Que a internet transformou a indústria de mídia, é fato. Mas e o jornalismo em si? ‘Vamos ser claros: a tecnologia pode ter mudado o modo de trabalho dos jornalistas, mas nunca mudou o que os jornalistas fazem’, resumiu o presidente da Associated Press, Tom Curley, em discurso no Seoul Digital Forum 2007. O encontro anual, organizado pela emissora sul-coreana SBS, reúne as principais lideranças da indústria de mídia e tecnologia mundiais.
Curley falou sobre as adaptações que o jornalismo deve fazer de tempos em tempos para se adequar às mudanças do mundo. Ele ressaltou, entretanto, que os valores jornalísticos – e a função básica da atividade – não devem mudar nunca.
Adaptação
Para a AP, agência de notícias fundada em 1846, os atuais avanços tecnológicos se impõem como um novo meio de distribuição de notícias. Segundo Curley, a companhia – que funciona como uma cooperativa sem fins lucrativos administrada pelos próprios veículos de comunicação associados – está em constante processo de pesquisa para descobrir novas maneiras de se fornecer conteúdo digitalmente.
O presidente comparou esta adaptação atual com uma outra, ocorrida na década de 1930. O interesse público gerado pela indústria cinematográfica levou a AP a abrir um escritório em Las Vegas, na ocasião, para cobrir os casamentos e divórcios das estrelas de Hollywood.
Hoje, a agência tem parceria com portais de internet e anunciou recentemente um acordo para colocar notícias no videogame Nintendo Wii – uma estratégia chamada por Curley de ‘uma grande esticada da primeira página do jornal diário’. Ele diz que empresas que fornecem notícias devem agora buscar novas oportunidades em meios diferentes e em ascensão, em particular nas rede de relacionamento online, como Orkut e MySpace. Informações de Kelly Olsen [AP, 31/5/07].