas a subir na vida (através do ‘gordo’ prêmio), ou simplesmente ter seus 15 minutos de fama. Em troca, do prêmio ou da fama repentina, aceitam viver em uma casa vigiada por câmeras espalhadas por todos os lados, tornando visível suas intimidades, loucuras e emoções para todo o Brasil.
Esse tipo de programa já deu o que tinha que dar. Não tem mais graça olhar esse zoológico humano. Mesmo assim a Rede Globo insiste e consegue convencer o público a acompanhar do começo ao fim mais uma cansativa edição do BBB.
Cansativa, mas parece que grande parte do público não cansa. Contudo, não se pode negar que isso é fruto do pesado marketing e do bombardeio de propagandas promovidas antes do início de cada edição, o que parece cauterizar a consciência crítica de muitos cidadãos.
A Rede Globo é poderosa. Talvez por isso esse tipo de programa faça sucesso apenas na emissora carioca. Veja se esse tipo de programa criou raízes no SBT, com Casa dos Artistas, ou na RedeTV, que tentou fazer um reality show só para aproveitar a onda de shows da realidade e fracassou na primeira edição (talvez por isso, nem lembre do nome, mas passava dentro do TV Fama).
Casa dos Artistas conseguiu, pelo menos, a proeza de promover três edições, mas não teve fôlego suficiente para suportar outra edição devido aos baixos índices de audiência.
As mesmas macaquices
Agora, vejamos o porquê da fórmula desse tipo de programa ser ultrapassada.
A única coisa que muda em cada edição do BBB é a casa, os móveis e o design, porque a localidade deve continuar a mesma. Essas mudanças na casa, de alguma forma, iludem o telespectador, que acaba se empolgando com o novo ambiente e não percebe que o formato continua o mesmo.
Tudo se repete. O líder da semana, a grande prova que define o líder, o voto no confessionário, o quarto especial para o líder, as visitas ilustres, os romances repentinos, a fofoca, a falsidade, o paredão, o Pedro Bial e outros adereços repetitivos. Nem os participantes, que deviam fazer a diferença nas edições, escapam da mesmice. São as mesmas figuras de sempre, como o pobre coitado, o namorador, o riquinho, o aspirante a ator, o esquisitão, o fofoqueiro, o amiguinho, o estrategista, o linguarudo e por aí vai.
Conclusão: nesse zoológico mudam-se os macacos, mas as macaquices continuam as mesmas.
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Estudante de Jornalismo do Centro Universitário do Norte (Uninorte), Manaus, AM