Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Presidente da WPP defende eficiência de jornais e revistas

O presidente do grupo WPP, Martin Sorrell, afirmou na semana passada [retrasada] que a corrida das agências de publicidade para o meio digital pode ter sido exagerada. O executivo, que comanda o maior conglomerado de publicidade do mundo, disse que o poder dos jornais e revistas não pode ser subestimado.

Em evento da Broadcasting Press Guild, em Londres, Sorrell frisou que as mensagens de anunciantes veiculadas em jornais e revistas podem ter índice de retenção maior em relação aos apresentados somente em meios digitais.

Segundo o jornal “The Times of London”, os comentários do principal executivo da WPP marcam uma mudança de visão em relação à mídia tradicional. No passado, Sorrell havia declarado que seus clientes gastavam uma parte muito grande do orçamento em mídia impressa,

considerando que muitos dos leitores estavam migrando para os meios digitais.

De acordo com a reportagem, agora ele indica que o uso dos veículos de comunicação tradicionais é importante, pois a relação do leitor com os conteúdos é diferenciada. “Há uma discussão neste momento sobre a eficiência dos jornais e revistas e como ambos, mesmo em sua forma tradicional, talvez sejam mais eficientes do que se tem considerado ultimamente”, afirmou o publicitário ao jornal.

Um novo paradigma

Na opinião do publicitário Sérgio Amado, presidente da Ogilvy Brasil, agência que faz parte do grupo WPP, a declaração de Sorrell reflete uma acomodação do mercado publicitário depois de uma corrida desenfreada rumo à mídia digital. “Nos últimos anos, a impressão era que o meio digital resolveria todos os problemas de comunicação do mundo”, disse o executivo.“Hoje, ficou claro que não é bem assim. Nós precisamos também de jornais, revistas e emissoras de TV fortes.”

Amado lembra que, além de existirem na forma impressa, os jornais e revistas também devem ser vistos como uma plata forma digital. “Acho que a mensagem (de Sorrell) foi no sentido de abrir a cabeça dos publicitários, para que eles não fiquem fixados em uma ideia de modernidade, concentrando o investimento em uma só mídia.”