Quarenta anos depois da primeira edição, a leitura ou releitura de “Todos os Homens do Presidente” continua prendendo a atenção como se fosse um romance policial. O tema é bem conhecido. É a longa narrativa, em terceira pessoa, de dois repórteres que começaram investigando um caso de polícia que culminou no maior escândalo político dos Estados Unidos. Passou ao folclore da imprensa mundial como o mais famoso exemplo de jornalismo investigativo.
Os autores, Bob Woodward e Carl Bernstein, participaram do grupo de repórteres do “Washington Post” que fez, num sábado, a cobertura do arrombamento da sede do Partido Democrata no complexo de hotel e escritórios Watergate, em Washington. O “Post” deu a informação no alto da primeira página; “The New York Times”, na página 30, entre os anúncios.
Nos dias seguintes, os dois repórteres ficaram cuidando só do caso. Woodward, 29 anos, afiliado ao Partido Republicano, ex-oficial da Marinha, tinha pouca experiência em jornalismo e menos de um ano no “Post”. O livro não diz, mas era considerado bem comportado, trabalhador, responsável e com um estilo pesado e duro. Bernstein, 28 anos, era o oposto. Veterano no jornal, escrevia bem e com imaginação. Mas era indisciplinado, imprevisível, perdulário; numa ocasião, alugou um carro, esqueceu dele num estacionamento e só o devolveu meses depois: gastou metade do orçamento da seção. Encabeçava a lista de demissões futuras e só continuava no jornal porque seu chefe imediato mostrou que fazia reportagens locais que ninguém mais conseguia fazer.
Eram competitivos mas, apesar de bem diferentes entre si, conseguiram trabalhar em equipe. A dupla recebeu o nome de Woodstein. Ambos assinavam as reportagens, e um deles podia vetar a publicação se discordasse do conteúdo.
Os dois investigaram, entrevistando pessoas a qualquer hora do dia ou da noite, seguindo a menor pista sem saber onde iria chegar, organizando a informação disponível, cruzando e questionando dados e só publicando uma notícia se confirmada por mais de uma fonte. Com frequência, sua única companhia na redação durante a madrugada eram as faxineiras. Uma dedicação que só foi possível porque nenhum deles, na época, era casado.
Eles montaram o caso com paciência. Não como uma narrativa contínua, pois nenhuma reportagem contava a história toda, mas pouco a pouco, tijolo a tijolo, tentando encontrar o fio condutor de tanta notícia.
Evidências que faltavam
Numa prática que no Brasil seria considerada controvertida, Woodward e Bernstein liam pelo telefone a reportagem, já escrita, a uma pessoa mencionada no texto, para pedir seus comentários.
Eles são discretos sobre o assunto, mas a cobertura de Watergate enfrentou oposição interna. A seção nacional, considerada a elite do “Post”, argumentava que, por ser um caso político, deveria ser coberto por seus jornalistas, não por repórteres de polícia. Com frequência, não acreditava nas reportagens publicadas e seu editor dizia que a informação sobre Watergate prejudicava o jornal ou, no mínimo, o cobria de ridículo.
No entanto, a sorte do “Post” pode ter sido precisamente a decisão de tratar o assunto como um caso de polícia e manter os Woodstein no caso. Como diria mais tarde Ben Bradlee, editor do jornal, ninguém que chamava Henry Kissinger pelo primeiro nome teria condições de cobrir Watergate. Os repórteres de política provavelmente teriam aceito como verdadeiros os desmentidos oficiais e abandonado o caso.
A dupla Woodstein era cuidadosa, mas cometeu erros, alguns graves. Chegou a acusar indevidamente três pessoas de participar do escândalo, colocou em risco o emprego de um agente do FBI e traiu sua confiança.
Como disse a Bernstein uma das fontes, Hugh Sloan, os jornalistas não percebem a angústia que podem infligir com uma única sentença. Sloan é descrito como um jovem idealista que, apesar da avançada gravidez da mulher, largara o emprego de tesoureiro da campanha para a reeleição do presidente Richard Nixon “porque viu como eram as coisas e não quis fazer parte daquilo”. É uma das raras pessoas que saem no livro com a dignidade intacta.
Os autores afirmam que o “Post” nunca revelou a identidade de Hugh Sloan como fonte de suas matérias. Mas o jornal errou ao publicar que Sloan informara a um grande júri que Bob Handelman, um dos mais poderosos homens do presidente, controlava os fundos secretos da campanha para a reeleição, sem sequer tentar confirmar a notícia com ele, Sloan. A informação era uma verdadeira bomba. Mas era incorreta. Como souberam mais tarde, Handelman realmente controlava os fundos, mas Sloan nada dissera ao grande júri porque não lhe foi perguntado. Em termos jornalísticos, foi um desastre. Minou a credibilidade do jornal e deu uma vitória moral à Casa Branca e a Nixon. Os repórteres pensaram em demitir-se.
Durante vários meses, o “Post” ficou praticamente sozinho na cobertura de Watergate. Jornais e televisão deram pouca importância ao assunto. “The New York Times”, “Los Angeles Times”, a revista “Time” e alguns jornais deram algumas informações exclusivas, mas sem continuidade. A imprensa em geral preferiu omitir-se. Somente quando Walter Cronkite, o respeitado âncora do noticiário da cadeia CBS de televisão, colocou a informação no ar é que o assunto ganhou dimensão nacional.
Quem percebeu desde o início o alcance da cobertura do “Post” foi a Casa Branca. Sabia que Watergate não era um caso isolado, “um arrombamento de terceira categoria”, como disse, mas uma operação que deu errado, parte de um grande esquema clandestino e ilegal de monitoramento de políticos, jornalistas e opositores em geral. Desde o começo, a Presidência dos Estados Unidos pressionou o “Post” para que abandonasse a cobertura.
O apoio dado pelos editores, pela empresa e pela “publisher” e principal acionista, Katharine Graham, foi fundamental para a continuidade da cobertura. A Casa Branca puniu o jornal recusando informações, fez ameaças e tentou tirar do “Post” as licenças de várias emissoras de televisão, que estavam vencendo. As ações da empresa perderam mais de 50% de seu valor na bolsa. Katharine temeu pela sobrevivência do jornal. Ela foi ameaçada de ter seus seios colocados num torniquete gigante por John Mitchell, ex-ministro da Justiça, se uma notícia fosse publicada. Foi publicada e a anatomia de Katharine continuou intacta.
A cobertura inicial sobre Watergate não afetou a popularidade do presidente. O noticiário do “Post” começou em junho de 1972. Em novembro, Nixon foi reeleito; venceu em 49 dos 50 estados americanos, algo que nenhum outro presidente conseguira. Ele teve o maior apoio dos jornais de qualquer candidato em tempos modernos.
Nos meses seguintes, a maré reverteu. Watergate e suas ramificações foram investigados por um juiz, John Sirica, por um grande júri e por comitês do Congresso, que se tornaram importantes fontes de informação para o “Post”.
O escândalo cresceu e a lama chegou cada vez mais perto do Salão Oval da Casa Branca. Havia poucas dúvidas sobre o envolvimento de Nixon. Como escreveu Bradlee, o ar estava cheio de mentiras e o maior mentiroso era o presidente. O trabalho do “Post”, finalmente, foi reconhecido e ganhou o Prêmio Pulitzer de Jornalismo por serviço público, em 1973.
Ronald Ziegler, o porta-voz da Casa Branca, criou uma expressão nova para reconhecer as mentiras do passado. Disse: “Esta é uma declaração operacional. As outras não são operacionais”. Teve também a honestidade, pouco comum no meio, de ajoelhar no milho: “Devo pedir desculpas ao ‘Post’ e devo pedir desculpas ao sr. Woodward e ao sr. Bernstein. (…) Todos nós temos de dizer que foram cometidos certos erros em certos comentários. (…) Quando estamos errados, estamos errados, como estávamos neste caso”. Ao tentar continuar – “Mas…” -, um repórter o interrompeu: “Agora não retire o que disse, Ron”. Ziegler, prudentemente, calou-se. Woodward telefonou para agradecer.
Nixon estava desmoralizado. Passou pela humilhação de dizer em cadeia nacional a famosa frase: “I am not a crook” (Não sou um canalha).
Em junho de 1974, Woodward e Bernstein publicaram “All the President’s Men” (“Todos os Homens do Presidente”). O título parece inspirado em “All the King’s Men”, romance de Robert Penn Warren, de 1946, sobre corrupção política. O livro da dupla Woodstein se antecipou em dois meses ao “grand finale” de Watergate: em agosto de 1974, para evitar o “impeachment” pelo Congresso, Nixon renunciou ao cargo, episódio retratado por eles no livro “The Final Days”, de 1976.
A fama do “Post” chegou a seu zênite. Ficou na moda; tornou-se, por um tempo, o jornal mais famoso do mundo e deu a Ben Bradlee e a Katharine Graham prestígio internacional. O “Post” era considerado um diário de segunda categoria, abaixo do “New York Times”. Watergate colocou os dois no mesmo nível.
“The Washington Post” teve a prudência de não brindar com champanhe a queda de Nixon. No dia da renúncia, não deixou entrar na redação câmeras de TV nem jornalistas de outros meios. Tentou evitar que a cobertura de Watergate fosse vista como uma campanha pessoal contra o ex-presidente.
Katharine Graham teve também o bom senso de reconhecer que não foi seu jornal quem provocou a renúncia do presidente, mas o processo constitucional normal: os tribunais, o grande júri, o Congresso. O “Post” se limitou a publicar notícias. Foi parte importante de Watergate – mas só uma parte.
Na verdade, quem derrubou Nixon foi o próprio Nixon. Apesar de todos os depoimentos e evidências, é improvável que ele fosse submetido ao processo de impeachment, que o levou à renúncia, se não tivesse mandado gravar secretamente – na obsessão de tudo controlar – as conversas que teve no Salão Oval ao longo dos anos. As fitas, que foi obrigado a entregar, continham todas as evidências de que os tribunais e o Congresso precisavam. Comprovavam tudo que ele antes negara. Foram a “smoking gun”, a prova definitiva. O pior inimigo de Nixon foi Nixon.
Mais contratações
Watergate teve uma forte influência sobre o jornalismo. A imprensa ganhou prestígio. Woodward e Bernstein foram endeusados e vistos como modelos de jornalistas. Muitos jovens queriam ser repórteres, fazer denúncias, consertar o mundo.
Houve um período de ressaca. A imprensa passou a procurar corrupção, conspirações e escândalos até onde não havia, e se considerou uma peça atuante da esfera pública, um ator do drama, em vez de limitar-se a seu papel de observadora.
O próprio “Washington Post” enfrentou esse problema, com reportagens pouco equilibradas, preocupadas em enfatizar os fatos negativos. Estimulou um ambiente interno extremamente competitivo. A imagem do jornal mudou. Passou a percepção de ser parcial e demasiado poderoso. E descuidou da qualidade e dos controles internos.
Janet Cooke, bela e brilhante repórter negra do “Post”, escreveu uma série de reportagens, “Jimmy’s World” (O mundo de Jimmy), sobre um menino de oito anos viciado em heroína. Bem escrita e bem apresentada, comoveu o leitor ao descrever “as marcas da agulha que manchavam a suave pele como de bebê de seus finos braços marrons”. Alguns editores duvidaram das reportagens, mas foram voto vencido. O próprio Bob Woodward apresentou a candidatura da série ao Prêmio Pulitzer. Venceu na categoria de “serviço público”.
Não demorou para descobrir-se que toda a história tinha sido inventada, do começo ao fim. No “Post”, o mundo veio abaixo. O prêmio foi devolvido. Woodward tentou explicar: “Eu acreditei e nós a publicamos”. E acrescentou: “Seria absurdo para mim ou qualquer outro editor avaliar a autenticidade ou a precisão das matérias que apresentamos para os prêmios”. Certamente, os editores que supervisionaram as reportagens sobre Watergate foram mais cuidadosos.
Janet pediu demissão. O “Post” percebeu, demasiado tarde, que o currículo que ela apresentara para entrar no jornal, assim como as referências escolares e sua alegação de que falava várias línguas, inclusive português, eram falsos. Ninguém tinha checado nada. Numa entrevista à televisão, ela disse que a enorme pressão existente na redação corrompera seu julgamento e que ela inventou a história para satisfazer seus editores.
Os direitos para o cinema foram comprados pelo ator Robert Redford. O filme “Todos os Homens do Presidente”, lançado em 1976, projetou mundialmente o livro, tornou mais conhecido o caso Watergate e aumentou a fama do “Post”. Katharine Graham relutou em colaborar, embora, brincando, afirmasse que, segundo um boato da redação, a atriz Rachel Welch faria o papel dela. Tinha medo do impacto sobre a imagem do jornal e não sentiu empatia com Redford. Proibiu que o filme fosse rodado no jornal. Uma reprodução exata da redação teve que ser feita num estúdio de Hollywood. Mas Bradlee e os jornalistas colaboraram.
Redford fez o papel de Woodward e Dustin Hoffmann, o de Bernstein. A direção de Alan Pakula recebeu aclamação geral. Até Graham gostou: “Foi extraordinário”, disse, embora não tivesse sido representada por Rachel Welch; na verdade, Katharine não aparece no filme, o que, no fundo, a magoou. Houve egos machucados. Bradlee, cujo papel foi representado por Jason Robards, teve um destaque desproporcional no filme. Mas o segundo no comando da redação, Howard Simons, muito mais envolvido do que ele na edição das reportagens, teve sua importância diminuída e sua participação, distorcida; outros editores simplesmente sumiram. A simplificação do enredo criou mágoas na redação. Talvez por isso, a crítica mais severa do filme foi precisamente a do “Post”.
A figura mais popular, tanto do filme como do livro, é “Deep Throat” (garganta profunda), nome extraído de uma película pornográfica famosa na época. O misterioso personagem era uma fonte da confiança de Woodward, que marcava encontros de madrugada em garagens desertas e o orientava no caminho a seguir nas investigações. É descrito como “uma fonte do Poder Executivo com acesso ao comitê para a reeleição do presidente e à Casa Branca”. Suas informações foram vitais para evitar campos minados e esforços inúteis.
O livro sugere que ele era uma pessoa das mais altas esferas da administração pública. Sua identidade provocou múltiplas conjecturas ao longo dos anos – algumas, surpreendentemente corretas, mas nunca confirmadas – e foi objeto de vários livros e uma infinidade de artigos.
Woodward e Bernstein não divulgaram o nome a ninguém. Num almoço, Katharine Graham perguntou o nome de Garganta Profunda. Woodward suou frio e disse que o revelaria se ela quisesse. Katharine tocou em seu braço, riu, e afirmou que estava brincando. Morreu em 1989, sem saber quem era. Durante a cobertura, Bradlee assegurou que nunca disse se sabia ou não a identidade de Garganta Profunda. Segundo Woodward, ele pedia aos repórteres que o informassem sobre suas fontes só o que eles achavam que podiam contar-lhe. Bradlee ficaria sabendo quem era a Garganta Profunda anos mais tarde.
O nome do enigmático personagem veio a público em 2005, na revista “Vanity Fair”: era o diretor adjunto do FBI na época, Mark Felt. Woodward, Bernstein e Bradlee confirmaram a identidade. Woodward correu para publicar seu livro “The Secret Man: The Story of Watergate’s Deep Throat”. Alega-se que uma das motivações que levaram Felt a passar informações ao “Post”- e também à revista “Time”, o que o livro não diz – foi que se sentiu preterido pela decisão de Nixon de nomear como diretor do FBI a L. Patrick Gray III, homem de sua confiança.
“Follow the money” (siga o dinheiro), a frase mais famosa e de maior efeito do caso Watergate, na boca de Garganta Profunda, não aparece no livro, apenas no filme, numa bem inspirada sacada do roteirista, William Goldman. Mas o livro facilitou a inspiração. Na versão original do livro em inglês, um advogado diz a Bernstein: “The money is the key to this thing” (o dinheiro é a chave de tudo isso). Em outra ocasião, alguém afirma: “Financing is the most important way to learn who is involved” (A questão financeira é a melhor maneira de saber quem está envolvido). O roteirista captou a ideia e refinou as expressões numa frase contundente.
Onde estão agora os personagens de Watergate? Richard Nixon, Katharine Graham, Garganta Profunda e a maioria dos homens do presidente morreram. Bradlee se aposentou em 1991. A dupla Woodstein mantém até hoje boas relações. Bernstein deixou o jornal em 1976 e anda meio esquecido. Woodward saiu do “Post” em 2008; seu prestígio ficou abalado por escrever livros nos quais, segundo jornalistas de Washington, protege os homens no poder em lugar de questioná-los. Kissinger confirmou sua fama de ser o mais hábil manipulador da imprensa de Washington. Tentara mudar a cobertura de Watergate e grampeou ilegalmente os telefones de jornalistas e de seus próprios funcionários, permaneceu impune e foi nomeado secretário de Estado.
“The Washington Post” mudou. O peso da corporação dominou o jornal e a redação. Renunciou a ser um grande jornal e tentou ser um bom jornal. Donald Graham, filho de Katharine, é uma pessoa equilibrada e responsável, pouco propensa a assumir riscos, ao contrário da mãe. Afirma-se que com ele o “Post” não teria embarcado na aventura de Watergate. Quis fazer um bom jornal para a região metropolitana de Washington. Ele, e sua sucessora como “publisher” do “Post”, sua prima Katharine Weymouth, não conseguiram fazer a transição digital. Reduziram drasticamente a informação do exterior e de outros estados. Houve demissões em massa. As páginas de opinião, antes mais equilibradas, passaram a ser porta-vozes do neoconservadorismo.
Depois de perder dinheiro, o jornal foi vendido em 2013 a Jeff Bezos, o fundador da Amazon. Com Bezos, o “Post” deixou de fazer cortes e, pela primeira vez em vários anos, fez contratações.
Coragem indômita
A reedição de “Todos os Homens do Presidente” traz uma pergunta inevitável. Seria possível hoje cobrir um novo Watergate? A atual situação econômica do “Post” e dos jornais torna difícil, quase proibitivo, manter repórteres trabalhando meses a fio num único assunto, e deixa as empresas mais vulneráveis às ameaças do poder.
O Prêmio Pulitzer de 2014, dado a “The Washington Post” e “The Guardian”, mostra, no entanto, que ainda é possível fazer jornalismo independente. É certo que não premiou reportagens originais, mas a publicação de documentos confidenciais, entregues por Edward Snowden sobre as atividades ilegais da NSA, a agência de espionagem americana. Os jornais tiveram, porém, a coragem de enfrentar as pressões dos poderes públicos, que queriam impedir sua divulgação.
A coragem de não ceder à intimidação de governos – a maior ameaça à liberdade de imprensa – é, talvez, a lição mais duradoura do caso Watergate.
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Matías M. Molina é autor da História dos Jornais Brasileiros, a ser lançada proximamente pela Companhia das Letras