Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Caixa da emissora cobriria gastos com dívida

A crise cambial atual, sobretudo após o susto da segunda-feira (6/10), com o dólar voltando ao patamar de R$ 2,20, não desperta nas empresas de comunicação a mesma preocupação que despertou em crises cambiais passadas. Pelo menos não para a Globo. Fontes da empresa dizem que a situação agora é muito diferente daquela que se tinha em 2002. Naquela ocasião o grupo Globo tinha uma dívida de mais de US$ 1 bilhão, com vencimento em curto e médio prazo. O dólar chegou a valer quase R$ 4. Como conseqüência, a empresa teve que vender ativos, reestruturar a dívida e negociar com os credores em situação de moratória. Depois disso, a situação mudou.


Hoje, a dívida do grupo é coberta pelo caixa da Globo. O relatório de junho do grupo mostra que havia R$ 1,685 bilhão em caixa em 30 de junho. A dívida era de US$ 593 milhões de principal, dos quais US$ 325 milhões são bonds perpétuos, ou seja, sem data prevista de vencimento. ‘A Globo paga quando acharmos melhor’, diz um executivo. Dos outros US$ 200 milhões, metade vence em 2022 e R$ 63 milhões vencem em 2012.


Dívida da Net Serviços


Outra empresa que se apertou em 2002, sendo forçada a suspender o pagamento de suas dívidas e renegociar, foi a Net Serviços, que também tem uma situação de endividamento bem diferente agora. A dívida total em junho de 2008 era de R$ 1,442 bilhão, dos quais 38,8% em moeda estrangeira. A dívida líquida no segundo trimestre era R$ 475,4 milhões. Em curto prazo, a companhia só tinha R$ 39 milhões. Outros R$ 238 milhões eram em bonds perpétuos.


O maior problema da Net Serviços agora tem sido, segundo analistas, o desempenho de suas ações, que em função das indefinições regulatórias, da questão do ponto extra e da própria desvalorização da bolsa em 2008 perdeu, desde o começo do ano, quase 40% de seu valor. A Net Serviços, que tem Globo e Embratel como acionistas principais, tem sido a empresa mais agressiva na concorrência com as concessionárias de telefonia e a mais agressiva na aquisição de pequenas e médias operações de cabo pelo Brasil.

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Do Tela Viva News