TV PÚBLICA
O Conselho Privado da TV Pública e o IDH para poucos
‘Foi um ato bizarro a escolha do Conselho Curador da TV Pública pelo
presidente da República. Primeiro, porque não houve participação da sociedade
nesse processo, restrito a ele e, provavelmente (devido à presença de certos
nomes) a seus assessores mais próximos.
É irônico que o núcleo fiscalizador do canal público esteja nascendo de um
decisão privadíssima – ao contrário do que ocorre com a composição da maioria
dos conselhos federais do país, precedidos de editais e candidaturas públicas. O
instrumento que pode vir a contribuir com a democratização da comunicação recebe
mais um golpe antes do nascimento.
Segundo: apesar de alguns nomes pertinentes que desempenharão de forma
razoável a função, o conjunto ficou esquizofrênico. Há até, entre os
conselheiros, gente que foi solenemente expulsa de gabinete de ministro por
defender de forma ‘inconveniente’ (para dizer o mínimo) uma empresa que cometeu
graves infrações trabalhistas. Fora donos de empreiteiras, fabricantes de ônibus
(será por causa das tevêzinhas de bordo?), ranços da ditadura e por aí vai.
É incrível a capacidade humana de fazer naufragar boas idéias.
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O Brasil entrou para o grupo de nações com alto Índice de Desenvolvimento
Humano na divulgação da nova série do indicador pelo Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD). O IDH considera renda per capita, educação e
expectativa de vida na sua composição.
Surpreso? Não sei o porquê. Demorou até para entrar nesse patamar.
O Brasil é um país rico, o problema é que ele está na mão de poucos. O PIB
subiu – e está mais na mão dos que puderam comprar ações do que daqueles que
dependeram de salário mínimo ou de programas de distribuição de renda. A
educação está sendo universalizada – contudo a extensão de sua abrangência não é
acompanhada pela sua qualidade nem de longe.
Enfim, ainda fazemos parte do seleto grupo de países com altíssima
concentração de riqueza. Situação que não vai mudar tão cedo, tendo em vista que
a estrutura que a sustenta não mudou. Com a benção do governo.’
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