A catástrofe com o Airbus da TAM ocorreu em 17 de julho de 2007, há dezesseis meses, e a polícia civil de São Paulo já iniciou o indiciamento de dez suspeitos.
A mídia acompanha o caso ‘naquela base’, reproduzindo passivamente as notas, declarações e ações oficiais. A única dissonância vai por conta de Denise Abreu, ex-conselheira da ANAC, inconformada com a inclusão do seu nome entre os responsáveis pela tragédia.
Mas a primeira catástrofe aérea ocorreu há muito mais tempo, em setembro de 2006, véspera do primeiro turno das presidenciais, portanto há 26 meses. Além de ser mais antiga e teoricamente menos complexa para deslindar, as investigações sobre a primeira catástrofe ainda não foram formalmente concluídas.
Parte da imprensa antecipou algumas conclusões e todos se deram por satisfeitos – o que não significa que o caso esteja esclarecido e encerrado.
A colisão do Boeing com um jatinho da Embraer que seguia para os EUA desvendou o caos aéreo. Envolve uma empresa como a Gol, neste momento questionada pela compra da Varig, envolve o então ministro da Defesa, Waldir Pires, que durante as primeiras semanas tentou jogar todas as culpas nos pilotos americanos, envolve a credibilidade das autoridades encarregadas de garantir a segurança do tráfego aéreo e envolve principalmente nossa imprensa, inapetente para exercer o seu papel fiscalizador.
Se os escândalos são o combustível que move a mídia, esta demora é mais escandalosa do que a telenovela chamada Satiagraha.