Foi uma sábia decisão das autoridades manter sob sigilo as investigações sobre o caso do padre Lancellotti, mas é preciso lembrar que as irresponsabilidades na cobertura do caso não se limitam ao vazamento de informações por parte da polícia; alguns veículos da mídia estão procurando confundir o andamento das investigações com pistas falsas e testemunhas suspeitas.
A rede Record ganha de longe neste tipo de manipulação do noticiário. Exemplo é a testemunha-bomba, ex-funcionária da Casa Vida, que teria visto o padre em situações embaraçosas.
A personagem e suas revelações estão envoltas em suspeições, mas sua aparição serviu para mostrar como informações capciosas marteladas por um poderoso veículo de comunicação podem tumultuar a busca da verdade.
Está parecendo que o conglomerado Record pretende reeditar a Guerra Santa dos anos 90 quando um dos seus pastores chutou diante das câmeras uma imagem católica.
Se esta é a tática que o conglomerado do bispo Edir Macedo pretende adotar para acabar com o que chamou de ‘monopólio da informação’, fez a opção errada.
O telespectador pode ser enganado algumas vezes, mas não pode ser enganado sempre.