A circulação de jornais nos EUA continua a cair de forma abrupta, apesar de a velocidade de queda ter diminuído um pouco em relação aos últimos seis meses. Os dados divulgados pelo Bureau de Auditores de Circulação – que corresponde ao IVC brasileiro – mostram que a média de circulação caiu 8,7% nos seis meses até 31 de março, comparados com o mesmo período de um ano atrás. A circulação dominical caiu 6,5%.
Os 25 maiores jornais americanos mostraram grandes perdas em circulação. Entre estes, o que mais perdeu leitores foi o The San Francisco Chronicle, com uma queda de 22,7% em média nos dias de semana. Dos 25 títulos, dez sofreram perdas de mais de 10%.
Sem cobrar
A circulação de jornais nos EUA vem contabilizando quedas constantes por vários anos, mas teve uma aceleração acentuada a partir de 2007 e viu aumentar a velocidade de queda com a recessão provocada pela última crise econômica e financeira global. Enquanto a internet é citada freqüentemente como uma das causas dessa linha descendente de circulação, é preciso verificar que parte desse resultado é fruto de uma diminuição consciente das empresas jornalísticas que focam seus interesses em camadas de leitores mais rentáveis, digamos assim, aumentando preços de assinaturas e diminuindo os descontos e promoções.
Em 2009, a circulação do The New York Times caiu 5,1% aos domingos, para 1,4 milhão de exemplares, e teve queda de 8,5% nos dias de semana, para 950 mil cópias, em média. Já The Los Angeles Times caiu 7,6% aos domingos e 14,7% durante a semana. The Chicago Tribune teve uma queda de 7,5% aos domingos e 9,8% em média, nos dias de semana.
Em comparação a um ano atrás, The Wall Street Journal conquistou um aumento de circulação de 0,5% – o único jornal entre os 25 mais importantes do país que apresentou um índice positivo na venda nos dias de semana, já que não tem edições dominicais.
Os números anunciados pelo The Wall Street Journal foram ajudados pelos assinantes pagos de sua edição eletrônica, hoje no patamar de 414 mil, incluindo seu website e outros sistemas como o Kindle, que estão arrolados nestes últimos dados. A maioria dos jornais não cobra pela sua edição eletrônica, e os seus leitores eventuais não são contabilizados nas estatísticas. [Com informações do New York Times.]
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Jornalista