Aos que têm reclamado – pessoalmente, por emails e em comentários ao blog – contra a ausência da Tribuna da Imprensa, cujo website desapareceu, creio que a 31 de março, mais de três meses depois da suspensão da edição impressa, aqui vai a esperada notícia. A Tribuna online está de volta desde quarta-feira (13/5), respondendo no mesmo endereço eletrônico antigo (aqui), como também num endereço novo (aqui). Depois de clicar, basta incluir nos favoritos de seu navegador. Para tanto só me resta repetir, agora também por extenso: heliofernandes.blogspot.com ou www.tribunadaimprensa.com.br
Infelizmente, essa volta ainda é uma operação mais ou menos improvisada, de emergência, limitada a um artigo maior de Helio Fernandes e à sua coluna, atualizada várias vezes por dia (foram incluídos ainda links para este blog e o de Sebastião Nery, aparente homenagem dele a dois dos mais antigos colunistas do jornal). Mas na quarta (13) ouvi de Helio que a versão online completa da Tribuna, como era antes, com as notícias, as colunas, as cartas dos leitores e as respostas dele, pode ser o passo seguinte. Não está descartado o retorno da edição impressa, tão logo seja recebida a indenização já decidida pelo Supremo Tribunal Federal.
Seria então a vitória completa para o jornal que foi um alvo conspícuo da ditadura ao tempo em que a imprensa golpista dos jornalões, premiados na época com prédios suntuosos (em troca da submissão aos donos do poder, claro), hoje prefere chamar de ‘ditabranda’ (saiba mais aqui, aqui e aqui, posts anteriores que escrevi neste blog sobre o assunto). Por enquanto a única explicação para o repentino desaparecimento da versão online é um mal-entendido da parte do hospedeiro do site. Agora há um novo hospedeiro.
Presença também no Jornal da ABI
Com 88 anos de idade, Helio Fernandes não parece ter descansado nesse período de ausência da Tribuna nas bancas e na Internet. Pelo menos é essa a minha conclusão, pois mais de duas páginas do Jornal da ABI que recebi ontem são ocupadas por uma longa reportagem histórica dele, ‘Os bastidores, antes e depois, da famosa entrevista de José Américo a Lacerda’. E tão surpreendente como esse texto, a propósito de outro saído antes sobre o episódio, é esta afirmação de Helio: ‘Há muito a contar e por coincidência eu estava no lugar certo e na hora certa; conheço episódios até hoje não contados’.
Chamo de reportagem porque o autor sempre se considerou um repórter. Uma das expressões mais repetidas no seu jornalismo é a referência a si mesmo como ‘este repórter’. Mas originalmente o texto de agora era, na verdade, um longo email enviado ao presidente da ABI. Maurício Azedo, também um repórter com muita estrada, identificou prontamente a reportagem, limitando-se a explicar aos leitores que mantinha o tom coloquial, até mesmo a despedida ‘com o abraço’, no final, seguida de um PS.
Os leitores que decidirem procurar o Jornal da ABI (é a edição de março de 2009) vão encontrar ainda muito mais coisas, inclusive um destaque especial para os melhores tempos do Pasquim. Primeiro com uma entrevista de Jaguar exatamente naquele padrão que consagrou o jornal – até porque conduzida por Rick Goodwin, que era quase criança quando começou a gravar e, de certa forma, organizar, as entrevistas caóticas do passado, regadas a uísque. E, depois, por uma ‘lembrança’ de Henfil, com depoimento do filho Ivan Consenza de Souza, alguns de seus melhores cartuns e uma excelente foto na capa, com o título ‘Henfil para sempre’. Para o acesso à edição em PDF, clique aqui.
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Jornalista