A jornalista americana Barbara Walters, que ficou famosa por suas entrevistas televisivas com celebridades, revelou que cansou do jornalismo estilo tablóide. Ao programar seu especial anual sobre as dez pessoas mais fascinantes do ano, Barbara declarou querer distância de Britney Spears ou Paris Hilton – apenas para ficar entre duas celebridades que, em 2007, deram o que falar com seus problemas pessoais. Em vez disso, a veterana jornalista, hoje com 78 anos, conta com presenças como o ex-presidente dos EUA Bill Clinton, o presidente venezuelano Hugo Chávez, dois fundadores da rede de relacionamento virtual My Space e o polêmico radialista Don Imus.
Barbara foi a primeira âncora em uma emissora americana, há 30 anos. De lá pra cá, ela entrevistou todos os presidentes do país desde Richard Nixon. Em sua lista, estão personalidades como o controverso cantor Michael Jackson e a ex-estagiária da Casa Branca Monica Levinsky, pivô do escândalo Clinton, além de Saddam Hussein, Boris Yeltsin e Margaret Thatcher.
Competição
A jornalista – que nos últimos tempos passou a ser criticada pelo tom emocional de suas entrevistas com os famosos – afirmou que está cansada da competição na indústria de notícias de celebridades. Segundo ela, que há anos vive em busca de entrevistas exclusivas para o programa 20/20, na rede ABC, o tema ‘parece permear a maioria dos tablóides e revistas, e agora você tem seis ou sete programas de entretenimento’.
Barbara diz que hoje ‘o clima é diferente’. ‘Quando começamos a fazer cada vez mais entrevistas com celebridades, fomos criticados. Agora, todo programa faz a mesma coisa’. Comentando uma tendência que ajudou a construir, ela afirma que, atualmente, há um maior interesse do espectador nas questões pessoais e na personalidade das figuras públicas. O presidente francês Nicolas Sarkozy se irritou com este aspecto da cultura americana durante uma entrevista para a CBS, em outubro. O político abandonou a entrevista ao ser questionado sobre rumores de problemas em seu casamento. Informações de Christine Kearney [Reuters, 6/12/07].