Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Caso de espionagem ou jornalismo?

As decisões do governo sobre se ou como fazer acusações criminais contra participantes das revelações do WikiLeaks são complicadas pela seguinte dúvida: trata-se de jornalismo ou de espionagem? Advogados dos departamentos de Justiça, de Estado e de Defesa dos EUA estão discutindo se seria possível processar Julian Assange, fundador do WikiLeaks, e outros pela Lei de Espionagem, segundo um funcionário do governo que pediu anonimato.


Mas Assange tem se retratado como um jornalista em uma cruzada. Limitado pelas garantias à liberdade de imprensa da Primeira Emenda, o Departamento de Justiça tem evitado processar jornalistas pela publicação de segredos vazados. Alguns vazadores foram ocasionalmente processados, em geral funcionários públicos.


Mas o WikiLeaks entrou num espaço onde nenhum jornalista ingressara antes. As organizações noticiosas muitas vezes tentaram obter informações, mesmo secretas, do governo para matérias específicas e imprimiram segredos conseguidos com funcionários públicos, mas nenhuma se equipara ao convite mundial aberto de Assange para lhe enviarem qualquer informação confidencial.


O WikiLeaks será um vazador ou meramente o divulgador? O procurador-geral Eric Holder contrastou o WikiLeaks com organizações de notícias tradicionais, que, segundo ele, agiam com responsabilidade, apesar de muitas terem publicado alguns materiais secretos. Algumas organizações noticiosas consultaram previamente o governo para evitar imprimir materiais danosos. ‘Pode-se comparar a maneira como as várias empresas de comunicação que se envolveram com isso agiram de maneira diferente do WikiLeaks’, disse Holder. (Tradução de Celso M. Paciornik)

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Da Associated Press