Monday, 18 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Brasil, memória longa

Memoria.net é um sítio sobre tudo aquilo que não pode ser esquecido no Brasil. Idealizado e posto em prática por alunos de jornalismo da PUC-SP, suas pastas incluem artigos completos da cobertura dada por jornais e revistas a casos como o do escândalo do Orçamento, que revela o esquema de corrupção na elaboração do Orçamento em 1993; o dos 111 mortos do Carandiru, em 1992; o da violência policial em Diadema, entre outros.

O objetivo é fazer voltar à superfície aquilo que já se havia depositado no fundo do baú da memória. ‘A grande imprensa só trabalha as notícias enquanto novidade. Mesmo que não tenham sido solucionadas, quando envelhecem são substituídas por outras com mais apelo’, afirma o sítio. ‘Pensando nisso, reunimos informações sobre episódios vergonhosos da história recente do Brasil. O nosso objetivo é trazê-los à tona, e mostrar que o brasileiro tem memória.’

O sítio oferece um glossário com termos muito utilizados em jornalismo investigativo e político, para melhor entendimento de cada caso. O internauta também tem disponível uma bibliografia completa para aprofundamento de cada evento registrado pelo Memoria.net. Entre alguns dos volumes citados, estão Democracia em pedaços – Direitos Humanos no Brasil, de Gilberto Dimenstein, Rota 66 – A história da polícia que mata, de Caco Barcellos, Todos os sócios do presidente, de Gustavo Krieger, Luiz Antônio Novaes e Tales Faria, e outros.

Em Memória.net ainda estão arquivados casos como o do massacre dos Carajás – ação policial sobre os sem-terra no Pará, em 1996; o da Pasta Rosa, que envolve documentos encontrados com o banqueiro Calmon de Sá, em 1990, denunciando irregularidades no setor financeiro de campanhas; o da clínica Santa Genoveva, que denuncia a morte de 99 idosos devido a más condições do asilo; os das chacinas do Vigário Geral e da Candelária, que, juntas, eliminaram 28 pessoas, em 1993; e o da contaminação com césio-137, no qual quatro pessoas morreram e centenas ficaram feridas por uma cápsula do isótopo radioativo.