Os integrantes da Chapa 2 – ‘Outra Fenaj é Possível’ [às eleições da Federação Nacional do Jornalistas] não poderiam silenciar diante de duas ocorrências lamentáveis e que depõem contra a imprensa brasileira: a demissão arbitrária de dois jornalistas, Alberto Dines e Jorge Kajuru. Ambos foram vítimas do arbítrio por parte de patrões inescrupulosos, que demonstram na prática ser a defesa de interesses econômicos espúrios mais importante do que fazer jornalismo.
Nós da chapa 2 entendemos que para fazer frente a este estado de coisas em que o patronato tudo pode impunemente é necessário que os jornalistas estejam unidos e se empenhem no sentido de fortalecer as nossas entidades representativas. Só desta forma conseguiremos enfrentar situações como as ocorridas no JB e TV Bandeirantes.
O que aconteceu com Dines e Kajuru é uma prova concreta de que neste momento a grande imprensa está voltada para o jornalismo de mercado, que além do desemprego é responsável também pela máxima segundo a qual o que interessa mesmo para os empresários do setor é o lucro fácil, a corrida desenfreada atrás da audiência. E, claro, quem perde com isso é o jornalismo.
Diante de tudo isso não podemos nos calar, pois o silêncio nesta hora é sinal de cumplicidade. Ser cúmplice do jornalismo de mercado é trair a categoria. Portanto, prestar solidariedade a Dines e Kajuru é dever dos profissionais de imprensa e da sociedade brasileira que não compactua com a sordidez do jornalismo de mercado.