Desde que a Fox News Channel mostrou aos rivais da TV fechada americana que notícias recheadas de opiniões, postura imponente e até agressividade chamam a atenção dos telespectadores e aumentam os índices de audiência, emissoras como CNN, CNBC e MSNBC lutam para encontrar uma fórmula que conquiste o público.
Agora, dez anos após a criação da Fox News, CNN e concorrentes menores parecem ter encontrado uma resposta eficaz – e simples. Estas emissoras passaram a oferecer sua própria dose de notícias com opiniões e alarde. O resultado é que a CNN tem se aproximado dos índices da Fox e as outras, incluindo MSNBC e CNBC, tem chegado perto da CNN. Cada uma a seu jeito, têm atraído a atenção dos telespectadores.
Queda da Fox
O curioso é que a Fox News, por sua vez, tem experimentado o amargo sabor da perda de audiência. O canal sofreu declínio de 21% de público comparado ao quarto trimestre de 2005. O apresentador hiper-conservador Bill O’Reilly, sua maior estrela, também tem perdido telespectadores. Ao que parece, o ano ruim para o governo de George W. Bush, com os questionamentos à política da guerra do Iraque e a derrota republicana nas eleições intermediárias, atingiu também o programa de O’Reilly.
Ainda assim, o apresentador continua a ser um grande trunfo para a emissora. ‘A Fox continua a ser a número 1 graças ao O’Reilly’, diz o autor do blog TVNewser, Brian Stelter, que cobre a indústria de TV. ‘Sem ele, ainda haveria uma grande competição entre Fox e CNN’. Mas O’Reilly não é a solução mágica para todos os problemas do canal. A mudança de tom e atitude de apresentadores das emissoras rivais abala os números e ameaça a liderança da Fox.
‘Eu ficaria preocupado se fosse a Fox’, diz Stelter sobre o sucesso dos rivais Lou Dobbs, da CNN, e Keith Olbermann, da MSNBC, entre outros. O’Reilly é o alvo da maior parte das críticas feitas por Olbermann, que o descreve singelamente como ‘a pior pessoa do mundo’. O apresentador da Fox sempre rebate prontamente, e assistir à briguinha dos dois acaba virando um show à parte. Informações de Nick Madigan [The Baltimore Sun, 24/12/06].