Neste início de 2015, dos 50 maiores sites noticiosos dos Estados Unidos, 39 já são mais acessados por aparelhos móveis, como smartphones, do que por computadores.
Esse é o destaque do relatório “O Estado da Mídia de 2015”, divulgado na quarta-feira (29/4) pelo centro de pesquisas Pew, de Washington, com base em dados da ComScore.
“Pode chamar de maioria ‘mobile'”, brinca a diretora de pesquisa em jornalismo, Amy Mitchell, em trocadilho com a expressão “maioria moral” –usada nos EUA em referência à parcela da população mais conservadora em questões de costumes.
Por outro lado, “os visitantes que vêm de computadores tendem a gastar mais tempo em cada visita do que os que vêm de aparelhos móveis”, diz ela.
Junto com o avanço dos smartphones, confirma-se a ascensão das redes sociais: metade dos adultos americanos que usam internet diz ler sobre política e governo no Facebook.
Nova dinâmica
“É uma plataforma em que a influência é dirigida em boa parte por amigos e algoritmos”, aponta Mitchell. “O fluxo de informação incorpora toda uma nova dinâmica.”
A diretora do instituto Pew sublinha, porém, que, mesmo com a evolução dos hábitos noticiosos em aparelhos móveis e redes sociais, “as plataformas tradicionais de maneira nenhuma foram abandonadas”.
Em 2015, com um salto de 5% no horário noturno, o jornalismo das redes abertas americanas cresceu pelo segundo ano seguido.
Também as emissoras abertas locais registraram avanço. Já os canais de notícias, na TV paga, “tiveram mais um ano difícil” em audiência. Até a Fox News perdeu (1%).
Também os jornais, “depois de um ano de pequenos ganhos em 2013, viram tanto a circulação diária como a dominical cair 3% em 2014”, atingindo veículos de todos os tamanhos.
>> Confira o documento divulgado pelo centro de pesquisas Pew: http://www.journalism.org/2015/04/29/state-of-the-news-media-2015/
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Nelson de Sá, da Folha de S.Paulo