Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

‘Guardian’ lança sistema inédito de associação com leitores

A empresa britânica Guardian News & Media (GNM) acaba de anunciar um novo programa de associação, em três níveis, que permitirá a seus leitores acesso a ampla gama de acontecimentos e atividades, a um custo que vai de zero a 60 euros mensais (cerca de R$ 180,00). A GNM, controlada pelo Guardian Media Group (GMG), é responsável pelo theguardian.com, um dos principais sites de notícias do mundo, pelo guardiannews.com e pelos jornais “The Guardian” e “The Observer”.

Como associado, “você poderá acessar nossa sede para aprender com Guardian, com uma de nossa série de aulas”, diz Alan Rusbridger, editor-chefe do “The Guardian” e do “The Observer”. “Agora você poderá participar do Guardian.” Batizada de “The Guardian Membership”, a iniciativa permitirá que os leitores se aproximem da marca e da fisosofia de jornalismo aberto da organização. “Você poderá se tornar uma parte muito próxima da comunidade de jornalistas, leitores e amigos de uma instituição que já existe há mais de 190 anos”, enfatiza Rusbridger. “Ao aderir, você poderá fazer parte da nossa jornada de transformação em uma empresa de mídia do século 21, aberta e global.”

A “The Guardian Membership” incluirá, por exemplo, o acesso a um espaço especial de eventos, de 2,8 mil m2, que a empresa terá em um antigo complexo ferroviário que está sendo restaurado no distrito de King’s Cross, na região nordeste de Londres, e que deverá ser aberto em 2016. O espaço abrigará o “Guardian Live”, um programa contínuo depromoções, discussões, debates, entrevistas, palestras e festivais. O objetivo é fixar a marca Guardian e suas iniciativas em locais de eventos dentro e fora do Reino Unido.

O sistema de associação foi lançado em três níveis: amigos,que é gratuito e dá acesso aeventos, notícias e reservas; parceiros, que custa 15 euros por mês (em torno de R$ 45,00) e inclui uma série de descontos e prioridade de reservas para eventos; e patrocinadores, que custa 60 euros por mês (cerca de R$ 180,00) e permite um nível especial de associação, que inclui permissão exclusiva de acesso às operações da Guardian News & Media, comovisitas à redação e ao local de impressão, possibilitando uma visão de todo o processo editorial. O status de patrocinador também irá ajudar a moldar uma comunidade global de integrantes da “The Guardian Membership”, com potencial de hospedar eventos próprios. A iniciativa dessa associação, por sinal, surgiu de um encontro de final de semana com leitores, realizado no início de 2012.

“Sem muros”

“A maioria dos leitores disse que ficaria feliz em contribuir com dinheiro para a ‘causa’ do Guardian, mas uma esmagadora maioria também defendeu o jornalismo livre, para que possa chegar ao maior número de pessoas possível. Um número razoável se disse satisfeito em ser assinante. Mas a maioria das pessoas levantou as mãos quando se perguntou a elas se gostariam de ser “membros”, disse Rusbrisger. A “The Guardian Membersgip” está em fase final de preparação, passando pelos últimos ajustes. Seu lançamento formal é esperado para janeiro.

Depois do Reino Unido, o esquema será estendido paraos EUA e a Austrália, como uma extensão das edições digitais do Guardian e da comunidade de leitores nesses dois mercados. O “Guardian Live” também abrigará eventos em várias cidades pelo mundo.

DavidPemsel, vice-diretor executivo da GNM, diz que o esquema de associação não é um “pay wall” disfarçado e apresentado com outra roupagem, sendo diferente do modelo de assinatura digital oferecida por jornais concorrentes. Antes de seu lançamento, a iniciativa foi apresentada em dezenas de eventos. “Esta é uma manifestação física do que você vê no iPhone, iPad ou tela do computador”, garante Pemsel. “Trata-se de encontrar maneiras novas e significativas de monetizar nosso grande público, de mais de 100 milhões de usuários globais, e de, ao mesmo tempo, salvaguardar e afirmar nosso compromisso de praticar um jornalismo aberto, sem impor muros em torno do nosso conteúdo. É muito diferente de sistemas de retenção de subscrição.”

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