No domingo (27/7), o Estado de Minas deu início a uma série de matérias a respeito de um ícone da boemia e do imaginário mineiro: Hilda Furacão. A pauta, muito bem trabalhada pelo jornal mineiro (sempre criativo em pautas, composição gráfica etc.) foi tragicamente usurpada pela Folha de S.Paulo, que publicou a matéria no site, no sábado (2/8), com uma chamada no Facebook: “Achamos a Hilda Furacão”. Instantaneamente, no Twitter e também no Facebook, leitores manifestaram a indignação com a declarada falta de respeito da Folha com o Estado de Minas. Depois da repercussão nas redes sociais digitais, a Folha atualizou o texto com uma frase: “A informação foi revelada pelo jornal Estado de Minasna última terça (29/7)”.
A conduta, que não é novidade entre veículos de imprensa, agora já não passa despercebida, em tempos de leitores versáteis, náufragos do big data, ágeis e não mais inocentes em demasia. Ao invés de se ater a ser autora de “furo”, a imprensa deve se comprometer e se destacar como diferencial ao trabalhar uma pauta em todas as vertentes pertinentes (considerando – afora os mitos da profissão – variáveis como prazo, espaço e linha editorial). O compartilhamento de pauta deve existir, mais para complementar as narrativas do que para uma versão se estabelecer como verdade absoluta.
>> Link do Estado de Minas – http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/arte-e-livros/2014/07/27/noticia_arte_e_livros,157703/outono-de-um-mito.shtml
>> Link da Folha de S.Paulo – http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/08/1494348-hilda-furacao-vive-sozinha-em-asilo-para-pobres-na-argentina.shtml
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Rudson Vieira é jornalista, Coronel Fabriciano, MG