Em artigo crítico, The Economist [5/2/04], tenta explicar porque nos EUA as matérias de jornal sobre a apresentação em que Janet Jackson mostrou um de seus seios, causando grande polêmica, não traziam fotos daquele exato momento, enquanto no Reino Unido até diários mais respeitados, como Times e Daily Telegraph, escancararam o flagrante em suas páginas.
‘Por que a diferença? Talvez porque os britânicos, seculares, já não se deixam chocar, enquanto os americanos se prendem à religião e ao puritanismo que a ela se associa’, especula revista. No entanto, os próprios americanos transformaram o tema em campeão de buscas na internet, o que demonstra que, nos EUA, não falta interesse pelo mamilo de Janet.
Assim, conclui The Economist a explicação deve estar no fato de que, em geral, os jornais americanos gozam de monopólios (ou quase-monopólios) locais. Assim, podem dar-se ao luxo de evitar polêmica. Enquanto isso, a imprensa britânica enfrenta concorrência feroz: são dez jornais nacionais competindo entre si. Por isso, recorrem com freqüência ao sensacionalismo e à pornografia, que têm infectado também os broadsheets, e não apenas os tablóides, já conhecidos pelo conteúdo muitas vezes inadequado.