Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

As quatro famílias midiáticas

Quatro famílias detêm a parte do leão da imprensa escrita no Brasil. São elas a família Frias, a família Marinho, a família Mesquita e a família Civita, controladoras, respectivamente, dos jornais Folha de S.Paulo, O Globo, Estado de S.Paulo e da revista Veja. Durante décadas, essa gente influenciou a sociedade brasileira. Na maior parte do tempo, de forma extremamente nefasta. Só para se ter uma idéia do mal que essas famílias e seus patriarcas já fizeram ao Brasil, basta lembrar que foram responsáveis, por exemplo, por atirá-lo numa ditadura militar que durou duas décadas, e por sustentá-la durante a maior parte desse tempo.

A sustentação da ditadura militar pela grande imprensa familiar brasileira foi possível porque, apesar de o brasileiro ser avesso à leitura – inclusive de jornais –, ‘formadores de opinião’, ou seja, os que lêem esses veículos, tratavam de disseminar pelos estratos sociais, de uma forma ou de outra, as teorias que a aristocracia desejava ver prevalecerem.

Foi graças à imprensa escrita, por exemplo, que a maioria da sociedade viu Lula como um ‘perigo’ durante longos treze anos, até que, fartos de ser esmagados pelos políticos que Frias, Marinhos, Mesquitas e Civitas recomendavam, os brasileiros deram uma banana para essa gente e elegeram – e depois reelegeram – o petista. Mas, depois de 2002, as famílias controladoras da grande imprensa brasileira jamais recuperaram plenamente o poder de eleger governantes. Claro que há o exemplo de São Paulo (a capital), onde a imprensa local conseguiu impedir a reeleição de Marta Suplicy, que melhorou como nunca a vida dos paulistanos mais pobres, e ainda elegeu José Serra governador, depois de ele ter mentido aos paulistanos prometendo que permaneceria no cargo de prefeito até o fim de seu mandato. Mas esse foi um feito paroquial, num estado que, apesar do poderio econômico, ainda persiste como um feudo de descendentes dos barões do café – como os Mesquita, por exemplo.

Injustiça social

Esses órgãos de imprensa familiares (Folha, Globo, Estadão e Veja) constituem uma âncora que impede os brasileiros de evoluírem intelectual, política e ideologicamente. Apesar de terem perdido boa parte da influência que sempre tiveram sobre os corações e mentes do nosso povo, em termos regionais ainda causam estragos. Isso sem falar de que colaboram com setores corruptos da Justiça ao acobertarem casos de corrupção de seus aliados do PSDB e do PFL (agora, ‘PD’), pois suas freqüentes ‘denúncias’ são dirigidas exclusivamente contra os adversários desses que são seus políticos favoritos, enquanto calam sobre as estripulias tucano-pefelistas.

A aristocracia brasileira (o grande empresariado à frente) dá o suporte financeiro a essa imprensa arcaica, que jamais conseguiria sobreviver do ‘jornalismo’ que diz que produz. É por isso que, na condição de cidadão apartidário, totalmente desvinculado de grupos políticos, procuro fazer minha parte na necessária luta para livrar meu país desse câncer que é sua grande imprensa escrita. Aonde quer que vá, com quem quer que eu converse, a quem quer que eu escreva, sempre que possível procuro informar que as famílias Frias, Marinho, Mesquita e Civita são as responsáveis por enorme parte da injustiça social, da concentração de renda, da violência, da criminalidade que grassam neste país.

Se você que me lê acredita no que digo, concentre suas forças na denúncia desses nomes – de órgãos de imprensa e de seus controladores. Esse é o foco da luta por um Brasil melhor, mais justo e igualitário.

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Comerciante, São Paulo, SP