Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Caderno literário para concorrer com o NYT

Nos últimos anos, vários jornais, entre os quais Washington Post, Los Angeles Times, Chicago Tribune e Boston Globe, eliminaram suas seções de crítica literária. Mas agora o Wall Street Journal decidiu ir contra a maré e anunciou para este mês o lançamento de uma editoria especializada em livros. Segundo uma porta-voz do jornal, a nova seção será incluída na sua nova edição de fim de semana, com estreia prevista para este mês. A decisão de começar uma seção exclusivamente dedicada a livros é mais um passo na iniciativa do Journal de expandir suas áreas de cobertura para além de suas raízes tradicionais no setor de finanças.

Desde que foi comprado pela News Corp., do magnata da mídia Rupert Murdoch, o Wall Street Journal lançou uma seção voltada para a cobertura da área metropolitana de Nova York, numa estratégia para concorrer diretamente com o rival New York Times, cobiçado por Murdoch.

Anúncios no setor dão sinais de recuperação O Journal já publica resenha de livros nas suas páginas de opinião e a nova seção vai operar sob comando do editor de ‘Opinião’ do jornal, Paul Gigot, conhecido pelo tom conservador de suas posições. Ele terá como braço-direito Robert Messenger, ex-editor do Weekly Standard e do New York Sun.

Outra mudança importante foi o peso dado no primeiro caderno à cobertura política, nacional e internacional, diminuindo o peso das notícias financeiras e, inclusive, da tradicional seção de imóveis do Journal.

Resenhas de livros em outras seções

As novas seções de fim de semana, que incluem os segmentos viagem, moda, vinho e gastronomia, entre outros tópicos, serão lançadas este mês, mas o Journal ainda não revelou em que dia.

As resenhas de livros do jornal, publicadas hoje na seção de ‘Opinião’, estão entre as mais populares entre os leitores. E há sinais de que os anúncios para esse tipo de seção estão recuperando o ritmo, o que pode também estar por trás do raciocínio do Journal ao criá-la. O New York Times Book Review – que, ao lado da seção literária do San Francisco Chronicle, está entre as poucas editorias de livros que restaram na imprensa americana – terá 36 páginas neste fim de semana. A média no ano tem sido de 28 páginas, segundo revelou o editor da editoria, Sam Tanenhaus. Segundo ele, no ano passado a média do caderno literário do Times foi de 24 páginas.

A tendência entre os jornais americanos tem sido a de consolidar as resenhas de livros em outras seções. O Washington Post, por exemplo, começou colocando suas resenhas de livros na seção ‘Style’ (Estilo) no ano passado. A decisão foi baseada numa pesquisa realizada com os leitores, a qual revelou que a editoria ‘Book World’ era uma das menos lidas da edição de domingo.