Aumentar a presença em redes sociais, fazer reportagens para celulares e tablets e promover o crescimento internacional do jornal são prioridades do editor (publisher) do “The New York Times”, Arthur Sulzberger.
Ele participou nesta terça (2) do Congresso da Associação Internacional de Jornais e Publishers, realizado neste ano na capital americana, que começou no domingo e termina nesta quarta (3).
Sulzberger, 63, começou sua apresentação dizendo que a audiência digital do “NYT” cresceu 23% no último ano, desde que foi vazado um relatório interno apontando que o jornal estava “muito atrasado” na transição digital e propondo mudanças.
“Todas aquelas recomendações foram aplicadas em menos de um ano. Levamos nossas reportagens aonde o leitor está, em seu celular, nas redes sociais”, disse.
Contou como a reunião de primeira página foi abolida, com reuniões com menos gente participando, tratando do que é “importante” como material para o site do jornal, redes sociais e celulares. “Mobile first”, repetiu várias vezes [primeiro o que é móvel –celular e tablet].
Ele disse que mais da metade dos leitores entre 20 e 34 anos chega às reportagens do jornal pelo Facebook. Ele não vê a rede social como concorrente, mas “como uma importante plataforma para chegar aos leitores”.
A editora-assistente do jornal, Alex MacCallum, que começou a carreira no “Huffington Post” e é um dos grandes nomes do digital do diário, segundo Sulzberger, afirmou que “é necessário saber o que cabe em cada rede”.
“Reportagens de viagens e de gastronomia funcionam mais no Pinterest, outras funcionam melhor no Twitter ou no Facebook”, disse.
“O Instagram atinge um público mais jovem, a marca do ‘New York Times’ precisa ser reforçada com eles.”
O crescimento internacional do jornal, aumentando sua base de assinantes fora dos EUA e traduzindo reportagens no site para diversas línguas, também é uma das prioridades do editor.
“Nosso jornal era da cidade de Nova York, e, quando virei editor, éramos o jornal do Nordeste dos EUA. Fizemos um grande esforço para virar um jornal nacional, mas hoje nossa agenda é ser um jornal internacional”, disse Sulzberger, acrescentando que “não é à toa que o CEO [presidente] da empresa é britânico”.
“Ele veio da BBC, ele sabe uma coisa ou duas sobre expansão internacional.” Disse que há jornalistas em Londres, Hong Kong e Nova York coordenando o que é publicado “em diferentes fusos horários para atingir audiências em lugares diferentes”.
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Raul Juste Lores, da Folha de S.Paulo, em Washington