Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A História revisada



Ainda na linha das retrospectivas, o ombudsman da Folha de S.Paulo faz um reparo a certos equívocos que a imprensa vem repetindo há décadas. Um deles se refere ao movimento de contestação dos jovens em 1968. Aos quarenta anos, os protestos que marcaram o mundo voltam à mídia. Esse será o assunto do Observatório da Imprensa na TV de terça-feira (27/5).


Por causa do feriadão, revistas e jornais preferiram a ‘operação-padrão’, isto é, o jornalismo burocrático. Os investimentos ficaram para o próximo fim de semana, primeiro domingo do mês, salário no bolso do leitor, anúncios fartos.


A contribuição mais relevante foi oferecida pelo ouvidor da Folha de S.Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva, ao atender à reclamação do leitor Renato Martinelli e contar a história de uma foto que há quarenta anos é apresentada como ícone dos protestos de maio de 68 em São Paulo – mas foi tomada sete meses antes, em 26 de outubro de 1967 [ver ‘Erros repetidos viram mentira‘ (para assinantes)].


A foto não retrata o confronto entre os estudantes reacionários do Mackenzie e os combatentes progressistas da USP, como dizia a legenda errada e, não obstante, repetida ao longo dos últimos quarenta anos. Este confronto aconteceu efetivamente, mas a foto não é esta.


Os acontecimentos de Maio de 68 na França merecem ser lembrados e precisam ser verificados. No Rio, por exemplo, tudo começou antes, em 28 de março, quando o estudante Edson Luís foi morto no restaurante do Calabouço, e o ponto culminante ocorreu em 13 de dezembro, quando a linha-dura militar estabeleceu uma ditadura formal e rigorosa. No meio, a Passeata dos 100 mil, realizada em 26 de junho.


A história precisa ser constantemente checada e quem pode fazê-lo com facilidade é a imprensa. A edição de terça (27/5) do Observatório da Imprensa vai tratar de 1968. À meia-noite e dez na TV Cultura, às 22h40 na TV Brasil, ao vivo.