A rede britânica BBC se desculpou ao público por ter cortado a transmissão do discurso de despedida de Tony Blair no parlamento, na quarta-feira (27/6), dia em que o primeiro-ministro passou o cargo à Gordon Brown. A diretora-executiva Jana Bennet solicitou informações sobre o incidente para verificar a razão para a transmissão ao vivo, feita pelo canal BBC2, ter sido cortada. ‘Um relatório foi entregue a ela para ver se podemos tirar alguma lição disso’, afirmou uma porta-voz da rede no fim da semana passada.
A diretora da BBC News, Helen Boaden, afirmou ao público através do blog de editores da BBC que também está analisando a questão. ‘Depois de alguma pesquisa, eu posso ao menos garantir a vocês que isso está mais para erro do que para conspiração’, escreveu. ‘A BBC pode apenas se desculpar por um planejamento de horário errado. Acreditem, ninguém envolvido na transmissão queria que vocês perdessem alguma parte deste importante evento’, ressaltou, completando que ‘às vezes erros acontecem no pior dia possível’.
Falha operacional
O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, também teria pedido esclarecimentos sobre o caso, mas a rede nega que ele tenha ordenado uma investigação formal sobre o incidente. Logo após a gafe, a BBC divulgou declaração se desculpando pelo que chamou de ‘falha operacional’. ‘Por vezes, quando eventos ao vivo não seguem de acordo com o horário previsto, há dificuldades [para as emissoras], mas nós reconhecemos que [cortar o discurso] foi uma decisão errada, dadas as circunstâncias’, afirmava a declaração.
A BBC2 cortou os minutos finais da exibição ao vivo do discurso de despedida de Blair, que deixou o posto de premiê após dez anos. No lugar do discurso, foram exibidos anúncios com trailers de duas séries dramáticas e o campeonato de Wimbledon. Os telespectadores não puderam ver, além do fim do discurso, a saída de Blair da Câmara dos Comuns ao som de aplausos de membros do governo e da oposição.
Os telespectadores puderam trocar de canal, já que o BBC News 24 também cobria o discurso. Mas a emissora cortou a transmissão no início da ovação – que durou dois longos minutos. Com isso, apenas o pouco assistido serviço digital BBC Parliament foi o único veículo a exibir o momento ao vivo. Informações de Stephen Brook [The Guardian, 29/6/07].