O New York Times está tentando fazer que sua reunião da manhã seja uma discussão sobre todas as plataformas, ao invés de ser uma reunião tradicional discutindo o que está na primeira página. A editora pública Margaret Sullivan usou o tema da mudança em sua coluna de domingo:
“É quarta-feira de manhã e 39 editores entraram para a reunião das 10 horas no salão de conferência no terceiro andar do Times alguns levam seus laptops e smartphones, outros [chegam] com suas canetas e blocos de anotações.”
A reunião, que até recentemente se concentrava no jornal impresso, agora enfatiza uma discussão diferente: o jornalismo nas plataformas digitais doTimes. Houve elogios de manchetes que haviam contido as palavras certas – tanto “Eric” e “Cantor”, neste caso – para maximizar os resultados da pesquisa online; uma consulta sobre se uma história seria acompanhada de um vídeo; e conversa sobre como dar mais peso a um pacote político na home page.
Houve até mesmo uma referência meio de brincadeira sobre o aumento de leitores depois de uma incursão inicial no Twitter pelo novo editor-executivo, Dean Baquet, que elogiou a cobertura de um funeral no Brooklyn e forneceu um link.”
A coluna foi da anedota na reunião a questões mais amplas sobre desafio do Times em desenvolver um enfoque digital mais forte para refletir os crescentes desafios e oportunidades de uma publicação digital.
Relatório de Inovação do New York Times
As mudanças na reunião da manhã também foram discutidas no Times’ Innovation report:
“A redação é unânime: Estamos concentrando muito tempo e energia na primeira página. Essa preocupação – o que ouvimos em praticamente todas as entrevistas que realizamos, inclusive com repórteres, chefes de redação, e editores-chefe – tem sido uma questão de interesse para a liderança.
E ainda persiste. A primeira página define os ritmos diários, consome o nosso foco e fornece a definição das métricas para o sucesso da redação. O recente anúncio de Tom Jolly para focar a da reunião da primeira página mais na reportagem da web é um grande passo na direção certa, mas muitas pessoas têm manifestado o seu ceticismo de que ele vai realmente mudar o nosso foco, suas habilidades e como eles podem ser colocados em uso. “Você não pode pegar novos talentos e colocá-los em estruturas antigas, onde eles são cidadãos de segunda classe”, disse o editor de um jornal concorrente. “Isso não é uma mudança real. Você deve alterar a estrutura do poder.”
Aqui está uma queixa típica de um repórter de Washington, que frequentemente aparece na página A1:
“Nossa fixação interna sobre isso [primeira página] pode não ser saudável, ser desproporcionada e, em última análise, contraproducente. Basta pensar em quantos pontos em nossos dias ainda são orientados em torno da A1 – da reunião das 10:00 horas aos resumos que os repórteres de preparam no início da tarde para o tempo de edição gasto nesses resumos ao momento em que o veredicto é rendido às 16:30 horas. Em Washington, tem até um e-mail que vai para toda redação alertando a todos sobre as seis matérias que entraram. Isso não parece para mim como uma redação que está pensando o suficiente na web”.
Os dois artigos do Times levantaram a questão de concentrar reuniões de redação em plataformas digitais. Em um próximo post, vou explicar como conduzir uma reunião de pauta que põe o jornalismo digital em primeiro lugar.
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Este artigo é um trecho de um post que apareceu originalmente no Buttry Diary. É republicado na IJNet com permissão. Steve Buttry, um editor veterano e treinador de jornalismo, é editor de Transformação Digital na Digital First Media. Ele foi nomeado Lamar Visiting Scholar no Manship School of Journalism and Communication da Louisiana State University, onde vai começar a trabalhar no 1° de julho.