O governo chinês proibiu a abertura de mais cibercafés este ano no país, na mais recente manobra das autoridades para restringir a influência da rede sobre a população. Na terça-feira (6/3), o Ministério da Cultura estampou a proibição em seu sítio: não serão aprovadas licenças para este tipo de estabelecimento em 2007.
Hoje, existem mais de 110 mil cibercafés na China, segundo dados da agência de notícias estatal Xinhua. O número de cafés aumentou consideravelmente nos últimos anos junto com o crescimento do número de internautas, que chegou a 137 milhões em 2006. Estima-se que a população de usuários da rede ultrapasse a dos EUA, de 210 milhões, em dois anos.
Má influência
Segundo notícia da Xinhua sobre a proibição dos cibercafés, a medida faz parte de uma campanha do governo para combater o ‘crescente problema do vício em internet’. De acordo com a agência, 13% dos 18 milhões de internautas abaixo de 18 anos são viciados na rede.
Os líderes do Partido Comunista, que governa o país, não escondem sua implicância com a internet, que consideram uma ameaça que deveria ser submetida ao mesmo controle da mídia tradicional. Em um discurso no início do ano, por exemplo, o presidente Hu Jintao afirmou que o Partido deve ‘purificar o ambiente da internet’.
Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, que classifica o governo da China como um dos ‘inimigos da internet’, 52 pessoas estão presas no país por causa de atividades online consideradas inapropriadas pelas autoridades. Informações de Karl Malakunas [AFP, 6/3/07].