Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Circulação global de jornais cresceu em 2007

A circulação global de jornais cresceu 2,6% em 2007, impulsionada pela demanda na Ásia e na América do Sul – e contrária às previsões pessimistas do fim do jornalismo impresso. No Brasil, houve o maior aumento (11,8%) da América do Sul e o 12º do mundo, enquanto o continente como um todo registrou crescimento de 6,72%. Índia, com 99 milhões de exemplares diários, e China, com 107 milhões, foram os países que registraram o maior aumento na tiragem de jornais.


A China é agora o maior mercado de jornais do mundo, segundo dados da Associação Mundial de Jornais (WAN, sigla em inglês). O crescimento na Índia e na China ocorreu devido ao aumento da escolaridade, de tempo livre e da renda da população, avalia Larry Kilman, porta-voz da WAN. ‘Dizem que os jornais morreram. Não é bem assim’, afirmou o presidente da associação, Timothy Balding, a mais de 1.800 publishers, editores e executivos de mídia no 61º Congresso Mundial de Jornais, que aconteceu esta semana na Suécia.


Oriente vs. Ocidente


O maior percentual de vendas ocorreu na Ásia, que abriga 74 dos 100 jornais mais vendidos do mundo. Em contrapartida, nos EUA e na Europa a circulação continua a cair, com a acirrada competição dos jornais com publicações gratuitas e sítios de internet. Nos EUA, nos últimos cinco anos, a queda foi de 8% – 1,3% só no ano passado. Na Europa, 2007 teve um declínio de 1,9% na tiragem.


Os anúncios tiveram tendência semelhante. Lucros publicitários registraram aumento em todos os mercados do mundo, exceto nos EUA, onde caíram 3% em 2007. No resto do mundo, os lucros com propaganda online cresceram, no total, 32%.


Novas tecnologias


Os números mostram que os editores estão atentos aos impactos da transição do jornalismo impresso para a plataforma online e aos novos modelos de distribuição de notícias. Na Associated Press, por exemplo, foi desenvolvido um novo modelo de plataformas de distribuição. Um estudo encomendado pela agência revelou que a audiência jovem apresenta padrões de consumo de notícias diferentes das gerações anteriores, explica a editora-executiva Kathleen Carroll. ‘As pessoas não vão mais até a porta de casa para pegar o jornal. Elas abrem seu e-mail’, resume Jim Kennedy, diretor de planejamento estratégico da AP.


Já uma pesquisa da Reuters realizada com 704 editores de jornais de diversos países mostrou que 44% deles acreditam que, em dez anos, a maior parte das pessoas lerá as notícias online. Em estudo similar feito no ano passado, este resultado foi de 41%. Informações de Karl Ritter [AP, 2/6/08].